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1.4.25

Genro do presidente do Conselho de Anciães da CCB na Igreja Presbiteriana: isso é polêmico inclusive na IPB...

@heinaroficial

BOMBA! EX-ANCIÃO RICARDO PAVANELLI ABANDONA a CCB e vai PARA a IGREJA PRESBITERIANA de PINHEIROS

♬ som original - Carlos Heinar


Se pelos lados da CCB isso é bombástico para os presbiterianos o problema não é menor.
(algo reiterado pelo próprio pastor titular da IP de Pinheiros em seu Instagram)?

6.11.24

Sobre as eleições americanas...

Lembro de que há quatro anos atrás a Pensilvânia foi o Estado que significou a repulsa ao que Trump e seu isolamento significavam - e que o voto pelo correio, de quem não pode faltar ao trabalho na terça, ajudou a eleger Biden e mandar o "agente laranja" para casa.

De 2018 para cá, contudo, os democratas acharam que foram eleitos por causa de suas virtudes, e não dos defeitos de Trump.

A economia americana vai bem, nos indicadores - mas no dia-a-dia o cidadão vai mal, seja por causa de uma pandemia no meio do caminho (que não é culpa de ninguém, ressalte-se isso) ou de todas as decisões erradas que fizeram o dinheiro se concentrar na mão de uns poucos (curiosamente os mesmos que fazem discursos bonitos pela manhã e participam de bacanais inacreditáveis nas festinhas dos rappers de LA e NY).

Não tinha como manter essa gente no poder - ainda mais com uma candidata que zomba dos que temem a Deus em comício e baseia sua campanha na legalização da maconha e do aborto (assunto que, lá, é competência estadual).

Tiraram o gagá para colocar a sem noção, é isso?

...

Se há quatro anos a eleição foi decidida pelos imigrantes, esta foi marcada pelos homens, negros e latinos, que viraram a casaca. Gente como Julius, o pai do Chris, de dois empregos e muito suor no rosto - e que, provavelmente, estaria desocupado nesta terça, por falta de emprego e perspectiva.

Pois bem: Julius foi votar ontem - e ajudou a colocar Trump de volta no poder.

Francamente... faz sentido.

@maga Amen, Mr. President! #maga #fypage ♬ original sound - Make America Great Again

19.6.24

Direitos da mulher vs direitos do não-nascido parte III: a lógica dos brasileiros - e brasileiras

 

Os brasileiros e brasileiras não sabem direito quando é que se pode dizer que um feto é um bebê, dizem que a vida nasce na concepção mas se uma mulher for vítima de estupro admitem tranquilamente que ela "tire" o que está em seu ventre, porque este não foi fruto de uma relação consentida, e jamais conceberão que se faça um aborto caso seja fruto de ato consensual, mesmo que seja entre adolescentes.

Sem muitos rodeios: quantas vezes vocês não ouviram um "na hora de abrir as pernas não pensou nas consequências", dito por mães sem educação que se tornaram avós involuntariamente? Será que muitos se esquecem do destino horrendo reservado a estupradores na cadeia, aplaudido efusivamente inclusive por gente que abomina o bordão "bandido bom é bandido morto"?

Mais ainda: quem nunca ouviu falar de pessoas que relataram o aborto como um procedimento invasivo e doloroso, pelo qual nenhuma mulher gostaria de passar?

Ora, se essas são as frases que se ouvem todos os dias nas quebradas brasileiras (e até nas mansões) porque a direita achava que o povo apoiaria o PL 1024, transformando quem aborta em criminosa - e, por semelhante modo, quem na esquerda realmente acreditam que iriam liberalizar a interrupção da vida de um feto a qualquer momento, por qualquer motivo, por causa da gravidez oriunda de estupro?

Brasileiros (e brasileiras, principalmente) tem uma lógica torta, mas que faz sentido bem de perto. Se quer entender qual é, volte ao lide desse texto, o primeiro parágrafo, e leia-o com atenção.

15.6.24

Direitos da mulher vs direitos do não-nascido parte II: o papo de doidos em que todos acham que estão com a razão...


O PL 1904/24, resposta exageradíssima à decisão do STF que sustou decisão do Conselho Federal de Medicina que proibia a realização de assistolia fetal em fetos com mais de 22 semanas de gestação, gerou um festival de declarações em que todos falam a sua verdade, para as suas paredes - e crendo que estão vencendo a discussão contra os "inimigos" da vez. 

O evangélico que acredita que a vida nasce no zigoto apoiaria com gosto pena de morte para estuprador e proteção para a vida desde o momento da concepção, ao passo que o progressista - grupo no qual a maioria esmagadora de seus membros vê o embrião como um amontoado de células e Deus como um conto de fadas - julga absurdo preservar o fruto de um estupro (por não achar aquilo vida) e hediondo condenar alguém à morte, ainda que suas atitudes tenham justificado o apodo de "lixo humano".

