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4.6.21

Eis o mundo do século XXI...

... no qual minha esposa e eu vamos criar nossa filha... 

... no qual uma parte da sociedade despreza Deus, enaltece o homem, vive em trisais ou quadrisais, tem filhos com o próprio sexo e condena qualquer tipo de luta pelo tradicional... 

em busca do caos...

E, no meio disso:

  • um vírus travando o trânsito mundial;
  • só 10% do mundo vacinado, concentrado nos países ricos;
  • e os países rachando, fechados em si mesmos, divididos entre uma elite confinada, vivendo num "home office" sem fim, e um povo que continua agindo como povo, desprotegido contra a morte.
Nada como esse admirável mundo novo, de normalidade absolutamente anormal...

8.9.20

Poesia, ou prosa poética

Sinto falta
da selvageria de teu sexo louco e insano,
sem consequências além de uma boa noite de sono.

Cadê você? Me dá um sinal.

Me dá.
Me dá, me dá, ME DÁ...

... só um pouquinho...


fps, 01/02, 15:00

31.10.19

Poesia: sem nome, nexo, ou eixo

Querendo,
sacudo-te, em minha mente,
tentando esquecer
do quão perto (e quão longe) estás.

Masturbo-me, consciente
de que no fundo queria
arrancar tua roupa com os dentes.

Meu eixo não permite
dizer o que sinto:

não quero fazer amor, quero sexo.

Quente.

fps, 31/10/2019, 01:35

3.1.18

Para pensar - Pedricovick. (via adesejar)

A vida seria bem melhor se o único sentido da palavra foder fosse relacionada ao sexo.
Pedricovick. (via adesejar) http://ift.tt/2CA2hOC
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2.8.17

Prosa: Vida, real. Na real.

Deixe-me dizer uma coisa, meu chapa: o mundo está pouco se lixando para sua tese de doutorado sobre as foquinhas verdes da Antártida. 

Ninguém quer saber da sua opinião sobre o governo Temer, ou sobre as suas experiências sobre sexo tântrico (que, aliás, nem deveriam ser ditas publicamente). Ninguém quer ver pela milésima vez sua foto na Disney abraçando o Mickey, ou seu olhar de satisfação orgásmica no momento em que você desceu o KY (ou seria K2? Ah, dane-se, é tudo pico mesmo...).

Ninguém quer ouvir sua explicação profunda sobre o "eu". Aliás, ninguém quer ficar escutando sua auto-bajulação ensimesmada.

Mas... ah... todo mundo quer ver o sorriso de uma criança.

Talvez porque ela é espontânea em sua risada, talvez porque seja gostoso se embebedar da sinceridade do olhar de um bebezinho.

Mas talvez - só talvez - porque não é falsa, nem mesquinha.

Abs, flw, vlw. Ciao.

fps, 31/07, 14:48

28.7.17

Mais um pitaco rápido - 28/07/2017


Antes de imaginar "claro, foi porque ela é negra", sempre me passa pela cabeça: como ela estava vestida? Brasileiro tem o péssimo hábito de imaginar que doutores tem que estar vestidos à caráter, terno e gravata para os homens e tailleur (ou terninho) para as mulheres - ainda que dinheiro não esteja estampado na roupa que se veste.


Isso os "lacradores" não perceberam. Ainda.

28.5.16

Século XIX ...


Não tenho pena de "mané". 

Homem que vai para baile funk, via de regra, procura farra do pior tipo - bebida, drogas, sexo, "zueira". Se há quem se meta a currar uma garota que está fora de si, também deve assumir a responsabilidade (e a pena) de quem vive em uma terra onde a navalha do chefe é a lei.

...

Notícias dão conta que o dono do morro onde aconteceu o estupro coletivo mandou matar os 33. Foi mais rápido que o devido processo legal, que não encontrou provas suficientes do crime.

Foi, também, no ritmo ideal de sites como o "Sensacionalista" e outros, para os quais, em tese, bastaria a palavra da mulher para comprovar o estupro. Sem processo, sem coleta de evidências, sem nada que pudesse realmente desenhar o que ocorreu naquele dia.

Foi, também, aquilo que sítios como o Dr. Pepper insinuaram que deveria ser feito - e melhor até do que o Bolsonaro, aquele da castração química e da pena de morte para estuprador, teria feito.

