21.2.06

Orgulhos e vergonhas

A série ''esse mundo está virado mesmo'' complica a vida de muita gente, para o bem ou para o mal
 
Bono Vox faz questão de almoçar com Lula e passar o Carnaval com Gilberto Gil - mas boa parte da imprensa tupiniquim desce-lhe o sarrafo, chamando-o de terceiro mundista que gosta dos gnomos do pseudocapitalismo.
 
Por outro lado, Coronel Ubiratan é solto e ninguém, além dos movimentos dos direitos humanos, se posiciona contra a desastrada decisão do TJ que mostrou mais da face do ''bandido bom é bandido morto'', o que pode ser uma atitude incompetente e até insana mas demonstra como boa parte de nossa sociedade se comporta com relação ao excluído e ao sem amparo.
 
Se o que nos deveria dar orgulho nos enche de vergonha (um presidente operário chegando ao poder e se tornando um mito) e o que nos dá vergonha nos infla o orgulho (a absolvição de uma pessoa, no mínimo, desastrada na condução do seu dever), então estamos irremediavelmente perdidos - fecha a conta e passa a régua, o Brasil está condenado mesmo.
 
E não adianta dizer que não é - porque é, sim.
 
...
 
Para pensar: quem já leu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, os famosos ''direitos humanos'' que ninguém conhece mas todo mundo insiste em criticar o tempo todo? Não li e não gostei, é assim que a gente pensa mesmo?

Poesia

114
 
Da janela do quarto
do apartamento,
de fundo pra rua,
eu vejo o metrô;
e nele, pessoas,
correndo, zunindo,
em transe indo e vindo,
estranho torpor.
 
Da outra janela
do apartamento
eu vejo a avenida,
e os carros passando;
sirenes tocando,
e outras janelas,
visões diferentes
no mesmo visor.
 
E lá na cozinha
do apartamento
pequena janela
avista um mundico;
é perto da área,
de onde se avista
um pouco do céu,
pequeno - que amor !!!
 
Finalmente a sala
do que é meu "ovinho",
na qual a janela
avista o mundo.
O centro ao fundo,
bem longe o verde,
e em tudo a visão
de um mundo de cor.
 
Bemvindos à minha humilde casinha branca instalada nos céus de S. Paulo ...

FPS, 16/04/2002, horário indefinido
 

17.2.06

Descomplique-se

VI - (DOUTORADO)
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da ramínea Saccharus officinarum Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto que ocorre no líquido nutritivo da  alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera, Linneu, 1758.  No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo  do seu eixo em conseqüência da pequena deformidade que lhe é peculiar.

V - (MESTRADO)
 A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando- se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida Pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

IV - (GRADUAÇÃO)
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

III - (ENSINO MÉDIO)
 Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

II - (ENSINO FUNDAMENTAL)
 Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

I - (SABEDORIA POPULAR)
Rapadura é doce, mas não é mole, não!!!

15.2.06

Nada é por acaso ...

No mês de agosto de 2001, Moshê (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel a negócios. Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George no centro de Jerusalém.

O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa, mas ele não dispunha de tanto tempo.

Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu.

Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou.

Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião.

Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera.

O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s.
 
Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado.
 
Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria.
 
Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto.

Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda.
 
Mas encontrou uma situação caótica no local. A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças.

Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas. As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma.

Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensanguentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda. Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército.

Moshê procurou seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo.

Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida.
 
Moshê estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida.

O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava.

Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.

Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.

Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele.
 
Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida.

Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele.

Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo.

Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pai precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets.

Moshê não hesitou.

Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias.

Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.

Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito
"Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila ."

Mas não Moshê.

Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado.

E ele sabia como retribuir um favor.
 
Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo e deixou de ir trabalhar.

Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001, Moshê não estava no seu escritório no 101º andar do World Trade Center Twin Towers.

(Relatado em palestra do Rabino Issocher Frand)

P. S.: Obrigado, Leandro.

10.2.06

O cigano JK e a desinformação global

Vivemos para aprender nesse mundo mesmo ... já ficamos sabendo muitas coisas sobre Juscelino Kubitschek, ou deixando de saber dependendo do ponto de vista; mas uma das coisas que eu não sabia é que JK era cigano, assim como Cecília Meirelles e Castro Alves, fato que é confirmado por antropólogos e que torna o Brasil o único país do mundo onde um cigano foi eleito Presidente da República.
 
Essas e outras informações estão em uma coluna de Mônica Bérgamo, no site esotérico do Terra - e é extremamente interessante para se entender porque JK era tão místico a ponto de consultar-se com a mãe continuamente depois de sua morte: confiram essa informação interessante em http://www.terra.com.br/esoterico/monica/colunas/2006/01/03/000.htm.
 
