26.7.12

Poesia

Resistência
Loucas são as horas
em que alguém te oferece
o beijo da morte,
e você resiste:
não, não, não, não, NÃO!!!
Loucos, insanos desejos,
que flutuam, lívidos,
e que ressoam no ar.
E você insiste:
não, não, não, não, não ...
Loucas,
furiosas são as loucuras da alma,
do pecado, luxúria, e mel.
E você: não, não, não ... não ...
Loucuras,
insanidades mil que te aguardam,
coisas que te fazem pedir perdão a Deus.
Ás vezes, em vão.
E ao longe,
murmúrios se ouvem,
das suas loucuras.

Numa imensa súplica,
respondida com o mantra,
que ecoa:
não ...

não ...

não ...

não ...

não, não, não ...

... não ...

... não, não ...

Não.
fps, 03/08/2011, 18:00

25.7.12

Reflexões filosóficas …

“Quer descobrir onde está a verdadeira motivação de um homem?

Está em duas coisas: pelo que um homem mataria, e por quem ele morreria.”

fps, 07/05/2011, 20:57

18.7.12

Prosa … gosto dessa …

Ressaca

Durante o dia, sonhos estranhos vagueiam a vida dos homens e mulheres que vivem de noite, a cruzar o espaço de um mundo sombrio.

São sonhos malditos, compostos de nuvens escuras, brilhos fortes, claros como o sol, grandiosas combinações de delírios e vontades, vidas vividas, coisas não ditas, palavras escuras, e muita emoção.

E, com ele, não seria diferente.

Havia passado a noite em claro, vagabundeando feliz e sorridente por entre os becos escuros da noite da cidade - noite esta que guarda a emoção do sorriso fácil, do grande cinismo, da vida feliz que se procura nos cantos, sem encontrá-la, sem nem ao menos achar algo que o fizesse esquecer os dias chatos que sempre vivia.

Que grande noite havia sido aquela!

Bebera, comera, de mulheres se fartara, até mesmo enfastiado estava, tanto havia aprontado, tanto havia vivido.

E, ao mesmo tempo, tão só se sentia, como se lhe faltasse alguma coisa que o fizesse sentir bem consigo mesmo.

Valera a pena tudo aquilo ?

Quer dizer, será que tinha sido bom ?

Olhava, dentro de si mesmo, para aquilo que era.

Sentia-se vazio, apesar de tranquilo.

Relaxado, talvez, seria a melhor palavra para definir seu estado de espírito, naqueles breves momentos que antecediam o raiar do sol.

A que horas teria voltado à sua casa ?

Três, quatro, quatro e meia ?

Não se lembrava, também não importava muito - teria que acordar, mais cedo ou mais tarde, para viver o real, o trabalho sofrido, as chagas do dia, a dureza do sol, sol que ele odiava, mas que também temia, e que o fazia sentir a necessidade de acordar.

Valera a pena ?

Para ele, valeu.

Pois para ele, viver era estar assim, intensamente, tentando fazer da vida uma grande loucura nas brincadeiras do destino.

Valeu, sim.

Outra hora, faremos de novo, e de novo, de novo, de novo, até o fim, quando tudo perder-se, e a vida se tornar, para ele, uma vaga lembrança daquilo que ele foi, e do que teria sido.

E do que ele viveu.

fps, 04/01/1996

17.7.12

Declaração de amor, meio prosa, meio poesia

 

100_0732

Quer saber REALMENTE o que sou sem você, sem teus beijos, teu calor, teu sabor?

Pergunte para as casas de nossa rua, que não me viram dormir direito, em nenhum momento, desde que fiquei sem você.
 
Pergunte para minhas olheiras fundas, meu coração apertado, minha voz que nem disfarça o cansaço de quem tenta dormir (e não consegue), porque falta um espaço naquela cama que só você consegue ocupar direito.
 
Ah, pergunte também aos meus sapatos, que me levam a todos os lugares, mas assistem ao meu andar, sem cessar, para lugar nenhum, e para todos os lugares, só para fugir do que sempre esteve dentro de mim.
 
...
 
Vou dormir, para sonhar contigo.
 
Porque, quando sonho contigo, estou em paz.
 
Te amo.
 
fps, 17/07, 19:40