20.9.22

Celtic, Rangers e Bolsonaro em Londres, ou Lula em Curitiba: (quase) tudo a ver


 "Se você odeia a família real, bata palmas". 

Foi assim que o Celtic, da Escócia, mostrou que não dava a mínima para a morte de Elizabeth II, atitude reforçada pelo "F...-se a Coroa" que a torcida ostentava em uma faixa em jogos anteriores.

Celtic, católico e pró-Escócia soberana, contra Rangers, protestante e a favor do Reino Unido - uma rivalidade que parece tosca (e é, como todas as rivalidades cegas), mas reflete posicionamentos políticos para além das quatro linhas.

Mais ou menos como o que Bolsonaro e seus seguidores tem feito, em Londres e na ONU, ou como faziam os seguidores de Lula nos tempos da prisão deste em Curitiba.

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Ultimamente a vontade tem sido parar o mundo e pedir para descer, mas não dá para fazer isso de uma maneira fácil. Elegeram Bolsonaro porque ele era sem noção, esquecendo-se de que o Brasil teria uma imagem a zelar lá fora - e o resultado está aí, refletido em vexames internacionais, que se repetem continuamente aos olhos do Brasil e do mundo.

"Mas não falaram nada quando a Dilma, o Lula, o PT...".

Bem, desculpe afirmar, mas a mídia fazia suas críticas nos tempos antigos. O que ela não fazia era demonstrar vergonha pelas atitudes do governo - porque elas eram, em regra, feitas dentro do território brasileiro (Dilma ensaiou falar do golpe na ONU, mas, para a sorte do país, recuou).

E, de fato, o PT é sem noção, mas Lula e Dilma tinham um pouco de vergonha na cara. No caso de sua versão direitista, Bolsonaro não tem decoro e os "minions" não querem que ele tenha.

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O Brasil está chegando ao final de um longo churrasco de fim de semana, que começou em 2018, sendo pilotado por um tiozão que sabia manipular a grelha mas só falava besteira, uma coisa mais inoportuna do que a outra. Agora, em 2022, as últimas carnes estão saindo do forno, o que restou está sendo juntado em "marmitinhas", algumas coisas vão virar farofa em um futuro breve...

... mas o tiozão insiste que vai ficar na grelha por um bom tempo. Ele não sabe, mas quando o churrasco acabar lhe darão um "tchau, vá com Deus" - e não vão lhe convidar para novos eventos, preferindo deixar o controle da churrasqueira na mão de alguém mais, digamos... experiente.

Se ele vai cuidar bem do churrasco, não sei. Aliás, esse seria um excelente assunto para outro texto - que este escriba deve publicar, assim que a inspiração bater de novo.

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