...
 
É pena, no entanto, que tenhamos que acessar um site esotérico para saber fatos realmente relevantes sobre Juscelino - sim, porque quem verificar a minissérie global vai achar que Carlos Lacerda era um maluco e que existiram ao lado de JK pessoas como Salomé, Leonardo e Zinque; nada contra as interpretações excepcionais dos atores, mas quem assiste a minissérie não está sabendo que boa parte dela é ficção pura, e com certeza se perderá se confiar única e exclusivamente na visão mostrada pelo produto global.
 
Diga-se de passagem, a culpa não é totalmente da Globo - as fontes utilizadas para fazer a quase-novela das 11 são extremamente tendenciosas (uma autobiografia e o livro do Ronaldo Costa Couto), e além disso os familiares de JK foram extremamente rígidos quanto à cessão de imagens e direitos para se fazer a minissérie; para se ter uma idéia .
 
No entanto não deixa de ser constrangedor que muita gente interessada nesse período da História brasileira tenha poucos recursos além da Globo para entender o que se passava: para se ter uma idéia, o presidente bossa-nova não teve só uma amante - e a mais famosa de suas preferidas não se chamava Marisa (e olha que a dita cuja até ajudou a Globo, outro detalhe omitido até das aberturas e encerramentos da minissérie).
 
É, as aparências enganam - e nesse caso enganam muito; mas, como diria o macaco: não precisa explicar, eu só queria entender ...
 
 

9.2.06

Se você quiser ser um bom vilão, leia isso antes:

AS 104 COISAS A FAZER QUANDO TORNAR-ME UM SENHOR DO MAL

1. Minhas Legiões do Terror terão capacetes com visores de acrílico, e
não placas tampando o campo de visão.

2. Meus dutos de ventilação serão pequenos demais para alguém rastejar
por eles.

3. Meu nobre meio irmão, do qual usurpei o trono, será morto e não
mantido anônimo em uma cela esquecida em minha masmorra.

4. Fuzilamento não é bom demais para meus inimigos.

5. O Artefato que é a fonte de meu poder não será mantido na Montanha do
Desespero, além do Rio de Fogo guardado pelos Dragões da Eternidade.
Será mantido em uma caixa forte convencional. Isso também se aplica ao
objeto que é minha única fraqueza.

6. Não irei me gabar da situação de meus inimigos antes de matá-los.

7. Quando tiver capturado meu adversário e ele disser "Olhe, antes de me
matar, pelo menos me conte sobre o que você planeja fazer." Eu direi
"não" e atirarei nele. Pensando bem, vou atirar nele e depois dizer "não".

8. Depois de raptar a linda princesa, iremos nos casar imediatamente em
uma discreta cerimônia civil, não um espetáculo de três semanas de
duração durante as quais a fase final de meu plano será implementado. E
ela será tratada com amor e ternura por mim.

9. Não incluirei um mecanismo de autodestruição a não ser que seja
absolutamente necessário. Se o for, não será um grande botão vermelho
escrito "Perigo, não aperte". O grande botão vermelho "Não Aperte" irá
disparar uma saraivada de balas em qualquer um estúpido o bastante para
apertá lo. Ao mesmo tempo, botões "LIGA/DESLIGA" não serão claramente
indicados em meus painéis.

10. Não levarei meus inimigos para interrogatório no centro de meu
castelo. Um pequeno hotel, na periferia de meu Reino servirá perfeitamente.

11. Serei seguro de minha superioridade. Assim, não sentirei necessidade
de prová-la, deixando pistas na forma de charadas ou permitindo que meus
inimigos mais fracos permaneçam vivos, para mostrar que não representam
ameaça para mim.

12. Um de meus conselheiros será uma criança de cinco anos. Qualquer
falha em meus planos que ela seja capaz de detectar será corrigida antes
da implementação.

13. Todos os inimigos mortos serão cremados. Os corpos levarão repetidos
tiros de munição de grosso calibre. Ninguém será deixado para morrer no
fundo de um penhasco. O anúncio de suas mortes, bem como a respectiva
celebração do evento, serão adiados até depois dos procedimentos acima
mencionados.

14. O herói não terá direito a um último beijo, último cigarro ou
qualquer tipo de último pedido.

15. Nunca usarei nenhum dispositivo com um contador digital. Se achar
que tal dispositivo é essencial, o marcarei para ativação quando o
contador chegar em 117 e o heróis estiver começando a pensar em um plano
para desativá-lo.

