15.6.24

Direitos da mulher vs direitos do não-nascido parte II: o papo de doidos em que todos acham que estão com a razão...


O PL 1904/24, resposta exageradíssima à decisão do STF que sustou decisão do Conselho Federal de Medicina que proibia a realização de assistolia fetal em fetos com mais de 22 semanas de gestação, gerou um festival de declarações em que todos falam a sua verdade, para as suas paredes - e crendo que estão vencendo a discussão contra os "inimigos" da vez. 

O evangélico que acredita que a vida nasce no zigoto apoiaria com gosto pena de morte para estuprador e proteção para a vida desde o momento da concepção, ao passo que o progressista - grupo no qual a maioria esmagadora de seus membros vê o embrião como um amontoado de células e Deus como um conto de fadas - julga absurdo preservar o fruto de um estupro (por não achar aquilo vida) e hediondo condenar alguém à morte, ainda que suas atitudes tenham justificado o apodo de "lixo humano".

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A maior estupidez, contudo, é achar que números e estatísticas colhidas no calor da batalha servem como argumento quando princípios religiosos estão do outro lado. Quando os dados se contrapõem à Bíblia, fique com a Bíblia: esse é o argumento do cristão fervoroso, ainda mais considerando-se as penas para estupro no Antigo Testamento combinadas com a forma de se ver filhos naquela época.

Quem apresentou esse Projeto realmente não é digno de ser levado a sério, mas conseguiu algo bastante relevante: expôs a ira da elite progressista, aquela que manda nos costumes do país via "tapetão do bem", fortalecendo o papel do Congresso como lugar de discussões relevantes para a base da sociedade.

Não duvide que a direita perca nas redes, e nas discussões de elite - para ganhar entre o povo. Afinal de contas, para a Bíblia não se cogitava abortar "dádivas de Deus" (nem em sonho).

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