...

A maior estupidez, contudo, é achar que números e estatísticas colhidas no calor da batalha servem como argumento quando princípios religiosos estão do outro lado. Quando os dados se contrapõem à Bíblia, fique com a Bíblia: esse é o argumento do cristão fervoroso, ainda mais considerando-se as penas para estupro no Antigo Testamento combinadas com a forma de se ver filhos naquela época.

Quem apresentou esse Projeto realmente não é digno de ser levado a sério, mas conseguiu algo bastante relevante: expôs a ira da elite progressista, aquela que manda nos costumes do país via "tapetão do bem", fortalecendo o papel do Congresso como lugar de discussões relevantes para a base da sociedade.

Não duvide que a direita perca nas redes, e nas discussões de elite - para ganhar entre o povo. Afinal de contas, para a Bíblia não se cogitava abortar "dádivas de Deus" (nem em sonho).

15.1.24

Porque me espantar quando constatamos que o mundo jaz no maligno?

As camadas de degradação desse tuíte são tantas que me pergunto: qual a novidade? 

12.10.23

Pitacos diversos sobre a visão que falta no conflito árabe-israelense: a religiosa

NOTA: esse texto reflete a opinião de alguém que é cristão praticante, mas tenta escrever de uma posição relativamente equidistante dos fatos apresentados. Se escandalizar alguém, principalmente os "mais fracos", radicais de todos os tipos, lamento - e fico à disposição. 

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Marcelo Guterman, no Papo de Boteco, descreve historicamente os fatos do conflito entre Israel e a Palestina desde quando começou a sair do papel a ideia de um lar para os judeus do mundo. É uma visão bem completa, historicamente apuradíssima, mas na qual falta um detalhe, sempre desprezado: a História do povo judeu não começou em 1948, embora se diga que o povo palestino nasceu ali.

Sem se falar nos escritos que falam ao coração de judeus, cristãos e muçulmanos não se pode entender um estado constante de guerra - que, a rigor, poderia ser resolvida como nos pactos coloniais de outrora. 

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Os britânicos, ao autorizarem a criação do Estado de Israel num lugar no qual já vivia gente, e a ONU, ao endossar tal fato, não pensavam na Torah, Bíblia ou Alcorão. Queriam fazer política, e fizeram, dando a terra dos palestinos para um "intruso" e provocando a ira dos vizinhos - que já previam o impacto da existência de um país pequeno, porém de amigos bastante poderosos, em sua vizinhança.

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Israel é um país recente, mas de alicerces muito antigos. Não poderia ser criado no Piauí - aliás, graças a Deus não foi feito, imagine se tivéssemos um vizinho riquíssimo num espaço cedido pelo Brasil. 

Não, não poderia ser criado em outro lugar senão na terra de seus antepassados, a Canaã de onde jorrariam leite e mel, e para a qual o povo judeu quer voltar desde os tempos em que Jacó foi "de mala e cuia" para o Egito, a convite do filho governador do Egito, José (o mesmo que fora vendido pelos irmãos, num plano tortuoso arquitetado pelo Deus único, que os protegeu naquela hora).

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YHVH. 

Deus dos judeus, cristãos e muçulmanos (embora os dois primeiros grupos discordem disso).

O Deus de Abraão, Isaque e Jacó foi o mentor do povo escolhido durante todo o Antigo Testamento. Guiou-os para o Egito, retirou-os de lá, usando Moisés, que lhes deu leis e organização - e providenciou em Josué um general de ferro, que conduziu o Israel bíblico na conquista da Terra Prometida.

Depois, os Juízes, nos tempos de federação tribal, e os Reis, centralizando o pode - primeiro com Saul, depois Davi, o maior de todos, e Salomão, o do apogeu. 

Divisão, nos reinos de Israel e Judá, com governantes que andavam ou se desviavam do coração de Deus. Ao final, cativeiro, nas mãos de assírios (que dizimaram o Norte) e babilônios. 

Aqueles que voltaram, por ordens de Ciro, o da Assíria, vem "com a faca nos dentes" - e sob o comando de sacerdotes e ministros, como Esdras e Neemias, iniciam a fama de um povo nacionalista e zeloso de si mesmo, orgulhoso de um Deus que residia junto com eles, no seu santo Templo.

...

Templo... ah, o Templo...

O Primeiro, que Salomão construiu, representava o apogeu do Reino. O Segundo, a reconstrução do país, que Roma fez questão de destruir para arrasar com a moral do povo.

E o Terceiro? Difícil... lá está uma mesquita, local de culto de uma outra gente - que adotou o ser sagrado dos judeus e cristãos, sob as regras de outro profeta, chamado de Deus (mas em árabe).

...

Allah. 

Deus, para os árabes - que adotaram um sistema religioso, social, econômico e político com o ser divino emprestado de judeus e cristãos. Estes não tem Messias, mas tem Profeta, o único caminho dentre todos, incluindo alguém muito sábio, um certo... Jesus.