16. Nunca usarei a frase "Antes de matá-lo, há uma coisa que desejo saber".

17. Quando empregar pessoas como conselheiros, ocasionalmente irei
escutar seus conselhos.

18. Se um jovem e atraente casal entra em meu Reino, irei monitorar
cuidadosamente suas atividades. Se descobrir que são felizes e
apaixonados, os ignorarei. Entretanto, se as circunstâncias os forçaram
a ficar juntos, contra sua vontade, e se passam todo o tempo implicando
e criticando um ao outro exceto em ocasiões quando estão salvando a vida
um do outro, momento em que há toques de tensão sexual no ar, ordenarei
imediatamente sua execução.

19. Não irei ter um filho. Apesar de suas risíveis e mal planejadas
tentativas de usurpar meu poder sempre falharem, isso pode se tornar uma
distração fatal em um período crucial.

20. Não terei uma filha. Ela iria ser tão bonita quando má, mas uma
simples olhada para a expressão no rosto do herói e ela irá trair o
próprio pai

21.Apesar de ser uma forma comprovada de aliviar o stress, não irei
soltar risadas maníacas. Com essas risadas, quando ocupado, é muito
fácil deixar de perceber pequenas nuances e acontecimentos que um
indivíduo mais atento pode identificar e responder à altura.

22.Irei contratar um estilista talentoso para criar uniformes originais
para minhas Legiões do Terror, ao contrário de certos modelos baratos
que os fazem parecer tropas nazistas, legiões romanas ou hordas de
selvagens mongóis. Todos foram eventualmente derrotados e quero que
minhas tropas tenham uma inspiração moral mais positiva.

23.Não importa o quão tentador seja a perspectiva de poder ilimitado,
não irei absorver qualquer campo de energia maior que minha cabeça.

24.Irei manter um estoque especial de armas de baixa tecnologia e
treinar minhas tropas em seu uso, bem como farei com que meu exército
tenha treinamento avançado em artes marciais. Assim, mesmo que os heróis
consigam destruir meu gerador de energia e/ou desativar as armas de
energia padrão, minhas tropas não serão sobrepujadas por um bando de
selvagens armados com lanças e pedras.

25.Irei manter uma estimativa realista de minhas forças e fraquezas.
Mesmo que isso tire parte da diversão do trabalho, pelo menos nunca irei
dizer a frase 'Não, não pode ser! EU SOU INVENCÍVEL!!!" (após a qual,
normalmente a morte é instantânea.)

26.Não importa o quão bem funcione. Jamais irei construir qualquer tipo
de equipamento que seja completamente indestrutível exceto por um
pequeno e virtualmente inacessível ponto vulnerável.

27.Não importa o quão atraentes certos membros da rebelião podem ser.
Provavelmente em algum lugar há alguém igualmente atraente que não está
tentando desesperadamente me matar. Assim, pensarei duas vezes antes de
ordenar que uma prisioneira seja levada a meus aposentos.

28.Nunca construirei uma única unidade de nada importante. Todos os
sistemas essenciais terão painéis de controles e fontes de força
redundantes. Pela mesma razão, sempre carregarei pelos menos duas armas
carregadas, todo o tempo.

29.Meu monstro de estimação será mantido em uma jaula bem segura, da
qual ele não poderá escapar e na qual não poderei cair por acidente.

30.Irei vestir-me com cores claras e alegres, isso deixará meus inimigos
confusos.

31.Todos os magos incompetentes, escudeiros, bardos sem talento e
ladrões covardes em meu Reino serão executados. Meus inimigos certamente
desistirão e abandonarão sua cruzada se não tiverem um parceiro cômico
ao lado.

32.Todas as camponesas ingênuas e peitudas que servem bebidas em
tabernas serão trocadas por garçonetes experientes e profissionais, que
não irão dar apoio ao herói ou servir de par romântico para seu ajudante.

33.Não terei um ataque de fúria e matarei o mensageiro que me trouxe más
notícias só para mostrar o quão mau realmente sou. Bons mensageiros são
difíceis de achar.

34.Não exigirei que as mulheres em postos de comando em minha
organização usem tops de aço inoxidável. A moral da tropa fica bem
melhor com um código de vestimenta mais casual. Ao mesmo tempo, roupas
feitas inteiramente de couro serão reservadas para ocasiões formais.

35.Nunca vou me transformar em uma cobra. Isso nunca funciona.

36.Não irei deixar crescer um cavanhaque. Nos velhos tempos fazia com
que você parecesse diabólico, hoje o torna um membro frustrado da
Geração X.

