Muitos pastores e mestres do tradicionalismo evangélico costumam escrever cartas ao povo - basta pesquisar na internet e você verá "receitas de bolo" de todo tipo, com diversos textos da Palavra de Deus correlacionados entre si explicando o porquê da vida ser como ela é.
Documentos religiosos, porém, não vão ao âmago das questões nas quais os seres humanos se envolvem, ainda mais por causa dos naturais pudores que aparecem quando várias questões metafísicas se colocam diante de nós - e, mais ainda, quando temos certeza de que a resposta não nos agrada. Como explicar, por exemplo, que o povo judeu vilipendiado pelo nazismo tenha se tornado, de uma certa forma, em algoz de outro povo, com a chancela de grupos que acreditam estar antecipando a volta de seu Messias?
É a mesma pergunta que se faz quando, na vida pessoal, alguém que amamos morre sem ter encerrado parte importante de sua existência. Os espíritas creem numa segunda chance, budistas e hindus são mais específicos ainda quanto à reencarnação; mas para os cristãos protestantes não há meio termo, purgatório ou Auto da Compadecida que possa ajudar os incrédulos - e isso dói, para os que creem.
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Tais reflexões vieram a calhar quando li este tuíte aqui, elencando os motivos pelos quais a pessoa não gostaria de ir para o Céu cristão, lar celestial reservado no pós vida para aqueles que acreditam no Deus monoteísta abraâmico tendo como alicerce a fé em Jesus Cristo, tido por estes como Salvador - aliás, lamento por escrever desta forma, mas em tempos toscos como os atuais é bastante razoável que se escreva aos orgulhosos ateus e progressistas de uma forma que eles não se sintam ofendidos.
Pois bem... esse "post" do "X" resume bem o que se pode dizer aos cristãos sobre o comportamento ateu-agnóstico-progressista-científico dos tempos atuais. Dissecando o texto, do que entendi: o progressista do século XXI conhece o cristianismo melhor do que a maioria dos cristãos, mas tem ódio do que isso significa, seja porque não vê evidências sobre a existência de um Céu e um Paraíso, ou porque não vê vantagem alguma em estar na morada eterna, ou, ainda, porque vê muito mais vantagem em ser humano e viver intensamente do que em esperar um porvir que não sabe se chegará.
O que essa pessoa (e muitos progressistas) não entendem deveria ser óbvio, mas, vá lá: o Céu só faz sentido para quem realmente acredita nele, tendo certeza de que estará no Paraíso, e de que vai gozar da presença de seu Deus eternamente. Isso só tem algum proveito para quem tem FÉ e CERTEZA do que virá, algo que é dificílimo de se explicar para quem só acredita no que vê, seja por tratados científicos ou matérias jornalísticas a respeito de invenções revolucionárias do ser humano - o mesmo animal que muitos, nestes tempos modernos, consideram a pior espécie que ocupa este planeta.
(apesar de, num paradoxo, também salvar muitas espécies da extinção imediata)
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O ser humano é capaz do pior e do melhor. Guerra, peste e fome; paz, vacinas e abundância.
Só não foi capaz de deter a morte, nem de explicar o que ocorre após ela, ainda que desenvolvesse teorias diversas a respeito, tão metafísicas quanto o mundo ao seu redor. A religião, nesses contextos, ajuda a explicar o mundo - e dá um norte para o ser humano, tão carente de respostas, que não consegue encontrar numa conta singela como "1 + 1".
Ou "1 + i" - e cabe aqui uma explicação: o ser humano conseguiu quantificar números de todo tipo, mas não conseguiu entender como se calcula a raiz quadrada de -1. Como não conseguiu, determinou uma nova categoria, a dos números imaginários, e chamou esse número de "i"...
... ou, como um religioso explicaria, o matemático teve fé de que esse número inexistente poderia ser representado como "i". Fé, no frigir dos ovos, é considerar um pressuposto - e acreditar nele.
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Faltou alguma coisa nesse texto?
Sim, o que está no título do "post": o que eu queria ter dito a uma pessoa que passou por grande tristeza recentemente - e a tantas pessoas nessa situação. Aliás, é tão simples dizer isso...
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Quando rio, sei que Deus está comigo;
quando choro, também.
Quando as certezas me faltam, porém,
apenas faço o que me ensinaram, desde a infância.
Oro, sinto, penso, reflito...
...e sigo em frente, pois ELE ESTÁ COMIGO.
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