...

Jesus. 

Filho de Deus, Filho do Homem, Deus Filho. Descendente de Davi, motivo da salvação dos cristãos - que virá para julgar os vivos e os mortos, depois de arrebatar para si a sua Igreja, dos salvos nELE. 

Profeta para os muçulmanos, transtorno para muitos judeus (principalmente os ateus e agnósticos), Jesus Cristo é a incógnita que faz com que os Estados Unidos dos dispensacionalistas invistam um valor absurdo para que Israel se arme, mantendo a guerra de sobrevivência - e torcendo para que os judeus crerão em Cristo como seu Salvador, antecipando a volta dELE.

...

O samba do crioulo doido (ou do afrodescendente preto, como desejarem) que este escriba fez acima não faz sentido algum para explicar a questão Israel vs Palestina, se você observá-lo do ponto de vista de alguém que crê na lógica dos acordos diplomáticos para resolver questões internacionais. 

O fato, porém, é que acordos não lidam com as crenças e valores mais íntimas dos indivíduos - de tal forma que israelenses e palestinos teriam tudo para fechar acordos rapidamente, SE:

  • os descendentes do povo judeu (ao menos a parte mais religiosa) não cressem que seu Deus lhes deu a terra por herança, e que deveriam arrasar todos os que se opuserem a este objetivo;
  • os cristãos (ao menos a parte mais poderosa deles) não acreditassem que aquela terra deveria ser uma panela de pressão para judeus, a fim de ter a certeza da volta de seu Messias;
  • os que ficaram na Palestina após a destruição do Segundo Templo, e seus descendentes, não se conformassem com a perda de terras que foram suas por quase dois milênios, dando ouvidos a todo e qualquer grupo radical que pregue a aniquilação dos que chamam de invasores.
Grande Israel, Jihad (no conceito mais radical), dispensacionalismo. Seria muito mais fácil resolver esse conflito na Palestina, não fosse por esses aspectos - tão complexos e tão distintos quanto o ser humano.

...
 

P. S.: faltou a opinião desse escriba sobre a questão - que se resume em dois textos da Bíblia cristã. 

O primeiro, referente aos cristãos que querem "dar uma forcinha" para que seu Messias, o Cristo, volte antes da data, foi muito bem descrito por Lucas em seu Evangelho, quando diz:

"Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Eí-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.   

Então disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem, e não o vereis. Dir-vos-ão: Ei-lo ali! ou: Ei-lo aqui! não vades, nem os sigais; pois, assim como o relâmpago, fuzilando em uma extremidade do céu, ilumina até a outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia."

Lucas, capítulo 17, versículos 20 a 24 

O segundo é mais antigo, e merece uma explicação prévia: lembra quando falamos, lá em cima, que o povo judeu saiu do Egito de volta para Canaã, liderados por Moisés no deserto, e, depois, por Josué? Pois bem, a ordem era clara - matar todos à espada, sem deixar ninguém, nem mesmo um bebezinho, para que não sobrassem inimigos que viessem depois requerer a terra, e atacar o povo.

Embora fossem efetivos nas conquistas, nem Josué, nem seus sucessores foram capazes de fazer a "limpeza étnica completa" exigida naquele momento - e a resposta de Deus veio, conforme consta no capítulo 2 do livro dos Juízes, versículos de 1 a 3:

"O Anjo do Senhor foi de Gilgal a Boquim e disse aos israelitas: Eu tirei vocês da terra do Egito e os trouxe à terra que havia prometido aos seus pais. 

Eu disse: “Nunca quebrarei a aliança que fiz com vocês. Não façam nenhum acordo com os moradores desta terra. Pelo contrário, derrubem os altares deles.” 

Mas vocês não fizeram o que eu disse. Em vez disso, vejam o que fizeram! 

Agora eu digo que não tirarei este povo do caminho de vocês. Eles serão seus inimigos, e os deuses deles vão ser tentações para vocês."

Tivessem lido seus escritos sagrados, e os israelenses fariam a paz com os palestinos. Afinal de contas, foram condenados a isso - pelo mesmo Deus que lhes deu a Terra Prometida, cultuado por todos ali.

10.10.23

A retórica da guerra: como Israel está ganhando (no marketing) o direito de arrasar com a Faixa de Gaza

O bom senso deveria mandar que as pessoas fossem cautelosas ao tratar de certos assuntos, seja na internet ou na vida fora da telinha. A vida, por sinal, ensina que deve-se tomar bastante cuidado com gente que pode pagar boas assessorias de imprensa para divulgar apenas coisas boas a seu respeito.

Poderia estar falando da filha de um cantor sertanejo, a cara da bailarina da música - mas isso também se aplica a lugares, e governos, como é o caso do novo queridinho dos progressistas, o Estado de Israel.
...

A melhor Parada Gay do Oriente Médio está em Israel - na verdade, a única. 