37.Não irei prender membros do mesmo grupo no mesmo bloco da masmorra.
Muito menos na mesma cela. Se são prisioneiros importantes, irei manter
a única chave da cela comigo, ao invés de deixar uma cópia com cada
guarda do destacamento da prisão. Na verdade, é melhor matá-los de uma vez.

38.Quando meu tenente de confiança disser que minhas legiões do Terror
estão perdendo uma batalha, eu acreditarei nele. Afinal, ele é meu
tenente de confiança.

39.Se um inimigo que acabei de matar tem irmãos ou filhos em algum
lugar, irei encontrá los e executá los imediatamente, ao invés de
esperar que cresçam nutrindo sentimentos de vingança contra mim.

40.Se eu não tiver escapatória a não ser me envolver em uma batalha,
certamente não liderarei na frente de minhas Legiões do Terror, nem irei
procurar o líder adversário entre o exército inimigo.

41. Não irei ser cavalheiresco ou bom esportista. Se possuir uma super
arma contra a qual não há defesa, a usarei assim que for possível, ao
invés de mantê-la guardada.

42. Assim que meu poder estiver estabelecido, irei destruir todos
aqueles inconvenientes dispositivos de viagem no tempo.

43. Quando capturar o herói, terei certeza de também capturar seu
cachorro, macaco, furão ou qualquer outro bichinho bonitinho de dar
nojo,capaz de desamarrar cordas e roubar chaves, que por acaso ele tenha
como mascote.

44. Irei manter uma saudável dose de ceticismo quando capturar a linda
rebelde e ela disser que está atraída por meu poder e boa aparência, e
alegremente trairá seus companheiros se eu deixá-la tomar parte em meus
planos.

45. Só irei contratar caçadores de recompensa que trabalhem por
dinheiro. Aqueles que trabalham por prazer tendem a fazer coisas tolas
como equilibrar as chances, para dar ao outro cara uma disputa justa.
Aliás, quanto mais rápido o serviço for executado, melhor remunerado
será o algoz.

46. Terei um claro entendimento sobre quem é responsável pelo que em
minha organização. Por exemplo, se meu general fracassou, não irei sacar
minha arma, apontar para ele, dizer "e este é o preço do fracasso" então
subitamente apontar e matar um subalterno qualquer.

47. Quando um conselheiro disser "Meu Lorde, ele é somente um homem. O
que apenas um homem pode fazer?" Eu responderei: "Isso!" e matarei o
conselheiro.

48. Se descobrir que algum fedelho começou uma cruzada para me destruir,
irei chaciná-lo enquanto ele ainda é um fedelho, ao invés de esperar que
cresça e se torne um adulto.

49. Tratarei qualquer monstro que eu venha a controlar através de mágica
ou tecnologia com respeito e ternura. Assim, se perder o controle sobre
ele, não virá imediatamente atrás de mim por vingança.

50. Se descobrir a localização aproximada do único artefato que pode me
destruir, não irei mandar todas as minhas tropas para recuperá-lo. Ao
contrário, mandarei as tropas atrás de alguma outra coisa, e
discretamente colocarei um anúncio de "procura-se, gratifica-se bem ",
em um jornal local.

51. Meus computadores principais terão seu próprio sistema operacional,
que será totalmente incompatível com IBM PCs, Macs ou Linux.

52. Se um dos guardas de minha masmorra começar a esboçar preocupação
com as condições na cela da linda princesa, ele será imediatamente
transferido para uma função com menos envolvimento com pessoas.

53. Irei contratar um time de arquitetos e pesquisadores de alto nível
para examinar meu castelo e me informar de quaisquer passagens secretas
e túneis abandonados que eu tenha conhecimento.

54. Se a linda princesa que capturei disser "Nunca irei me casar com
você! Nunca! Está ouvindo? Nunca!" eu direi: "Tudo bem." E a executarei.

55. Não farei uma barganha com uma criatura demoníaca e depois tentarei
desfazê-la apenas porque me senti com vontade.

56. Os mutantes deformados e malucos psicóticos terão seu lugar em
minhas Legiões do Terror. Entretanto antes de mandá-los em uma
importante missão secreta que demande tato e sutileza, verificarei se há
alguém mais qualificado e que atraia menos atenção.

57. Minhas Legiões do Terror serão treinadas em tiro básico. Qualquer um
que não consiga aprender a acertar algo do tamanho de um homem a 10
metros de distância, será usado como alvo.

