19.2.11

Poesia

Smiley indeciso
e enquanto caio
vejo a vida subir

e não sei se rio
ou choro

e enquanto
sinto o fundo chegar

tenho medo

e não sei ...

queria deixar de ser trouxa
e pelo menos uma vez

olhar para mim,
e somente para mim,

como se a melhor coisa do mundo
fosse apenas dizer:

"eu me amo".

mas talvez seja tarde demais.

porque enquanto caio
vejo a vida subir

e não sei se rio
ou se choro ...
Smiley indeciso

fps, 04/11/2010, 19:29

17.2.11

Confesso: detesto viagens de férias ...

Eu abomino as viagens de férias, típicas da classe média, de gente que não faz a mínima questão de ser educada porque está pagando muito caro por tudo o que consome.

Detesto a amolação de ter que sair de uma viagem já pensando na seguinte, e as pilhas e pilhas de fotos digitais que a gente tira a cada viagem porque é baratinho, menos de 1Mb cada uma, e que servem só para marcar o território, porque, fora do micro, dificilmente a gente vê.

Odeio ver que perdemos o senso de como as coisas funcionam, e que, numa viagem planejada por meses a fio, nos comportamos como boçais que deixam o cérebro em casa.

E que fingem não saber (ou nunca souberam) o que as palavras "ridículo" e "bom senso" significam.

Mas eu abomino viagens de férias porque elas me impedem de fazer as viagens que gostaria: conhecer uma amiga que me deu um livro de presente no Recife, um colega de uma igreja seminarista em Fortal, ir ao fim do mundo em um bate-e-volta, visitar meu irmão de moto aqui pertinho, ver cachoeiras e montes verdes novamente ...

... coisas simples, ou malucas, mas que me dariam muito mais prazer do que simplesmente viver o "sonho brasileiro" de emendar viagens uma na outra para dizer que está aproveitando a vida, mesmo que, bem lá no fundo, não sobre muita coisa disso para contar aos outros.

A não ser, é claro, do sonho de outra viagem classe-média.

E outra, outra, e outra ...

14.2.11

Poesia

 
FILE POLAND STOLEN AUSCHWITZ SIGN  FOUND
 
naquele ambiente
o silêncio imperava.
 
pessoas trabalhando,
quietas, concentradas,
em suas atividades.
 
oito, nove horas, dez, doze,
 
treze até,
todos os dias,
 
trabalhando, continuamente,
sem cessar,
por um objetivo.
 
qual, não saberia dizer.
 
e o descanso,
cada vez menos,
reparação …
 
e o trabalho,
cada vez mais,
silencioso …
 
depois, dispositivos,
que aumentavam,
continuamente,
a produção.
 
e, finalmente,
a queda
de um deles,
ao chão.
 
o que aconteceu com ele?
 
não saberia dizer.
 
pois saiu por aquela porta,
e nunca mais voltou.
 
e eu entrava,
diariamente,
naquele ambiente.
 
e o silêncio,
continuava ali.
 
o silêncio ...
 
contínuo …
 
silêncio ...
 
fps, 05/02, 14:26

13.2.11

Poesia

Como responder a um convite para evento social ou projeto ou nova missão:

Convidado fui
a entrar nesse recinto;

Agradeço o convite,
não minto.

Não sou dos que acham triste,
estou grato;

E acho que estar aqui
é um barato.

Mas como quem não tem cão
caça como gato

A cada dia convivo
com um novo fato

Do qual, agradável ou não,
sempre me desato.

Nem que seja
para jogar
a bola p´ro mato,

já que o jogo da vida sempre é de campeonato.

fps, 02/09/2010, 10:25

9.2.11

Para pensar, uma linda poesia

Invictus

(Título Original: "Invictus")

Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.


Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.


Extraído do site da Casa de Cultura – links para a poesia aqui e aqui (tradução)

5.2.11

Poesia

O sonho e o sofrer

(ou Em busca da felicidade)

 

Princesa,

quisera eu poder ver-te,

e o tempo tivesse

para estar

bem junto a ti.

 

Princesa,

dá-me mais de teus carinhos,

para que eu possa viver

o tempo

que jamais vivi.

 

Princesa,

dá-me mais dos teus destinos,

para então ajudar-te

a entender o que escrevi.

 

Princesa,

dá-me a vida que eu não tive,

caminheiro errante,

desde quando nasci.

 

Princesa

dá-me a luz que há em teus olhos,

pois ando tão só no mundo,

nesse mundo que escolhi.

 

Princesa,

dá-me mais do teu sorriso,

para que eu seja feliz,

no caminho que entendi.

 

Princesa,

explica-me

o que é felicidade?

Assim, querida princesa,

posso dizer-te

o que já vi.

 

Pois, princesa,

a tal da felicidade

estará sempre mui perto,

pois foi nisto que eu cri.

 

Princesa,

a felicidade existe.

 

Sei que em teus caminhos

encontraste tristezas,

dificuldades,

desilusões,

choro e dor.

 

Mas, princesa,

a felicidade está em todos os caminhos

por onde passamos.

 

Procure a felicidade, princesa,

e a encontrará,

pois, em todo canto que andares,

haverá motivos para estar feliz.

 

E quem me dera ver-te feliz sempre e sempre,

minha doce princesa.

 

Sempre ...

… e sempre …

feliz.

fps, data desconhecida