Telaviv é uma cidade altamente cosmopolita, o país é cheio de gente jovem e arrojada, a economia do século XXI casa bem com Israel - e Jerusalém, convenhamos, é um espetáculo para os cristãos. Ninguém nota os judeus ortodoxos e seu monte de filhos, ou a corrupção do primeiro-ministro que consegue superar Bolsonaro na estupidez; o Estado judeu é arrojado, e gosta dessa imagem.

Não espanta, portanto, que a esquerda ao redor do mundo esteja apoiando a possibilidade de uma carnificina na Faixa de Gaza, ainda mais considerando-se que o Hamas não tem uma assessoria de marketing que seja capaz de fazer o que Israel conseguiu: deixar os colonos bem escondidos enquanto exibe uma imagem progressista (e hipócrita) de si mesmo, escondendo o que fez no passado.

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A esquisita aliança entre a direita ultraconservadora, que baba ovo na única democracia do Oriente Médio, com a esquerda progressista, encantada com a liberdade que só existe no Estado de Israel, faz todo o sentido, como fruto de uma bem sucedida estratégia de marketing e de virtudes que, no frigir dos ovos, só uma democracia bem financiada poderia ter. 

O buraco, porém, é mais profundo do que parece: a paz não virá por carnificinas, e os líderes do Hamas não estão em Gaza. O misto de partido político, entidade assistencial e grupo terrorista pode estar acuado, mas feriu o titã israelense no que mais dói - o orgulho.

Eles não tem mais segurança, e estão procurando culpados. Daí para uma carnificina, é um pulo.


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Faz bem o governo brasileiro em não tratar o Hamas como grupo terrorista. A ONU não faz isso, e o atual ocupante da Presidência do Conselho de Segurança tem que ter tato, e estômago, nessas horas em que há muita informação desencontrada, e bastante gente trabalhando para criar uma imagem de "bonzinho" para si - e de "malvado" para o outro.

Israel está numa cilada: querem invadir e procurar os líderes e guerrilheiros do Hamas casa por casa, numa Faixa de Gaza sitiada há anos, com gente (os palestinos que lá vivem) que nunca teve cidadania respeitada nem direitos estabelecidos de verdade. Talvez nem sejam considerados gente pelo governo.

Israel, o Estado, fará a guerra que sempre soube fazer. Mas saberá fazer a paz, depois disso?

1.11.20

Quem escreve as matérias da "Veja São Paulo"? Com vocês, o "Baixo Auguster", ex-"Vila Madalener" e "Perdizer"...

Esnobes da Faria Lima, alternativos da Santa Cecília, hipócritas de Moema - e, agora, preconceituosos da Mooca; nada escapa ao olhar crítico da turma da "Vejinha", e de seus colunistas, sempre dispostos a apontar os erros de certas regiões da cidade, e de seus habitantes. 

Isso me leva a perguntar: quem são esses arautos do certo e errado de São Paulo, a turma que acha que pode fazer os perfis mais escabrosos dos cidadãos da maior cidade do Hemisfério Sul?

Como não se pode deslocar os autores de seus impropérios de seu habitat natural, resolvi criar uma estranha figura, aquele cara descolado que se acha a cara de São Paulo - mas que não consegue ver nada além de Perdizes, Vila Madalena e de sua atual residência, no Baixo Augusta, aquele lugar mítico que faz fronteira com Higienópolis, delineado pela Praça Roosevelt, Parque Augusta e com fim na Paulista.

Sem mais delongas, apresento... o típico colunista de Veja São Paulo, que, por hora, chamarei de "Baixo Auguster" - mas que, num passado remoto, já foi "Vila Madalener" e "Perdizer".

...

Nosso candidato a colunista mora numa região da cidade que já foi o melhor canto da cidade para se encontrar uma dama... da noite, é claro. A zona do baixo meretrício da Rua Augusta se tornou "in" quando alguém com bastante influência virou para outro alguém e disse: "ei, que tal a gente fazer nossa festinha de aniversário num lugar bem tosco, bem lixo mesmo, tipo um puteiro das antigas, sabe?".

Daí para lotar a região daqueles lugares que os "queridinhos" da imprensa gostam, como restaurantes de quitutes veganos e comida multiétnica, e supermercados orgânicos com um monte de coisas para "pets", sem falar em barzinhos de todo tipo, para todo público (exceto os clientes das prostitutas, que fugiram de um lugar no qual poderiam encontrar, sei lá, seus filhos e netos). 

A gentrificação do Baixo Augusta se tornou questão de tempo - atraindo a especulação do mercado imobiliário, que encheu a região de "studios" de 20, 25 m², invadidos por um tipo de pessoa que já morou em outras áreas "pseudo-cult" da cidade, mas que escolheu ser "Baixo Auguster" por evocar uma certa efervescência, um quê de Paris com Nova York, Amsterdam e todos os clichês de uma "cidade perfeita", na opinião da turma que tem um mantra constante: "mais amor por favor".

