17.10.21

Panorama da pandemia: poderia ter sido diferente?

Nosso governante é um banana e não deveria ter sido negacionista.

Tendo começado esse "post" com algo tão óbvio quanto o céu azul de um dia de calor, vamos para a primeira polêmica: ao contrário do senso comum nas hostes oposicionistas, não dá para dizer que outro governante faria melhor do que Bolsonaro está fazendo (ou deixando de fazer). 

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Se fosse o PT, por exemplo, teríamos embarcado no sonho da vacina 100% nacional, e esse "minha vacina (cubana) minha vida" faria os defensores dos laboratórios americanos subirem nas tamancas com a mesma ênfase com a qual condenam a Prevent Senior - cujo único crime, no frigir dos ovos, foi tratar o cliente do plano de saúde da forma que este pediu.

Quer dizer, da forma que o cliente MANDOU - pois é isso que plano de saúde faz.

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Por semelhante modo, outra conclusão polêmica: é mais fácil controlar uma pandemia quando o governante realmente pode te trancar em casa, seja ameaçando por prisão ou por multas pesadas. Nesse contexto, o Brasil e os brasileiros foram de uma burrice ímpar, discutindo a todo tempo se a economia valia mais do que as vidas (algo que equivale a perguntar ao cidadão se ele prefere morrer pela peste, hoje, ou pela fome, a longo prazo), e se esquecendo de que seria preciso muito mais do que impor barreiras no trânsito para que o trabalhador mediano ficasse em casa, à míngua.

A vantagem, por outro lado, é que quem não pode ficar em casa não tem frescura para tomar picada: o país do Zé Gotinha mostrou que é mais esperto do que o seu Presidente - e se vacinou.

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Quanto ao "mito"... bom, ele governa para os 30% de "minions", vive por eles e morrerá por causa deles, os que acham frescura dar auxílio emergencial a granel em troca de "lockdown" eterno. Está sendo atrapalhado pelos surtos de liberalismo, que fazem o agronegócio prosperar como nunca - mas tem uma sorte imensa, pois os únicos que os crucificam são os que jamais votariam nele.

Bolsonaro é uma anta, perdeu apoio entre a população por ter deixado a inflação correr solta - mas, num paradoxo dos tempos em que vivemos, tem o caminho para 2022 facilitado porque não há terceira via viável. Aliás, como haver alternativas, se todo mundo que se oferece para combater Lula e o "mito" tem que, por exigências da mídia e da elite pensante, ser absolutamente... sem sal?

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Este escriba acredita piamente que ditaduras se deram melhor do que democracias no controle da pandemia, e que, por motivo semelhante, países parlamentaristas se deram melhor que os presidencialistas, já que que discordar do primeiro-ministro por qualquer coisa causa crise institucional séria (voto de desconfiança, antecipação de eleições e outras coisas indesejáveis para o parlamento).

Quem manda não pede, e quem tem poder de comando impõe a ordem - principalmente quando só uma pessoa tem o poder, como nos Estados unitários, que levaram vantagem sobre as federações e suas discussões intermináveis entre iguais (fora as questões sobre competência, que fizeram o STF "humilhar" Bolsonaro e levar, em troca, a maior desculpa esfarrapada da História republicana, "eu queria fazer alguma coisa mas o STF não deixa" por parte do "mito").

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Poderia ter sido diferente? Poderíamos ter nos saído melhor, com menos mortes? Talvez, MAS...

... mas o mais provável é que continuaríamos agindo na pandemia como um país de pessoas que falam muito e fazem pouco, de muita discussão, bastante politicagem e pouca atitude, de arroubos espetaculares de alguns (como a Coronavac) e muitas atitudes egoístas, de todos os lados. Uma federação na qual os entes não entram em consenso, e que é salva, quase sempre, pelas atitudes individuais de pessoas comuns, que fazem o que é necessário, quando se precisa.

Estamos saindo da pandemia porque o povo está usando máscara, tomando alguns cuidados, se vacinando - e porque, para nossa sorte, o coquetel utilizado aqui segurou a "delta". A economia está arrasada, assim como a do mundo todo, mas aos poucos os que querem produzir estão correndo atrás das oportunidades, principalmente porque... não tem alternativa.

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O Brasil sempre foi para a frente por causa das necessidades de seu povo. Não será diferente agora.

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