13.12.18

A conversão de alguém merece respeito. Sempre.



Quem é evangélico, muitas vezes, se lembra com detalhes do momento em que aceitou a Jesus Cristo como salvador de sua vida. Chora, relembrando dores e sofrimentos (ou a constatação da inutilidade de uma vida inteira), tendo aquele momento como seu novo nascimento, tamanha a emoção que sente.

Aquele que desrespeita o momento de uma conversão - QUALQUER UM - merece todo o desprezo possível. Não venha me dizer "ah, eu sou de uma minoria xyz, eu sou desrespeitado e exijo respeito": você NÃO PASSOU pelo sofrimento e angústia emocional que precede experiências desse tipo (ainda mais aquelas que a ministra relatou).

Deus salvou a Ministra da morte, dando-lhe VIDA - presente, num primeiro momento e, quem sabe, eterna. Esses pedaços de lixo tóxico, coitados, jamais entenderão o que é isso.

Perdoai-os, Senhor. Perdoai-os.

Para pensar

"Tente entender este ponto. Se suas ações forem contra sua vontade, você estará no inferno mesmo estando no paraíso. Mas, seguindo o curso natural do seu ser, você estará no paraíso mesmo estando no inferno.
O paraíso é onde o seu verdadeiro ser floresce.
O inferno é onde você é subjugado e alguma outra coisa lhe é imposta" 
(Osho, Autobiografia de um místico espiritualmente incorreto, p. 33/50 da versão eletrônica).

4.12.18

Sobre cachorros espancados, sujeira de bichinhos e a raiva que isso dá


Como o bonde voltou a Barcelona - republicado



A lamentação se sucede, volta e meia, nos círculos pseudo-saudosistas paulistanos: 'se não tivéssemos retirado o bonde de São Paulo tudo seria diferente'. O saudosismo, um tanto quanto duvidoso (já que a grande cidade naquela época era pouco maior que a Fartura dos meus pais e quatro vezes menor que a Divinópolis de minha esposa), reflete uma vontade incontida desse tipo de cidadão paulistano em achar que o passado sempre foi melhor do que os dias de hoje, e de sonhar com um futuro em que possamos ter uma cidade mais planejada, mais ordeira e, indiretamente, mais humana.

Descontado o fato de que as grandes cidades do mundo quase nunca tem um crescimento ordenado, e que o progresso é efetuado não só pelas demandas de Estado mas pelos cidadãos e seus preconceitos (como andar de carro para ir à esquina buscar pão), é verdade que o passado nos fascina e nos surpreende; mas uma pequena repassada em livros como 'Brás, Bexiga e Barra Funda' mostra que o passado também tinha seus defeitos, e deslizes, e que, de uma certa maneira, o futuro já se desenhava por trás de caminhos tortuosos, indústrias, crescimento e burburinho.

Mas nem tudo é largado no passado: e foi com esse espanto que eu li como o bonde voltou a Barcelona.
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E, não, isso não é um texto fictício - Barcelona, a grande cidade espanhola, teve bondes (tramvias) durante boa parte de sua história, mas durante a década de 70 fechou todas as linhas de transporte por trilhos nas ruas à exceção do Tramvia Blau, uma linha turística. O objetivo do prefeito da época, indicado pelo ditador Francisco Franco (que Deus o tenha no inferno), era o mesmo que levou ao fim dos bondes em São Paulo: liberar espaço para os carros e projetar novos planos para o transporte público - ou seja, 'implantação do metrô'.
Entretanto, o plano não deu certo, e em 1984 Barcelona possuia somente duas linhas de metrô; de tal forma que, em 1987, iniciaram-se os primeiros projetos para o retorno ao bonde naquela cidade - e, em 1997, chegava à capital catalã o primeiro 'tramvia' moderno, que reimplantou os bondes na cidade com relativo sucesso (embora, agora, como Veículos Leves sobre Trilhos, os VLT´s), devidamente integrados aos trens e às linhas de metrô que fizeram.

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Vendo as fotos do site de uma associação de usuários de transporte coletivo da Catalunha, me pergunto como é que ninguém pensou nessa solução ainda. Vale lembrar que o corredor de ônibus da Av. Santo Amaro nada mais é que o espaço onde funcionava a maior linha de bonde da cidade, e que as linhas de trólebus são herdeiras diretas do final dos bondes na cidade, que foi uma decisão correta no ambiente dos anos 60 mas que não resistiu ao tempo e à pressão.
Infelizmente, parece-me que vamos gastar muito tempo e dinheiro com linhas de metrô e tentando aumentar o ônibus antes de dar um transporte decente e de qualidade - mas, para você ver imagens e documentos a respeito de como uma cidade pode dar a volta por cima em termos de transporte, visite o site que fala do bonde em Barcelona: www.tramvia.org.
(e, se desejar, visite também o site do Museu dos Transportes, da SP-Trans, para ver as boas imagens do paassado: http://www.sptrans.com.br/new05/conteudos/historia/museu.htm).