...

O morro não tem papo. Atrapalha os negócios? Tchau.

Desse ponto de vista, dá para entender porque o traficante está sendo tão rápido. Muita polícia, entrando e saindo, atrapalha o "core business", a venda da droga.

Se alguém me atrapalha, eu tiro do caminho. Como nos tempos dos feudos, em que o soberano mandava na vida de todo mundo que lá estava.

Inclusive com direito à virgindade das esposas, tratadas como propriedade preciosa.

...

Alguém falou a este escriba que a nossa cultura em relação às mulheres refletia "uma mentalidade de século XIX". Bom, naquele tempo a honra das mulheres se confundia com o hímem intacto, e não se concebia uma mulher ter relações sexuais com outro homem que não seu marido.

Era um tempo, aliás, no qual sexo era "uma coisa suja", que mulher decente não fazia por vontade. Não vamos nos esquecer, há muitos relatos daquela época nos quais o verdadeiro amor não se encontrava nas casas de bem, mas nas ruas, com as "vadias". Algumas eram, inclusive, tidas e mantidas pelos de posses (as "teúdas e manteúdas", dos tempos de Tieta do Agreste).

Violar a honra de uma mulher era punido de foram severa, e a mera insinuação de que uma donzela tinha perdido "seu bem mais precioso" era motivo para um duelo. Deflorar uma virgem era motivo para que existisse o desejo de vingança, pelos parentes das vítimas, porque a mulher se reduzia, na época, a mero instrumento de procriação.

Supostos estupros, então, eram motivo para que o estuprador casasse com a vítima - ou encarar cadeia, talvez morte. 

...

Hoje, criminosos tratam estupradores como "mulherzinhas da cadeia", porque tem mães e filhas. Não aceitam que não respeite mulher, em uma mistura de humanidade com brutalidade que impressiona.

São mais rápidos que o Direito: este precisa de um procedimento, e de provas verdadeiras, para punir os culpados - geralmente com reclusão, que, para muitos, "não funciona", porque "pau que nasce torto não tem jeito".

Morre torto, nas mãos de criminosos que não tem o mínimo respeito por "processo penal".

...
A internet, em breve, estará vingada: os estupradores estão jurados de morte. Talvez isso possa ser um paradigma para que a "cultura do estupro" enfim seja combatida.

Ou não, porque o linchamento virtual continua à solta. Já há muitos que citam opressões na música, nas artes, que estas influenciam o "status quo" vigente - omo se tais coisas não mostrassem a realidade, da banalização extremada do sexo.

Que já existia há muito tempo - e está sendo combatida do pior jeito possível, tornando tudo isso em "opressão".

...

Caminhamos rapidamente para o século XIX em pleno século XXI - e, o que é pior, sem flerte, porque em breve isso será proibido nas relações entre gêneros.

Mas os estupradores continuarão por aí, firmes e fortes. E, com eles, o medo.

E a paranoia.


5.6.15

O que aprendi com Caitlyn Jenner? Que a futilidade vende - e MUITO.



E um super-homem americano, quem diria, "virou" mulher.

Tempos estranhos, e loucos, esses em que vivemos ... nos quais discursar pela igualdade de salários entre homens e mulheres, no Oscar, rende menos retorno (e dinheiro) que fazer uma pergunta boba sobre um vestido, se ele é branco e dourado ou preto e azul. 

Ou, suprema ironia, em que a foto de um traseiro "photoshopado" leva abaixo servidores de redes sociais, porque uma socialite que se achava fora de forma resolve posar nua. E ganhar dinheiro com isso.

...

A última das estripulias ligadas às Kardashian atende pelo nome de Caitlyn Jenner, o ex-padrasto de Kim e companhia limitada, que rompeu a crisálida na "Vanity Fair" desta semana

Jenner, máquina de ganhar dinheiro desde que foi medalha de ouro nas Olimpíadas de 76, quase Superman, três mulheres, quatro filhos, coadjuvante das enteadas em reality show, mudou da água para o vinho e "quebrou" pela terceira vez o mundo da internet, chegando ao cúmulo de ter conseguido mais seguidores no Twitter, em menos tempo, que o presidente Obama (e batendo seu recorde). 

