29.10.18

Reflexão estúpida sobre a política e a mídia

Enquanto os mensalões e petrolões destruíam parcelas relevantes da política brasileira, o que a mídia (e as elites pensantes brasileiras) faziam? Ignoravam o que estava acontecendo diante delas, saudando efusivamente o que achavam ser "os bons ventos da honestidade" chegando à nossa esfera pública.

O resultado está diante dos nossos olhos. Bolsonaro é fruto de uma imprensa que demoniza toda e qualquer prática política, mesmo que esta seja indispensável à nossa vivência democrática. O país dos conchavos de Brasília é aquele no qual eleitores dão procuração para supostos safados cuidarem de trazer recursos para suas regiões, valorizando quem tem "poder" para fazer isso.

Ora, poder vem de onde?

Dos cargos. Das verbas. Do Orçamento. De tudo o que mexe com dinheiro.

Tornar isso coisa do "demônio" só cristaliza no eleitor das cidades a ideia de que o certo, para o Brasil, seria um governo de especialistas, pronto a decidir "o melhor para o povo". Um governo positivista, tecnocrático, de gente abnegada que faz tudo pelo bem comum.

Um governo... positivista? Comunista? Fascista? Autoritário?

Tudo isso - mas "do bem".

Ou melhor, do bem para o "cidadão de bem".

Não tem como dar certo. Nem no passado, nem hoje.

28.10.18

E acabou...

Presidente Bolsonaro: e agora?

E agora... nada.

O Brasil não vai virar o Chile de Pinochet, assim como não se tornaria a Venezuela de Maduro se Fernando Haddad vencesse as eleições. Falta o "it", aquela mudança drástica que concentra poderes nas mãos de um governante - e ele não existe hoje.

Uma coisa, porém, é quase certa: Bolsonaro não vai ter a mão branda com esquerdistas com a benevolência dos governos petistas. Ele não foi eleito para isso - assim como também não foi eleito para compactuar com o progressismo besta das universidades e programas "globíferos".

"Bolso" foi eleito para radicalizar o capitalismo, ser o liberal-conservador à moda brasileira. Capitaliza o sentimento difuso de que os democratas de esquerda falharam na construção de um país melhor - e que sempre foi alimentado por desculpas vazias, do tipo "os políticos nunca farão isso", e por exemplos que dificilmente se adequariam à realidade brasileira (como o Chile, de meia dúzia de produtos de exportação, que pode ser liberal ao extremo e não tem previdência social).

Pode ser que em um ano Bolsonaro se mostre uma fraude. Pode ser que ele vire o nosso Trump, ou que fique no meio do caminho, como o bufão Berlusconi.

Entretanto, sosseguem. O Brasil não vai morrer por causa de quatro anos de um governo de direita.

E ainda não aconteceu... "aquilo" (que poderia ter ocorrido, aliás, num governo do PT).

...

Da rua, Lula deve estar olhando a janela. Está escuro - e frio. E vai continuar assim.

22.10.18

Poesia: Sonho de um domingo pré-horário de verão



Sonho de um domingo pré-horário de verão

Acordo, suado,
pensando besteira,
falando bobeira,
querendo te amar.

Permaneço insone.

A noite, percebo,
é fria, gostosa,
a cama me chama,
mas esse luar...

Permaneço insone.

O sono me toma.
O sangue me ferve.
O frio é gostoso,
mas o meu sonhar...

... aceso me faz.

Devo dormir. 
Sonhar.
Contigo.
É o que me resta.

Mas vai demorar.

fps, 22/10/2018, 00:06

6.10.18

Para pensar

"Jamais atribua à malícia/maldade o que pode ser adequadamente explicado pela estupidez."

Robert J. Hanlon