58. Antes de utilizar qualquer tipo de artefato ou máquina capturada,
irei ler cuidadosamente o manual de instruções.

59. Se for necessário fugir, não irei parar para fazer uma pose
dramática e dizer uma frase profunda.

60. Nunca irei construir um computador inteligente que seja mais esperto
do que eu.

61. Pedirei a meu conselheiro de cinco anos de idade que tente decifrar
qualquer código que eu estiver pensando em adotar. Se ele o decifrar em
menos de 30 segundos, não será usado. Nota: Isso também se aplica às
senhas.

62. Se meus conselheiros perguntarem "Por que está arriscando tudo nesse
plano louco?" Não irei prosseguir até ter uma resposta que os satisfaça.

63. Irei projetar os corredores de minha fortaleza para que não haja
alcovas ou suportes estruturais protuberantes que possam ser usados como
abrigo por intrusos durante um tiroteio.

64. Lixo será eliminado em incineradores, não compactadores. E eles
serão mantidos acesos, sem aquele nonsense de chamas que se ativam
através de túneis de acesso, em intervalos previsíveis.

65. Irei me consultar com um psiquiatra e me curar de todas as estranhas
fobias e bizarros hábitos compulsivos que possam se mostrar uma
desvantagem.

66. Se for obrigatório que existam terminais de computador de acesso
público, os mapas que mostram meu complexo terão uma sala claramente
marcada como Sala de Controle Central. Essa sala será a Câmara de
Execução. A sala de controle central de verdade estará indicada como
Câmara de Contenção de Transbordamento de Dejetos Sanitários.

67. Meu teclado de segurança na verdade será um scanner de impressões
digitais. Qualquer um que observe um usuário digitar seu código e
consequentemente tente digitar a mesma sequência irá ativar o alarme
central.

68. Não importa quantos curtos circuitos há no sistema, meus guardas
serão instruídos a tratar cada câmera de segurança com defeito como caso
de emergência total.

69. Pouparei a vida de alguém que tenha me salvado no passado. Isso só é
razoável se estimular outros a fazê-lo. Entretanto a oferta só é válida
uma única vez. Se querem que os poupe novamente, é melhor que salvem
minha vida mais uma vez.

70. Todas as parteiras serão banidas de meu reino. Os bebês nascerão em
hospital supervisionados pelo Estado. órfãos serão colocados em lares
adotivos, não abandonados na floresta para serem criados por criaturas
selvagens.

71. Quando meus guardas se separarem para procura por intrusos, eles
sempre andarão em grupos de pelo menos dois. Serão treinados para que se
um desaparecer misteriosamente no meio da patrulha, o outro iniciará
imediatamente um alerta e chamará por reforços, ao invés de ficar
procurando o colega pelas esquinas.

72. Se eu decidir testar a lealdade de um assistente, para descobrir se
ele pode ser promovido a homem de confiança, terei um grupo de
atiradores de elite por perto, caso a resposta seja não.

73. Se todos os heróis estão ao lado de um mecanismo esquisito e me
desafiando, usarei uma arma convencional, ao invés de disparar minha
super arma invencível contra eles.

74. Não concordarei em deixar os heróis partirem livres, se vencerem uma
competição, mesmo que meus conselheiros digam que está tudo arranjado e
que é impossível para eles ganhar.

75. Quando criar uma apresentação multimídia de meu plano, feita para
que meu conselheiro de cinco anos de idade possa facilmente entender os
detalhes, não irei chamar o disco de "Projeto Overlord" e deixá lo solto
em minha mesa.

76. Irei instruir minhas Legiões do Terror para atacarem o herói em
massa, ao invés de ficarem em volta dele esperando enquanto um ou dois
atacam de cada vez.

77. Se o herói correr para meu telhado, não irei atrás dele em uma
tentativa de atirá-lo do alto. Também não lutarei com ele na beira de um
despenhadeiro. (No meio de uma ponte de cordas sobre um rio de lava
derretida não vale nem a pena considerar.)

78. Se tiver um surto de insanidade e decidir oferecer ao herói a chance
de rejeitar um emprego como meu Braço Direito, irei reter sanidade o
suficiente para esperar que meu atual Braço Direito saia da sala antes
de fazer a oferta.

79. Não direi para minhas Legiões do Terror "E ele deve ser trazido
vivo!". A ordem será: "E tentem trazê-lo vivo se for razoavelmente viável".

80. Se acontecer de minha máquina do Juízo Final possuir um botão de
reversão, assim que tiver sido usada irei derretê-la e cunhar uma edição
especial limitada de moedas comemorativas.