Não é pouca coisa, convenhamos. Assim como não é pouca coisa o que se fala a respeito. 

Seja para defender e achar o máximo, como Judão:
"(...) Se fosse uma jogada de marketing, seria uma jogada muito boa, fazendo o mainstream discutir / exibir a transsexualidade. Ou transsexualismo, não sei — e aí, por mim, tudo bem."
Ou para criticar, ironizando e refletindo, como André Forastieri:
"Quando li pela primeira vez sobre a mudança de Bruce Jenner, pensei: é inveja do sucesso das filhas. Ele declarou várias vezes que jamais se sentiu atraído por outros homens e sempre foi heterossexual. Para completar, vota no Partido Republicano. Sempre foi, e continua sendo, cristão. E, minha opinião, é e sempre foi gay, mas gay enrustido, como tantos atletas machões."
Mas o que deveríamos nos perguntar é: porque perdemos tanto tempo com isso? Porque tanta saliva, tantos bits, bytes, tempo útil desperdiçado, para escrever sobre algo, efetivamente, não significa nada?

E a resposta é: porque vende. O fútil vende.

...

Nos tempos atuais, é mais interessante saber detalhes da vida das estrelas que incomodar-se com dúvidas filosóficas a respeito da vida e do mundo. Política é chato, futebol é motivo para briga, e religião, além de ser tradicionalmente questão de foro íntimo, virou atraso de vida, principalmente depois que os evangélicos foram escolhidos como bode expiatório dos retrocessos sociais.

O que resta? O filho da atriz "X" que aparece sorridente no castelo da revista "Y", a personalidade da mídia "Z" que abre sua casa para os fotógrafos, o cantor que aparece com nova namorada, a ex-esposa do cantor que surge com um namoradinho novo a toda hora ... essas coisas que não forçam o cérebro, nem são motivo para discussões acaloradas, ou brigas entre marido e mulher (salvo se o homem ficar olhando demais os atributos da Kim Kardashian, embora isso se resolva com uma noite fria na casinha do cachorro).

...

Futilidade é simples, fácil de entender, de observar e digerir. É como miojo: três minutos, na água, e você tem um prato de absoluto nada para forrar a barriga (ou o cérebro) até a próxima discussão sem sentido.

Se há uma coisa que podemos entender, nesses tempos bicudos de internet, é que, quanto mais procuramos por coisas sérias, mais nos afundamos em discussões sem vitoriosos, nem reflexões. Fica muito mais fácil conversar com o outro quando falamos da fofoca, da estorinha boba, do papo sem objetivo.

Para isso serve a matéria fútil: entretenimento. Pão e circo moderno.

Que as Kardashian (incluindo Caitlyn, porque não?) sabem produzir, e vender, muito bem.


P. S.: Depois de Caitlyn Jenner ser indicada para receber o prêmio Arthur Ashe pela coragem de "sair do armário" (ou explodi-lo, sei lá) uma voz inteligente surgiu no meio do temporal da ignorância.

Foi o filho de Tom Cruise, Connor, que reclamou da indicação falando o óbvio:
"“Sério? Ganhar o prêmio AA por coragem? Alguém vai subir no palco e gritar ‘pegadinha!’. Não me entendam mal. Façam o que vocês quiserem e não deixem ninguém impedi-los. Mas as pessoas estão levando isso a sério demais. Tem tantas coisas mais importantes que deveriam estar sendo discutidas... E MUITO MAIS PESSOAS IMPORTANTES que realmente merecem esse prêmio”."
Depois de ser crucificado pela "patrulha do bem", Connor deletou esse "twit". Merece aplausos, contudo, por dizer alguma coisa sensata em um mundo onde futilidade é tratada como pedra preciosa.

25.4.15

Poesia: Paradoxo do feminismo sem sentido



meu irritante desejo ao ler o mimimi feminista
é falar: "deixa, vocês acham que essa autoridade era legal".

...

tem gente que não sabe que ser preso por pensão
era fundamental quando mulher não saia à rua.

e que homem, quando ficava inválido, quebrava uma família.
não só a si mesmo.

levar o mundo nas costas é um legado 
se você tem caráter.

