Luciana
Nada
pode se comparar aos dias em que tive Luciana comigo. Seus olhos, sua boca, o
doce andar de seu corpo gracioso passando cantante na areia, em dias de sol - e
que faziam este corpo moreno e bronzeado mostrar seu valor, com a brisa do mar
cintilando, brincando com o ar, fazendo sorrir seus cabelos bonitos, e longos,
e finos, de uma textura agradável aos olhos - e bem mais, ao tocar.
Oh,
Luciana querida, como te quis ao meu lado, sorrindo adoidado, seu corpo
“caliente” fazendo em mim tudo aquilo que eu pude - e até o que não podia, já
que eu era um louco, um imenso maluco, a te procurar dentro em mim, sem no
entanto tentar te encontrar, ou mesmo te entender.
Reencontrei-a
em um bar. Estava alegre, contente. Como sempre, sorridente. Sorria p´ro mar e
p´ra vida, sorria bastante, sorria demais, sem cessar. Sorria contente, não
sabia o porquê. No entanto seus olhos já não eram os mesmos, pareciam simples
sombras do que eu já vira um dia ali.
Outros
homens passaram, e a possuiram, também magoando seu pobre coração. Já não via
nela aquela menina, cabelos ao vento, cuja tal beleza espantava os homens e
fazia meu corpo feliz. Era agora mulher - uma mulher rebelde, bem mais
preocupada, menos preparada para a vida do que aquela que eu já sentia em mim.
Sentia,
naquele momento, a vontade de dizer muitas coisas - o quanto a queria, e o
quanto sofri. Mas apenas um tempo, e me veio à cabeça o que tinha que ser.
Vá
então, Luciana. Procure seus amores. Procure os encantos, os novos, os velhos,
aqueles que a vida então lhe dará. Não procure em mim aquela tal pessoa que
você conheceu - já não és mais a mesma, pois em teus lindos olhos, querida
Luciana, só vejo a tristeza de quem já amou - mas que nunca tentou - conhecer
os segredos da vida tão linda que temos em nós.
fps, 27/08/1996
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