81. Se minhas tropas mais fracas falharem na tentativa de eliminar o
heróis, mandarei minhas melhores tropas, ao invés de perder tempo
mandando tropas progressivamente mais fortes, a medida em que ele se
aproxima de minha fortaleza.

82. Quando lutar com o herói no alto de uma plataforma em movimento, o
tiver desarmado, e estiver a ponto de acabar com sua vida, e ele olhar
para algo atrás de mim e se jogar no chão, me jogarei imediatamente no
chão também, ao invés de fazer uma expressão inquisitiva e olhar para
trás para ver o que ele viu.

83. Não irei atirar em nenhum de meus inimigos se eles estiveram de pé
em frente a um suporte crucial de uma estrutura pesada, perigosa e
precariamente equilibrada.

84. Se estiver jantando com o herói, colocar veneno em sua taça, e
subitamente tiver que sair da sala por alguma razão, pedirei novos
drinques para nós, ao invés de tentar decidir se ele trocou ou não os
copos.

85. Não deixarei que prisioneiros de um sexo sejam vigiados por membros
do sexo oposto.

86. Não implementarei nenhum plano cujo passo final sejam horrivelmente
complicado, como "alinhe as 12 Pedras do Poder no altar sagrado então
ative o medalhão no momento do eclipse total". Ao invés disso, meu plano
será ativado com a frase "aperte o botão ".

87. Terei certeza de que minha Máquina do Juízo Final está devidamente
dentro das regras de instalação, e corretamente aterrada.

88. Meus tonéis de produtos químicos perigosos ficarão tampados quando
fora de uso. Também não irei construir passagens e escadas sobre eles.

89. Se um grupo de subordinados falhar miseravelmente em sua missão, não
lhes darei uma grande bronca por sua incompetência, e em seguida enviar
o mesmo grupo para tentar de novo.

90. Depois de capturar a super arma do herói, não vou imediatamente
dispensar minhas legiões e relaxar minha guarda pessoal porque acredito
que qualquer um que possua a arma é invencível. Afinal, o herói tinha a
arma e eu a tomei dele.

91. Não vou projetar uma Sala de Controle Central em que todos os
terminais deixem o operador de costas para a porta principal.

92. Não irei ignorar o mensageiro esbaforido e obviamente agitado até
que minha cavalgada ou outro entretenimento pessoal termine. O que ele
tem a dizer pode ser importante.

93. Se chegar a falar com o herói ao telefone, não irei ameaçá-lo. Ao
contrário, direi que sua perseverança me deu uma nova visão da
futilidade de minhas ações malvadas, e que se ele me deixar em paz por
alguns meses de quieta contemplação irei provavelmente voltar para o
caminho do Bem (heróis são incrivelmente fáceis de se enganar, quanto a
isso).

94. Se eu decidir realizar uma execução dupla do herói e de um
subordinado que tenha falhado ou me traído, farei com que o herói seja
executado primeiro.

95. Quando efetuando uma prisão, meus guardas não deixarão que parem e
peguem um objeto aparentemente inútil, por puro valor sentimental.

96. Minha masmorra terão sua própria equipe médica qualificada, completa
e com guarda costas. Assim se um prisioneiro ficar doente e seu colega
de cela disser ao guarda que é uma emergência, o guarda chamará um grupo
de trauma, ao invés de abrir a cela para dar uma olhada.

97. Minhas portas serão projetadas para se que alguém destrua o painel
de controle do lado de fora, a porta feche, e se destruir o painel do
lado de dentro, a porta abre. Não vice versa.

98.As celas de minhas masmorras serão feitas de aço inoxidável, sem
emendas e não conterão objetos com superfícies reflexivas ou nada que
possa ser transformado em cordas.

99.Qualquer conjunto de dados de importância crucial será acondicionado
em arquivos de 1.50Mb, para não caberem em um único disquete.

100. Não irei cobrar impostos exorbitantes de meus súditos, muito menos
deixarei que eles passem fome. Também não exigirei que jovens virgens
passem a primeira noite comigo.

101. Se eu estiver devidamente armado, não irei lutar kung-fu contra o
herói.

102. Se o herói disser que sou um covarde e que não tenho coragem de
enfrentá-lo com as mãos limpas, não direi nada. Irei atirar nele
imediatamente.

103. Nunca irei acionar um dispositivo de destruição enquanto eu não
estiver em local seguro.

104. Finalmente, para manter todos os meus súditos contentes e
descerebrados, irei prover a cada um televisão a cabo e acesso ilimitado
à Internet, por banda larga e gratuitamente.