Até aí, nada de mais. O problema é achar que há apenas um modelo possível para o paulistano: o das áreas intelectualmente chiques da cidade, como Baixo Augusta, Vila Madalena e Perdizes.

...

Quando o "Baixo Auguster" recebe voz, como nas matérias da "Vejinha", resolve mostrar seu lado mais cruel: só presta quem é contestador, progressista e "superpop" - como ele, e seus "amigues". 

Dá-lhe, portanto, críticas pesadas contra os tradicionalistas de Moema (como se famílias gostassem de boates na porta de casa), ou pancadas fortes no estilo machista-chauvinista-mauricinho dos "farialimers" (tá, o Vale do Silício e Wall Street são cafonas, assim como todo lugar onde dinheiro rola solto - seja por causa do mercado financeiro ou da cultura, como o Baixo Augusta d@s "amigxs"). 

Quando chegam a bairros tradicionais, como a Mooca, é a festa - "racistas", "xenófobos", "preconceituosos"... insultos não faltam. Nega o colunista, entretanto, o óbvio: todo bairro, em São Paulo, se desenvolve de forma homogênea - principalmente o daqueles que tem orgulho de se chamar, antes de paulistanos, mooquenses (e NÃO "mooquensers", como a "Vejinha" entitulou).

Talvez só a Santa Cecília, vizinha dos "Baixo Augusters", tenha sido poupada - quem sabe porque o sonho de muitos habitantes das áreas "hipsters" da cidade é ser "Cecílier", com direito à samambaia na janela e dois gatos no apê de taco.

...

Quem leu essa matéria até aqui pode achar que esse humilde escriba está com inveja. Pelo contrário: textos como os da "Vejinha" são verdadeiras aulas de como escrever, contando histórias e estórias fascinantes, do povo e das pessoas que fazem a cidade ser como ela é.

Não dá para negar, contudo, que os colunistas carregaram nas tintas ao elaborar essas matérias - e que, mesmo sendo para vender revista, exageraram demais, ao mostrar um mundo feio de toda área da cidade que não seja ocupada por progressistas-arrumadinhos-do-tipo-mais-amor-por-favor.

Para esse pessoal, só podemos dizer o óbvio: "galera, menos, bem menos, a gente é estereotipado - mas vocês também o são"... e muito...

20.5.20

Para pensar

Nunca devemos ter medo de ladrões ou assassinos.
São perigos externos e os menores que existem. Temamos a nós mesmos.
Os preconceitos é que são os ladrões; os vícios é que são os assassinos.
Os grandes perigos estão dentro de nós.
Que importância tem aquele que ameaça a nossa vida ou a nossa fortuna?
Preocupemo-nos com o que põe em perigo a nossa alma.

Victor Hugo, "Os miseráveis"

26.5.19

O grande derrotado das manifestações pró-Bolsonaro: o jornalismo sério


O último jornalista esclarecido será enforcado nas tripas do seu colega oportunista,
que disse que o Centrão era um bando de ladrões e que política "não presta". 

Parabéns por terem feito o Brasil dar uma guinada à direita. Clap, clap, clap!

13.4.19

Holocausto: ninguém perdoa, ninguém esquece - e ninguém vive.

O presidente de Israel ataca Bolsonaro por falar que "até o Holocausto é perdoável". Uma anta.

Mas, convenhamos, o que um cidadão normal, daqueles que não foram preparados anos e anos para assumir um cargo como a Presidência da República, falaria? 

A metáfora foi ruim, mais um motivo para a esquerda bradar que temos um imbecil comandando o país; contudo, para os interlocutores, foi perfeitamente compreensível o que ele falou.

Afinal de contas, mesmo nos piores traumas é preciso ir em frente.

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Quanto a Israel e o Holocausto... bom, francamente, prefiro ficar com o documentário abaixo.


Difamação - A indústria do Antissemitismo from José Espare on Vimeo.

24.3.19

Reforma da Previdência: os arautos da moralidade e a hipocrisia descarada

Quer dizer que para nossa mídia corrompida Bolsonaro precisa urgentemente "fazer política" para aprovar a Reforma da Previdência, aquela que todos dizem ser necessária - desde que não atinja o meu quinhão - e que, em qualquer cenário, seria considerada indigesta?

Se o certo era comprar votos e liberar emendas, porque condenaram Lula, Dilma, Temer e os demais?

...

Maia quer mais articulação, mais política? O mito responde: "o que é articulação? Não podemos mais fazer política como antigamente, como os ex-presidentes faziam." 

Traduzindo: "é isso que vocês querem, vender votos e emendas como a política que levou Lula e Temer para a cadeia? Roubar o país, é isso que vocês querem?".