...

o mundo não é legal com quem tenta respeitar a si mesmo.

a marcha das vadias é uma bobagem,
feminista que se preza não anda pelada na rua.

periguete quer chamar a atenção.

estuprador é doido, vai para a cadeia,
e lá, não tem perdão.

porque bandido tem mulher, e mãe.

...

lucidez é o que falta na discussão misândrica.

ada foi a primeira programadora, mas babbage foi o pai do hardware.
e ambos programaram uma máquina que não existia.

ele faliu uma fidalga, ela morreu de câncer.

...

imaginar homens e mulheres em cantos separados
é como pensar na babaquice da vida.

ganhamos todos pouco, mulheres, menos ainda;
mas pior é que trabalhador barato é que conta para o mercado.

e quando vocês forem caras, terão emprego como pensam?

...

essas são reflexões desconectas, sem sentido.

mas que tem tudo a ver com o que sinto e leio.

...

funciona até a página dois, até a hora em que temos que ganhar dinheiro.

que não tem sexo ou cor, etnia ou gênero,
não tem coisa nenhuma.

...

e dá licença, que ela me chama.

fps, 25/04/15

10.12.13

Poesia: O que eu quero



quero sexo.

poeira, ascendente,
estrela, mar quente.

banho. 

de sol e de mar, de lua e céu.

quero amar.

sentimento no ar,
calor que enlouquece.

que desfalece.

quero comida.

furor,
do teu corpo, do meu.

saciar minha fome ...

quero tua pele, teu jeito, 
tua vontade, teu carinho, teu afeto, teu sonho, teu tesão,
sem pudores, sem doce ...

... sem medo ...

quero ... quero tanto ...

quero tanto te chamar de meu bem,
de meu querer, de meu ser, de meu amor, de meu tudo.

de meu tesão enlouquecedor ...

... quero saciar-me de amor, enlouquecer diante de ti ...

não quero rapunzel, presa na torre,
nem branca de neve, deitada a espera
de quem a leve ao castelo.

quero diana, afrodite, hera,
quero uma sereia.

quero ... quero ... 

quero você, somente você.

você ... você ...

você.

fps, 14/12/12, 01:31

27.11.13

O Lulu e a mania atual de reduzir tudo à lógica

Lulu, o programa do momento para a mulherada que quer dar nota aos homens, virou uma loucura. 

Todo mundo querendo qualificar os machos de plantão, e justificando-se com a "tradicional opressão" que as mulheres sempre receberam da sociedade. Esse que vos fala, inclusive, discutiu asperamente com uma feminista recentemente a respeito do dito cujo, só para depois perceber que tinha feito uma tremenda bobagem, dessas que, espero, não farei de novo tão cedo.

E tudo porque é uma imensa brincadeira. Que só quando levada a sério mostrará sua verdadeira face.

A da sandice, disfarçada de lógica.

...

Estava me perguntando recentemente se daria nota a alguém. Aliás, brincava dizendo que tal pessoa "merece nove e meio, porque dez, de fato, só a minha mulher".

Mas, particularmente, nunca consegui qualificar as pessoas dessa maneira. Nunca, porque o conteúdo para mim sempre falou mais alto, e porque o contexto geral sempre foi mais importante.

Porque, não sei.  Talvez porque eu seja um romântico incorrigível, ou discreto demais.

Ou, talvez, porque era do tempo em que "nerd" era motivo de chacota, e não de orgulho. E, se tivesse festa de formatura, moça nenhuma aceitaria um convite meu para o baile.

Disso eu tenho certeza.

...

Nossa tendência a escolher o errado, seja entre homens ou mulheres, nos leva a fazer bobagens. Uma delas é tratar o sexo oposto como se ele fosse cheio de comparações; outra, pior ainda, é imaginar que por conta de alguns um gênero inteiro possa ser qualificado como tal.

É reduzir à lógica sentimentos, é fazer de tudo um discurso chato e cansativo contra o oprimido. É procurar oprimidos onde eles não existem, é achar que tudo deve ser qualificado de forma precisa e quantitativa.

E não pela qualidade. E não pela emoção.

...