7.2.06

Do WebLog do Nomínimo, publicado em 30/01/2006:

Solução prática

De acordo com o departamento de transporte chinês, dois bilhões de passageiros viajarão este ano ao longo do Festival da Primavera – é o maior feriadão do mundo.

Aí sobe o número de
fraldas geriátricas vendidas.

''Os viajantes têm de sentar por horas e horas nos trens quando viajam de volta para casa nas festas de ano novo. Os vagões ficam cheios de gente, até os banheiros ficam entulhados. Sem ter como usar os banheiros quando necessário pode ser uma situação embaraçosa, principalmente para as passageiras''.

A cultura dos outros é estranha aos olhos de cá.

Comentário: E bota estranha nisso - se bem que no Brasil costumamos utilizar a solução da moita para essas eventualidades (o que no caso chinês, convenhamos, seria um desastre ambiental dos grandes ...).

6.2.06

Eu não TINHA nada para escrever aqui ...

Do Jornal do Brasil, uma nota que merece ser postada na íntegra e comentada de imediato:
 

Será que vale?

Há parlamentares defendendo que o presidente Aldo Rebelo convoque uma cadeia nacional de rádio e TV para fazer a defesa explícita da Câmara e explicar para a população como funciona a Casa.

Duro vai ser fazer o povo entender por que ela só funciona de terça a quinta.

(Informe JB, 06/02/2006)


Se Aldo Rebelo, o comunista que se tornou presidente da Câmara ''graças a Deus, com as orações dos ateus'', tiver a coragem de fazer isso, ele terá o meu voto porque ninguém até hoje deu a cara pra responder a essas questões ao povo em geral.
 
E, em tempo: o Congresso não funciona só de terça a quinta-feira - segunda e sexta-feira não há votações em plenário, e esses dias são usados pelos deputados para ir às bases que os elegem; mas se alguém quiser dizer como funciona a Câmara, vai ter que fazer uma verdadeira minissérie para não justificar nada pra ninguém ...
 

Tempo de folhas em branco

Confesso que está difícil escrever alguma coisa que valha a pena nos tempos atuais neste canto esquecido da Internet. Senão, vejamos: o Big Brother não está me motivando - também, pudera, não sei se devemos descer o sarrafo na Globo ou no público que gosta da novelinha BBB e que levou a quinta edição do programa aos recordes de audiência e à morte do esquema ''ofensivo'' para vencer e convencer neste programa.
 
''Alma Gêmea''? Também não me encanta, visto que, apesar de ser o sucesso global do momento, sua temática espírita me afasta da TV por mais da metade do tempo da novela - mesmo que eu esteja gravando os capítulos para minha esposa e que ela esteja amando ver a Cristina chafurdar na lama (aliás, eu também confesso que dessa parte estou gostando bastante).
 
A política está na mesma, com Lula retornando à posição pré-mensalão e comprovando que as CPI´s geraram muito vento e pouca tempestade, e que no final das contas o binômio ''comida na mesa e dinheiro no bolso'' é que vai decidir de fato quem fica ou quem sai nas eleições de outubro - se bem que esse binômio pode ser substituído pela repulsa da classe média ao presidente operário (como se na diplomacia se trocassem curriculum vitae dos presidentes antes de qualquer coisa).
 
JK ... não, tem muita gente já discutindo isso ...
 
Então, façamos o seguinte - eu pergunto a vocês o que devo escrever e vocês me respondem; e, para não dizer que não coloco nada de diferente por aqui, vai um velho texto para ver se eu consigo retirar essa sensação de folhas em branco do meu pensamento ...
 

Poesia: de 18/12/1995

Impressões do infinito

 

Um novo futuro

se abre, infinito,

a cada dia,

a cada momento,

por todas as horas

nos vis corações.

E esse futuro

pode estar na porta,

ou no nosso lado,

mesmo em nossa frente

- e não o sentimos,

ou não percebemos,

não entendendo nada,

não sabendo nada,

vendo menos ainda.

Até que, um dia,

percebemos tudo,

e vemos que o mundo

se torna maior,

mais forte, mais firme,

e então entendemos

o sentido de tudo,

tudo o que passamos,

a cada dia,

a cada hora,

a cada momento,

sempre,

mais e mais.

 

 

 

O infinito que está no futuro

está escondido atrás da porta

chamada presente.

 

Resta abri-la,

para que então a profecia

torne-se realidade.

 

Que os sonhos se realizem no infinito do futuro.