Verdade, mesmo, isso não é: negociar benefícios para redutos eleitorais é o que garante reeleições de deputados desde a Primeira República e seu sistema de coronéis. A mídia, contudo, sempre transformou essas práticas, legais mas amorais, no maior problema que o país enfrenta para ser um país bem administrado - a "compra de votos" dos "ladrões" do Congresso Nacional.

Distorceram tanto o que é a política - criando, inclusive, um conceito difuso para separar a política miúda (com "p" minúsculo) da suposta Política (com P maiúsculo) feita nas maiores democracias do mundo. Ora, se até em um exemplo de democracia, como a Alemanha, adversários negociam para colocar suas propostas em troca de apoio, porque um país como o Brasil,  no qual se depende da União para tudo, não se pode fazer algum tipo de negociação pelas Reformas?

...

Se admitíssemos que a política é feita de negociação contínua, em nome de interesses, seria mais fácil aprovar a Reforma da Previdência pelas vias normais, com partidos políticos representando a sociedade. Infelizmente, contudo, a imprensa (e a maioria de nossas elites) parece sonhar com um eu "fascismo do bem, que conduzisse o Brasil a um progressismo escandinavo - ou um país dominado por tecnocratas, como a União Europeia e outros organismos internacionais.

Essa política costuma sempre dar errado, principalmente porque se baseia em uma visão de especialistas, cujas "boas práticas" quase nunca são aplicáveis totalmente às empresas e aos organismos públicos. É a ideia de "conselhos representativos da sociedade civil", eleitos em processos esvaziados (como o que elegeu tais Conselhos em São Paulo), compostos de gente com solução para tudo - menos para os problemas do dia-a-dia do cidadão.

O resultado? Um Estado fazendo tudo de errado - exceto para a imprensa, que endeusa administrações horríveis e ataca quem faz o que o povo quer.

Como Bolsonaro. 

...

O "mito" não está sendo idiota. Está fazendo o que ninguém no Brasil fez: apresentando um projeto de Reforma ao Congresso e esperando que este seja discutido, sem dar nada em troca. É loucura, mas pode dar certo - pois o mercado, e os responsáveis deste país, querem a Nova Previdência.

Como disse Ricardo Capelli ao Congresso em Foco, o custo de deixar tudo como está é enorme:

Que tal o desemprego subindo, a miséria aumentando e a culpa do caos ser dos políticos que só pensam nos seus próprios interesses e de ministros do STF que “vivem de soltar corruptos”?
...


Se Bolsonaro aprovar 50% da Reforma, sem conceder nada ao Congresso, terá feito o que nenhum governante fez, desde o início da Nova República : dobrar os políticos. 

Se não conseguir nada... quem disse que o presidente quer mesmo aprovar essa reforma? Não foi para isso que ele foi eleito; não para "ferrar" o povo.

Jogo de ganha-ganha. Xeque-mate, do "mito" e dos seus conselheiros. 

A ver.

5.1.19

Prosa: Porque nunca teremos uma Revolução, de fato, no Brasil?

Quando a Independência ocorreu, foi assim:


o senhor distinto que estava em viagem se indignava,
o regente rasgava as cartas enquanto se arrumava,
e o caboclo, distante, a tudo observava.

Mas não concordava. Nem discordava. E cuidava da vida.

Quando a República foi proclamada,
com a procissão pelas ruas anunciando o novo dia,
e o novo Presidente saudando o imperador que ia,
o ex-escravo, por perto, em tudo assentia.

Mas não concordava. Nem discordava. E cuidava da vida.

Quando Getúlio ameaçou invadir o Catete,
e proclamou o Estado Novo pela Rádio Nacional
o trabalhador ouvia o discurso, embebido pela cal,
e a dona de casa esperava pela novela.

Mas não concordava. Nem discordava. E cuidava da vida.

Quando os militares anunciaram novos tempos,
baixaram o Ato, sentaram o cacete em nome da Revolução.
Mas o cara do povo, pacato e nobre cidadão,
se embasbacava com os 10% de crescimento, o milagre.

Mas não concordava. Nem discordava. E cuidava da vida.

Veio a Nova República, desforra, a "Constituição cidadã".
Direitos fundamentais, revolução, uma elite satisfeita,
para desespero de muitos, gente considerada direita.
Mas o homem do povo, esse, como o "nove", não sabe de nada.

Não concorda. Nem discorda. Só cuida da vida.

Depois, passeatas pelas ruas, redes sociais, lugares de fala.
Muita gente dizendo o que acha, palavras gritadas ao vento.
Mas o povo - velho e novo - não tem tempo para lamento.
Como lá no passado, e hoje, só consegue pensar no agora.

Não concorda. Nem discorda. Cuida da vida.

Isso porque o povo, esse que a tudo assiste,
só quer que os contratos continuem sendo fechados.
E farão de tudo para que seja assim, sempre.

Mesmo que seja necessário eleger um "mito" qualquer.