Tenho medo de que num futuro próximo as pessoas queiram transformar tudo em números, ou em escolhas diretas; que as mulheres queiram se pintar de oprimidas eternas para aprontar das suas, e que os homens percam totalmente o respeito por si mesmos, já que pelas mulheres já perderam faz tempo.

Tenho medo do nivelar por baixo, medo do fim da mulher virtuosa, e do homem que tinha orgulho de ser homem, e não escória humana.

Tenho medo de tudo isso estar se tornando verdade, diante dos meus olhos.

E, de um dia, ouvir de fato o que hoje é só obra de ficção, como num pesadelo: 


9.5.13

Prosa

Desde o início as regras foram claras: Só sexo.

Sem compromisso.

E com o tempo continuou assim, até que o coração começou a apertar a cada saída.

Sentiu medo, saiu daquela vida; e a regra para eles então mudou.

Radicalmente: só sexo sem compromisso.

Mas algo faltava, não se sentia bem, e pensou, repensou.

Concluiu que alguma coisa estava errada; voltou, e aquietou-se.

E aceitou de bom grado a nova diretriz: sexo, e compromisso.

Mas o tempo, cidadão antigo, traz com ele a mesmice, a dureza da vida.

E aos poucos, ficou clara a imposição: Só compromisso.

Sem sexo.

Ao fim, se enchem um do outro, e caem fora do que seria o desastre anunciado.

E a realidade entre os antigos amantes se interpõe, num misto de alívio e decepção.

Sós.

Sem compromisso.

Nem sexo.

fps, 26/03/2012

7.11.12

Poesia: Complexa vida, complexa rima




Rimar amor e dor
é fácil, simples.

Complexo, mesmo,
é rimar sexo com gozo,
meia-hora com meia-noite,
e com meia entrada;

é fazer da vida simples
intrincada operação de 
amores, dores, cores.

Pensem nisso,
caros senhores.

Complexo é amar.

É olhar uma fruta no chão.
E visualizar o pomar.

É saber que complexo
não é rimar
o ar
com o céu

e o mar.


Complexo é ser.
Complexo é estar.
Complexo é sentir.


Complexo, meus amigos, é sonhar.

Simplesmente, sonhar ...

fps, 18/09/2012, 18:35

27.3.12

Prosa

Desde o início as regras foram claras:

Só sexo. Sem compromisso.

E com o tempo continuou assim, até que o coração começou a apertar a cada saída.

Sentiu medo, saiu daquela vida; e a regra para eles então coisa mudou:

Só sexo sem compromisso.

Mas algo faltava, não se sentia bem, e pensou que faltava alguma coisa.

Voltou, e aquietou-se, e aceitou de bom grado a nova diretriz:

Só sexo, e compromisso.

Mas o tempo, cidadão antigo, traz com ele a mesmice, e aos poucos traz imposição:

Só compromisso. Sem sexo.

Ao fim, se enchem um do outro, e caem fora do que seria o desastre.

E a realidade entre os antigos amantes se interpõe, como num alívio:

Nem compromisso.

Nem sexo.

fps, 26/03/2012

25.3.11

Prosa, reflexiva …

A mansidão

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão o reino dos céus”.

Assim diz um dos trechos do Sermão da Montanha, a melhor mensagem já feita em todos os tempos pelo melhor dos pregadores que o mundo já conheceu, Jesus Cristo, o filho de Deus.

E, com total sinceridade, realmente ele sabia o que estava querendo dizer com essa frase, pois os mansos e puros de coração são pessoas de grandes qualidades e virtudes, que fazem com que ninguém possa falar um pio contra suas qualidades.

Senão, vejamos.

O puro de coração tem somente uma preocupação: a felicidade dele mesmo e dos outros, seguindo os padrões de bondade e pureza que a sociedade estabelece para os seus (no nosso caso, os valores cristãos).

Não importa a sua religião, cor, idade ou sexo: essas pessoas sempre estarão interessadas em ajudar os outros, servindo como um ombro amigo nas dificuldades, alegrando-os com sua presença e usando de sinceridade para com todos, sabendo muito bem respeitar os sentimentos dos outros.

Uma pessoa mansa, pura e humilde de coração faz com que tudo ao seu redor mude por completo.

Sempre terá o respeito de seus semelhantes, pois ninguém poderá dizer uma palavra contra ela.