 

 

J. R. Babbash

 
 

3.2.06

O sucesso de ''Alma Gêmea''

Nem Big Brother, nem JK: o sucesso da Globo é mesmo o velho e bom novelão de guerra, aquele que faz as mulheres ficarem com as mais diferentes reações, desde raiva e ódio até felicidade e um indisfarçável júbilo ao ver sua ''sede de justiça'' saciada, ainda que seja somente no mundo virtual.
 
O que mostra o seguinte - o povo quer, na verdade, é mais do mesmo (sempre).
 

Prosa/Crônica

Delitos Comuns IV - Retratos de uma traição
 
Voltava para casa, depois do longo início de noite e antes que ela se tornasse em criança levada, a criança que todos nós queríamos ter de verdade sido. Tinha os olhos cansados, sem colírios ou remédio que dessem jeito naquela ilusão de vida que levava, vida que na verdade era uma vida besta, do trabalho para casa, de casa para o trabalho, às vezes para o curso, outras para as reuniões maçantes de família ou as "happy-hours" do serviço, em que na verdade se cultiva e se cultua apenas o ato de nada fazer e de tudo fingir, como se pudéssemos encontrar verdadeiros amigos em um lugar onde todo mundo se vê para se comer vivo, ou fritar-se ...
 
Ufa! Tinha pensado demais: já era tarde e tinha que enfrentar a volta, a tenebrosa volta para um mundo que já não era mais o seu, um mundo de aparências distantes e disformes, bem diferentes do início do seu "affair", em que a esposa bastava para lhe livrar dos sofrimentos e desgraças que o mundo insistia em lhe dar. Esta tornara-se oca, como a própria mãe fora: preocupada, mais que na verdade, em ganhar e gastar em ostentação e delírios de luxúria que já de nada valiam, já que a cama, antigamente um poço de desejos, sucumbira ante os problemas de uma relação desordenada e desajustada pelos tempos e pelas torturas de sempre a mesma coisa, as mesmas cobranças, a falta de compromisso e descaso pelo homem por trás do vulcão que na cama ele sempre se julgou ...
 
Vulcão? Nem tanto: era apenas um sonho; já não era mais jovem, e mesmo que quisesse, jamais voltaria a sê-lo. A secretária, coitada, era a única a ouvi-lo em seus sonhos e devaneios: tinha ela os sonhos de crescimento, como toda vagabunda nessa situação - se bem que, na verdade, nem vagaba ela era, era apenas uma mulher liberada que não queria saber de compromisso nenhum, e que, segundo ela, não se prendia a ninguém, era livre como o canto dos pássaros para fazer o que quiser, embora ele soubesse muito bem que a velhice acabava com esses sonhos, e que valia muito a presença do "cobertor de orelha" na mão ...
 
... ou será que não? Bem, não era hora de pensar nisso, devia voltar para casa e ser o mesmo homem de sempre, bom marido, bom filho, bom pai, traindo-se a si mesmo dentro de todos aqueles arranjos, acabando-se em sua própria hipocrisia de velho menino, cometendo seus delitos comuns como todo respeitável homem de bem, delitos que nem ele sabia que fazia, mas que na verdade eram, em si mesmo, sua única ilusão.
 
FPS, 12/09/00, 15:30

E, para refletir: qual o segredo de ''Alma Gêmea''?

1.2.06

Pinceladas rápidas de uma noite sem sono (ainda ...)

Considero o Kibeloco um dos blogs mais interessantes da Internet - mas acho que ele está cada vez mais pisando na bola ultimamente; atrapalhar votação do La Nacion, paredão do Big Brother, convocar os milhões de usuários do seu site para atrapalhar uma ou outra votação e se gabar disso ...

... sinceramente, Kibe, eu achava que você era bem melhor do que isso que está fazendo, vê se começa a fazer de novo suas charges que a gente gosta tanto; longe de mim comparar os dois ou três que acessam o TrashEtc. com o seu blog, mas não foi com esse tipo de coisa que você chegou a ser redator do Caldeirão, não foi?

...

E falando em Big Brother Brasil 6, a igreja global: 13 milhões de votos num programa que está meio fadado ao fracasso, vocês não estão achando estranho que um programa que está em baixa na audiência mobilize tanta gente para uma votação?

Alô, Decarapralua; alô, Saggio; alô, sites especializados em BBB - é hora de linchar o Kibe, nem a pau que a Globo consegue mais esse tipo de audiência só no telefone.

...

E antes que eu caia no sono, o Comentando está digno de honra com esta charge sobre JK, a minissérie miraculosa:





Depois dessa, já dá para ir ... dormir, uaahhh ... ZZZZZ ...