Apenas para poderem continuar cuidando da própria vida.

fps, 05/01/2019

13.12.18

A conversão de alguém merece respeito. Sempre.



Quem é evangélico, muitas vezes, se lembra com detalhes do momento em que aceitou a Jesus Cristo como salvador de sua vida. Chora, relembrando dores e sofrimentos (ou a constatação da inutilidade de uma vida inteira), tendo aquele momento como seu novo nascimento, tamanha a emoção que sente.

Aquele que desrespeita o momento de uma conversão - QUALQUER UM - merece todo o desprezo possível. Não venha me dizer "ah, eu sou de uma minoria xyz, eu sou desrespeitado e exijo respeito": você NÃO PASSOU pelo sofrimento e angústia emocional que precede experiências desse tipo (ainda mais aquelas que a ministra relatou).

Deus salvou a Ministra da morte, dando-lhe VIDA - presente, num primeiro momento e, quem sabe, eterna. Esses pedaços de lixo tóxico, coitados, jamais entenderão o que é isso.

Perdoai-os, Senhor. Perdoai-os.

30.11.18

Final da Libertadores em Madrid e o "pacote turístico de 5 dias de sonho"



Final da Libertadores. Em Madrid. E o mundo caiu.

Rendição aos colonizadores... raiva, pela solução salomônica da CONMEBOL... nenhuma palavra sobre a falta de uma punição digna ao River, o time grande argentino que caiu para "la B" portenha.

E eu... que nada. Só pensando nos pacotes turísticos decorrentes da superfinal.

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Madrid, capital da gastronomia, 5 dias e 4 noites. Museus. "Tapas". Vinho.

E, ah... também futebol.

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Quando, lá atrás, certa cervejaria fez uma propaganda ridícula envolvendo relacionamentos e homens que mandaram as mulheres a um "spa" para assistir uma final de Champions (e foram "surpreendidos" pelas digníssimas, que estavam dentro do estádio, curtindo a festa) este escriba pensou, com seus botões: o futebol realmente perdeu seu significado. 



Tornamos o jogo em espetáculo, no qual a bola perdeu totalmente sua importância - e no qual viajar para assistir a um jogo de futebol é muito mais "legal" que o jogo em si.

No contexto que se desenha, que importa se a final será em Madrid, capital real da terra dos conquistadores, contra os quais os Libertadores da América (exceto Pedro I) lutaram? Qual é a diferença, se ninguém conhece direito essa história, nem em plena "Sudamerica"?

Exceto um ou outro gato-pingado, que conhece o histórico da competição, tudo isso significa: nada. Porque, ao frigir dos ovos, o que vai interessar é vender jogo para gente deslumbrada com a festa - ainda que seja parte do "bando de loucos", que inventaram um jeito de tomar caninha em Tóquio.

...

Estamos pasteurizando as finais das grandes competições, tornando-as atraentes para um público que quer tudo - menos futebol. Não é o fanático que irá assistir a próxima final da Libertadores, em Santiago; tampouco a decisão da Sul-americana, em Lima, será para o "hincha" - mas aquele que vai procurar experiências, fazer a viagem típica de classe média, coroada com um jogo de futebol.

Que muitos (ou muitas) trocariam, de bom grado, por mais um "spa day" - ao contrário do comercial da cervejaria, que, ao final de tudo, se mostrou uma farsa.

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Este escriba confessa que se sentiu aliviado ao saber que três dos casais da propaganda citada acima eram contratados pela empresa. Dificilmente um fanático perdoaria a namorada, ou esposa, caso esta fosse viajar para uma final da Champions para "dar-lhe uma lição" (e, particularmente, muitas delas prefeririam mesmo o "spa" a ver os marmanjos jogando bola).

Entretanto, é também para esse tipo de pessoa, o não-fanático, que se está fazendo o espetáculo. Torcedores pagam ingressos, gente leiga paga viagens - e gasta bastante nelas. O futebol é a cereja do bolo - que poderia até ser jogado fora, pois o recheio é a "experiência".

Seja ela em Madri, Santiago ou Lima. 

Futebol? Libertadores? Só um detalhe. 

Insignificante.

E, porque não, totalmente dispensável - diante da "fiesta".

6.8.18

Porque a Reforma da Previdência não sairá nunca? Ouça "Couro de Boi".

"Conheço um velho ditado

Que é do tempo do zagai:

Um pai trata dez filho,

Dez filho não trata um pai.


Sentindo o peso dos anos,

Sem poder mais trabalhar,

O velho peão estradeiro

Com seu filho foi morar.

O rapaz era casado

E a mulher deu de implicar:

Você manda o velho embora

Se não quiser que eu vá.

E o rapaz, coração duro,

Com o velhinho foi falar:


Para o senhor se mudar

Meu pai eu vim lhe pedir,

Hoje aqui da minha casa

O senhor tem que sair.

Leva este couro de boi,

Que eu acabei de curtir,

Pra lhe servir de coberta

Adonde o senhor dormir.