Procurará ser feliz da maneira mais simples possível, procurando manter em seu coração os melhores sentimentos em relação a todas as pessoas, e - apesar de existirem sempre alguns “espertinhos” que tentarão deixá-la em situação ridícula perante todos - será sempre defendida por todos, e terá grande felicidade em sua vida.

Todo manso de coração pode não entender muita coisa que acontece, mas sempre será capaz de ajudar as pessoas, fazendo sempre o melhor por elas, e tendo sempre amigos sinceros e fiéis.

Procurará a felicidade, de todas as formas possíveis, e a encontrará em uma pessoa que saiba respeitá-la e amá-la com os sentimentos mais puros e fortes que um ser humano pode ter.

Assim, será sempre feliz, e todos a respeitarão e estarão junto com ela, em suas dificuldades, ajudando-a para que ela possa encontrar o caminho certo da felicidade.

Sempre disse que a felicidade é feita de sentimentos pequenos, que se juntam aos poucos, para formar um grande sentimento de amor e paz. Por isso, invejo os mansos, que nunca sentirão o mal que a sociedade tem, e que sempre serão felizes, apesar dos problemas da vida.

Felicidades a todos os mansos, puros e humildes de coração, e que possam encontrar, no final do túnel, uma luz para suas vidas.

fps, 13/11/95

6.1.11

Machos em crise? Ou a crise é de todos e todas, sem exceção?

Sempre que passa pela cabeça desse autor falar da velha e boa discussão sobre homens e mulheres, vem a mente que os sexos opostos não sabem de fato o que querem um do outro – e textos como esse, de Eliane Brum, são o exemplo vivo de que não sabemos mesmo o que queremos dos nossos “oponentes”.
 
E, em certas horas, confesso sentir-me ofendido, não como "macho" que nunca quis ser, mas como o homem que sou -  até porque a tal "crise do macho" tem sido encarada pela grande maioria dos homens como se ela simplesmente não existisse, mesmo com todas as mudanças pelas quais a sociedade passou (e ainda passa).
 
Mais do que nunca porque a grande maioria das mulheres confessa não querer o macho convencional, que cada vez é mais raro, mas também não sabe de fato que tipo de verdadeiro homem quer para si.
 
E esse é um fato natural, até porque cada fase da vida de uma mulher requer um tipo de homem, e porque cada uma delas é especial, com necessidades específicas e desejos que não são, necessariamente, os de ser alguém "dominante" na sociedade.
 
 
O que é, contudo, o “ser dominante”?
 
Até porque, convenhamos, ser dominante implica em responsabilidade pelos outros, tomada de decisões, e consciência de que ser "o alfa" significa comandar um grupo e zelar pelo seu bem-estar.
 
E mandar, diga-se de passagem, não é fácil.
 
Quem manda é quem assina o cheque e traz o dinheiro para casa; quem comanda a casa sabe ser duro quando é necessário; e nem sempre ser o "alfa" significa ser doce.
 
Aliás quase nunca se é doce em posição de comando: Margaret Thatcher (a Dama de Ferro), Golda Meir (duas guerras ganhas como primeira-minstra de Israel), e, porque não, Dilma Roussef que o digam - todas elas duronas, firmes, decididas e capacitadas para o comando.
 
E bem sucedidas, até porque ser o “alfa” significa assumir o controle, muitas vezes pela força, o que muita gente não gosta.
 
Ser o comandante das atitudes e ações em uma casa não significa necessariamente ter vantagem nisso: muitos e muitas experimentam a solidão típica dos que estão em posição de comando, e tem os sofrimentos típicos do ser "alfa". A única diferença é que aos homens nessa posição é dado o direito de ter uma mulher, ao seu lado, como companheira fiel.
 
Função para a qual muitos homens não são preparados, e que muitas mulheres não aceitam no marido ou companheiro que está ao seu lado, num paradoxo da sociedade pós-feminista: a mesma mulher que deseja um homem diferente não o aceita quando mais precisa dele.
 
...
 
O que me espanta mais nesse texto, contudo, é o que li quando se fala sobre a periferia das cidades, e dos homens que se embebedam nas ruas dia-a-dia como efeito dessa revolução feminina - e por um motivo muito simples: todo mundo sabe que os homens e mulheres de bem não estão nas ruas bebendo durante a semana.
 
