Ciência e Tecnologia já foi da Indústria e Comércio. Hoje, é das Comunicações, não sei por que.
Reforma Agrária era Ministério, virou secretaria, talvez volte.
Pesca já foi tarde, Igualdade Racial foi (e deixou de ser).
Políticas para as Mulheres, Cidadania, Direitos Humanos, e até Banco Central e CGU tinham ministros (embora fossem, de fato, secretarias especiais, "de porcaria nenhuma", para atender a grupos específicos e dar a seus ocupantes foro privilegiado).
Já foram 26, o governo petista subiu para 39, e agora, serão 24, com a volta da Cultura ao "primeiro time". Seria leviano dizer que é desperdício ter tanto Ministério - mas não deixa de ser frustrante perceber que todos querem reduzir a máquina pública, desde que não mexa no seu quinhão.
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Criam-se pastas ministeriais no Brasil para dizer que se está dando atenção a uma determinada área do governo. Dilma Rousseff, diga-se de passagem, sonhava com 18 ministérios (um a mais do que os 17 prédios da Esplanada), mas nunca conseguiu levar isso adiante - assim como Michel Temer.
Tal ocorre, aliás, por um singelo motivo: os "queridinhos de plantão" sempre acham que é a SUA área que merece ser privilegiada com um Ministério-de-Qualquer-Coisa, um ministro (com os privilégios) e um naco do orçamento separado para os seus projetos.
Um afago no ego tremendo, uma prova de que a área está tendo algum valor.
Mas só na teoria. Porque, na prática, o que acontece é um tremendo desperdício.
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O problema de se achar que todas as áreas possíveis merecem um Ministério é que ninguém consegue garantir que suas demandas serão atendidas do jeito certo, principalmente porque os cargos de primeiro escalão são indicados em 99% dos casos por critérios políticos.
Em tese é muito melhor ter um ministro político, coordenando a área, e secretarias executivas com técnicos que saibam o que estão fazendo - além de áreas administrativas conjuntas (o mesmo motorista dando apoio à Educação e Cultura, por exemplo).
Otimização de recursos, que a iniciativa privada conhece tão bem - e que o Estado costuma desprezar, porque cada um acha que a sua área é importante, e merece um Ministro para ser o seu "aspone".
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Cultura voltará a ser Ministério, na terça (isso se o Temer não recuar de novo do recuo). Entretanto, as políticas culturais não serão mais valorizadas por causa disso - assim como a Secretaria de Direitos Humanos não será menor por ser secretaria, mas por ter uma pessoa do gabarito de Flávia Piovesan no seu comando (talvez uma das poucas que pode bater de frente com Alexandre de Moraes).
"- Mas temos um Ministro da Cultura!!!!"
Grande coisa ...
... de que adianta ter um Ministério se o povo achar que todo artista é um mimado, que só quer mamar nas tetas gordas do governo, gastando o nosso dinheiro em coisas sem sentido algum?
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