20.12.05

E o cocalero ganhou ...

Bush filho já tem mais uma ''sombra'' para se preocupar no continente americano (isso se realmente ele perde o sono com as terras daqui); é Evo Morales, o homem que incluiu a Bolívia nos governos de esquerda da América Latina - seja isso para o bem ou para o mal.
 
Mas, fora as dúvidas sobre se ele será um novo Lula ou um novo Chavez, o que quer dizer ''a quem contentarei de verdade'', um fato foi muito martelado pela grande imprensa: o medo de que o Congresso boliviano tivesse que escolher o presidente no segundo turno - mas, que eu saiba, só no Brasil é que o Executivo governa com um Legislativo contra ele (governa?), e se a Bolívia nunca teve um presidente que durasse foi porque ninguém deu conta do recado de forma a contentar a sociedade.
 
A verdade é que esse ''sistema boliviano'' funciona bem se houverem partidos fortes, e, de preferência, representativos na sociedade; não adiantaria nada fazer uma eleição em segundo turno no Congresso no Brasil porque aqui era capaz de venderem a mãe literalmente para se manter no poder, o que é uma pena mas não deixa de ser a mais pura e cristalina verdade.
 
E, nesse ponto, louvem-se os bolivianos que deram todo o poder ao presidente eleito, com a metade das cadeiras do Congresso sendo repassadas ao MAS nova situação; sem falar que o Podemos se firmou como a força de oposição ainda que sua base seja a ''rica'' Santa Cruz de la Sierra - o que, convenhamos, é muito para um país que há muito tempo não tinha governo ou instituições de confiança.
 
Se Evo Morales será um Lula (vendido para os seus e glorificado pelos outros) ou um Chavez (demônio populista ou anjo socialista?), ninguém sabe ainda - mas a Polyana dentro de mim me diz que, assim como parece, pelo menos dessa vez alguma coisa deu certo para os ''hermanitos'' mais pobres do nosso continente.
 
Boa sorte a eles, pois - e a nós, também (vamos precisar muito ...).
 

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