Não é típico do brasileiro, a não ser no horário do almoço ou de descanso, embebedar-se demais, a não ser que seja um vagabundo; e vagabundos não são a maioria dos homens.
 
Muito pelo contrário: o homem de verdade, aquele que trabalha de sol a sol para sustentar sua família e chega cansado à própria casa, esse não é visto pela autora, que prefere falar das mulheres batalhadoras que enfrentam seu terceiro tempo, esquecendo-se de que os serviços domésticos são mal-distribuídos desde muito tempo, motivo pelo qual ela vê o homem cada vez mais como "sem função" dentro da casa.
 
Qual seria, então, a realidade ideal desse homem?
 
A realidade das famílias sem pai, em que a mãe assume a função paterna e se enrijece com o passar dos anos, e na qual o ex é visto como "aquele sem nome", que não é digno nem de estar perto dos filhos, e que provavelmente vai se casar de novo, com uma mulher muito mais nova, e esquecer-se da família original?
 
O que prefere, de fato, a autora desse texto?
 
Um mundo mais sensível, ou sem regra alguma?
 
...
 
Penso eu que, num contexto qualquer, masculino e feminino sempre existirão: mesmo entre casais homossexuais percebe-se que um dos lados assume o papel masculino, e o outro se coloca na posição do feminino, com as virtudes e defeitos que cada um deles possui.
 
Yin e yang, são complementares, não excludentes; qualquer forma de pensar que não seja desse jeito deveria ser combatida, até porque não havia nenhuma vantagem em ser o "macho-alfa" numa sociedade em que ele, de fato, nada sabia sobre sua casa, ou sobre quem nela frequentava.
 
E se "a cabeça (homem) só vê o que o pescoço (mulher) mostra", então ser alfa, nesse caso, não serve para coisa alguma.

A não ser, é claro, mostrar “que também pode”.

22.9.10

Poesia



Boteco nº 2
Ode às mesas vazias

Mesas arrumadas,
cadeiras a postos,
mas ninguém por aqui.

Tudo bonitinho demais para o meu gosto.

E cadê o pessoal?

Foi todo mundo ver o jogo?

Xi ... então sou eu que estou no lugar errado ...



fps, 01/08/2010, 02:00

4.4.10

Os jogadores do Santos e a “religião geral”

Falaram um monte de coisas a respeito das atitudes dos jogadores do Santos no lar financiado pelos espíritas: muitas condenando a atitude, outras discutindo o que de fato aconteceu e outras falando do contexto religioso, que foi a justificativa de muitos para não descer do ônibus e conversar com as crianças com paralisia cerebral.

Não vou entrar no mérito das atitudes estúpidas da presidência do Santos, disposta a fazer marketing com assuntos que são seríssimos, nem dizer que os jogadores agiram com ou sem profissionalismo, já que estes deveriam de fato ter sido avisados antes do que iria acontecer e evitar ir a locais onde não se sentissem bem.

Entretanto, uma pergunta vem à cabeça desse cidadão que vos escreve: porque é tão fácil criticar a posição religiosa dos outros quando as pessoas não fazem o que se espera delas para dar testemunho de sua fé?

Sendo mais específico: porque é tão fácil aceitar diferenças de raça ou sexo ou opção sexual e tão complicado aceitá-las quando princípios religiosos estão em jogo?

Parece que no Brasil temos um problema sério quando o assunto é ser de determinada religião: há uma espécie de “igreja tudo de bom” que impede as pessoas de exercer sua fé quando ela vai contra os princípios gerais de convívio em sociedade.

Tipo assim, se tal coisa vai contra seus pensamentos e isso significa entrar em conflito com a opinião vigente na sociedade, ninguém pensa que diversidade também significa respeito às opiniões dos outros – crucifica-se quem não respeita a “fé do bem”, como se princípios de fé pudessem ser jogados no lixo, e como se o respeito aos outros também não passasse pelo que eles pensam, tanto quanto pelo que eles são.