O pobre velho calado

Pegou o couro e saiu.

Seu neto de oito anos,

Que aquela cena assistiu,

Correu atrás do avó,

Seu paletó sacudiu,

Metade daquele couro,

Chorando, ele pediu.


O velhinho comovido

Pra não ver o neto chorando,

Partiu o couro no meio

E pro netinho foi dando.

O menino chegou em casa,

Seu pai foi lhe perguntando:

Pra que você quer esse couro

Que seu avô ia levando?


Disse o menino ao pai:

Um dia vou me casar,

O senhor vai ficar velho

E comigo vem morar.

Pode ser que aconteça

De nós não se combinar,

Esta metade do couro

Vou dar pro senhor levar."


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Dá uma olhada nessa música, "Couro de Boi". 


Ela deixa bastante implícita uma ideia, a de que, se não cuidarmos dos nossos pais quando velhos, teremos o mesmo destino deles: ser ignorados, humilhados e deixados de lado. Um destino cruel, que nenhum filho deseja para um pai, e muito menos para si mesmo.


Com esse tipo de raciocínio, como fazer uma Reforma da Previdência, em que temos que tirar dos velhos pobres dinheiro para dar aos "novos ricos", garotões que não tem do que se preocupar?

Ou melhor, que AINDA não precisam se preocupar, pois os cabelos brancos ainda não chegaram para eles?

16.3.18

Caso Marielle: eu entendo, e não entendo.


Eu entendo a comoção: quando uma defensora dos Direitos Humanos morre de maneira trágica sempre é motivo para se lamentar, por qualquer coisa. Descaso das autoridades, desrespeito com o ser humano, clamor por Justiça - todo motivo é relevante, toda dor é justa, toda indignação é válida.

Quando a vítima é membro de diversas minorias (mulher, negra, lésbica) dá para entender mais ainda a gritaria de um certo tipo de "elite progressista", que vê no homem branco hétero o grande autor de tudo o que há de mal na sociedade moderna - e, ainda que o que mais vejamos hoje seja um tipo de pseudo-covarde incapaz de amar uma mulher "como Cristo amou a Igreja", não se pode negar que a elite da sociedade deseja exatamente isso (mesmo que reclame depois).

Eu entendo o clamor de gente que despreza a intervenção federal no Rio, e que gostaria de ver o dinheiro que está indo para a Polícia revertido em livros e flores. Sério, eu entendo quem pensa que tudo possa ser construído em diálogos, e rodas de conversa, e apelos ao amor.

Como não entender, não sonhar... como não esperar que tudo isso seja possível? Como não querer o fim das barbaridades, dos milicos, das milícias - "tem que acabar, a Polícia Militar", não era esse o grito entoado na Candelária ontem à noite?

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Eu entendo. Juro que eu entendo. 

Quer dizer, não juro, mas entendo. 

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O que eu gostaria de saber, entretanto, é como é que esperam que o pobre, das favelas e periferias entenda isso. Este cidadão, coitado, não aparece no "Jornal Nacional" quando morre, nem ficam consternados, em silêncio, quando os créditos do "Hoje" são exibidos na tela da poderosa.

O indivíduo que sobrevive ao crime nas favelas é alguém que merece nossas homenagens: vive em um lugar sem um pingo de dignidade, mas luta o tempo todo contra o caminho mais fácil, que lhe traria vantagem. Não dá para questionar, por exemplo, o que Nem fez pela filha: tornar-se uma lenda do tráfico e ficar preso por anos era o preço a pagar quando o custo é a perda de um ente querido.

Eu tenho uma filha. Sei como é isso.

Só não sei se minha filha perdoaria que eu me tornasse um traficante. Não imaginaria que ela estivesse indo atrás de mim na cadeia, dizendo, com orgulho: "ele fez tudo isso por mim".

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Coincidência por coincidência, a fala de Nem e a morte de Marielle atingem o mesmo público: uma turma pseudo-esquerdista, que acredita no poder da Palavra mais do que nos atos de força. Esse pessoal só não pediu a cabeça de policiais militares porque, logicamente, não é bonito fazer isso.

Claro, tem algo melhor a fazer: criticar o "golpista" Temer e sua intervenção.

Só não explicaram, é claro, como o cidadão das favelas, aquele que sobrevive todos os dias no pior dos lugares, vai ficar mais seguro com retórica vazia. Não o "empoderaram" o suficiente para que resistisse ao traficante que o atinge, e ao policial que o rouba costumeiramente.

Não lhe deram dignidade. Não lhe dão valor. Não lhe dão NADA QUE PRESTE.

Só dão uma retórica vazia - e muitas flores, que murcham logo.

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Eu entendo o choro das elites pela morte de uma dos seus. O que eu não entendo (ou não tolero) é porque eles pensam que o pobre deveria ter comoção genuína pela morte de Marielle.