19.6.24

Direitos da mulher vs direitos do não-nascido parte III: a lógica dos brasileiros - e brasileiras

 

Os brasileiros e brasileiras não sabem direito quando é que se pode dizer que um feto é um bebê, dizem que a vida nasce na concepção mas se uma mulher for vítima de estupro admitem tranquilamente que ela "tire" o que está em seu ventre, porque este não foi fruto de uma relação consentida, e jamais conceberão que se faça um aborto caso seja fruto de ato consensual, mesmo que seja entre adolescentes.

Sem muitos rodeios: quantas vezes vocês não ouviram um "na hora de abrir as pernas não pensou nas consequências", dito por mães sem educação que se tornaram avós involuntariamente? Será que muitos se esquecem do destino horrendo reservado a estupradores na cadeia, aplaudido efusivamente inclusive por gente que abomina o bordão "bandido bom é bandido morto"?

Mais ainda: quem nunca ouviu falar de pessoas que relataram o aborto como um procedimento invasivo e doloroso, pelo qual nenhuma mulher gostaria de passar?

Ora, se essas são as frases que se ouvem todos os dias nas quebradas brasileiras (e até nas mansões) porque a direita achava que o povo apoiaria o PL 1024, transformando quem aborta em criminosa - e, por semelhante modo, quem na esquerda realmente acreditam que iriam liberalizar a interrupção da vida de um feto a qualquer momento, por qualquer motivo, por causa da gravidez oriunda de estupro?

Brasileiros (e brasileiras, principalmente) tem uma lógica torta, mas que faz sentido bem de perto. Se quer entender qual é, volte ao lide desse texto, o primeiro parágrafo, e leia-o com atenção.

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