Essa espécie de “religião geral” diz, entre outras coisas, que Cristo era um homem cujo maior legado para o mundo foi pregar o amor; chama qualquer atitude católica de devoção e despreza o calvinismo por professar o gosto pelo lucro (advindo, lembremos, do trabalho duro); mas, principalmente, prega o caminho de um deus pessoal que apenas pede que todos sejamos “do bem” para sermos felizes aqui.

Esquece-se, contudo, de que o objetivo do homem não deve ser apenas ser feliz nesse plano existencial – e, mais ainda, esquece-se de que as pessoas tem opiniões que podem entrar, sim, em choque com esse mundo pasteurizado em que vivemos.

E do qual, aliás, muitos não querem fazer parte.

Que os jogadores dos Santos e sua diretoria cometeram erros primários de comunicação, isso é verdade; que os evangélicos também precisavam aprender a ajudar mais aos próximos, o que é um erro gravíssimo do protestantismo brasileiro (olhar mais para dentro das Igrejas do que para fora delas), também é verdade.

Mas isso não significa que precisemos considerar errada a religião de alguém por causa disso; afinal de contas, o que você chama desrespeito outros chamam de testemunho.

Ou, traduzindo, uma coisa que falta muito nos dias de hoje: coerência.

P. S.: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16)

7.3.10

Mulheres no ministério evangélico: o último refúgio do machismo?

Dia Internacional da Mulher é uma época interessante para, além de homenagear as mulheres de nossas vidas e dar lucros estupendos aos vendedores de rosas, falarmos das conquistas crescentes que o sexo feminino obteve no último século – e uma das mais importantes, sem dúvida, é a idéia .

Entretanto, características do preconceito e do machismo persistem – e muito – na sociedade, e uma delas é das mais fortes e presentes na sociedade: a ordenação feminina aos cargos de comando nas Igrejas em geral.

No caso da Igreja Católica, a discussão é até mais branda pois é permitido às mulheres a consagração como freiras, embora a questão entre os romanistas passe também por outros aspectos, como a permissão para que os padres se casem, por exemplo.

Contudo, o ministério feminino nas Igrejas evangélicas tradicionais é um assunto considerado tabu no contexto protestante, a tal ponto que dizer que mulheres são “iguais aos homens, porém diferentes nas funções sociais” se tornou obrigatório para muitas delas – principalmente entre as denominações reformadas, das quais a Igreja Presbiteriana do Brasil é a maior, e que estão entre mais contrárias a ordenação de mulheres ao comando de uma Igreja.

Sempre que alguém questiona essas questões, costuma rolar um quebra-pau danado entre as diversas tendências (veja aqui um ótimo exemplo), com direito à duas aberrações que só existem no meio evangélico: homens feministas, que defendem a igualdade de funções, e mulheres machistas, que, na prática, dizem que mulher pode fazer de tudo no mundo, mas que, dentro da Igreja, devem ficar em silêncio.

Como “convém, aliás, a uma mulher cristã” (rs … brincadeira …).

De fato, a frase acima foi uma brincadeira, mas que é levada a sério por muitas igrejas por aí, talvez porque seja extremamente cômodo viver sob a tutela da família tradicional, composta por pai, mãe e filhos, e na qual o pai manda, a mãe e os filhos obedecem cegamente e que é celebrada em verso e prosa a cada almoço de domingo depois da Escola Bíblica Dominical.

O problema é que cada vez mais essa família é peça de museu, a tal ponto que nem mesmo aqueles que combatem o ministério feminino conseguem impor em sua casa o comportamento patriarcal que exigem na Igreja – sim, porque a organização das Igrejas é reflexo da organização familiar, que está em constante processo de mudanças e que cada vez mais se afasta desse modelo de “homem manda, mulher obedece”.

E que se reflete no meio espiritual, pois como a mulher pode ser subordinada a um homem na Igreja se não aceita ser “comandada” daquele jeito em sua própria casa?

Para terminar, uma hipótese possível: suponhamos que Dilma Rousseff seja eleita Presidente da República e que vá a um culto de aniversário da IPB - como o dos 150 anos, em que Lula, inclusive, discursou ...

… a Igreja Presbiteriana negaria um lugar no púlpito à uma Presidente do Brasil?

P. S.: Às mulheres do Brasil, parabéns (antecipados) pelo seu dia.