Sem saudades
Águas cristalinas, muito verde, uma casinha pequenina perdida entre pastos verdejantes - belíssima pintura, emoldurada em uma planície a perder de vista.
Mas a vida era dura e cruel, principalmente para quem já sentira o gosto do conforto e via, por trás dos montes, as oportunidades que um dia não tivera transmitidas aos seus descendentes, e as chances que nunca tivera.
Dinheiro? Não precisava dele, tanto quanto de sua pequena vida, que, um dia, se acabaria - e, com ele, viria o fim, o desfigurar de um sonho que, na verdade, nem sonho mesmo era, posto que não era de ninguém, somente dele.
E, no final, somente um bonito retrato da parede, como lembrança de um passado, sem saudades nem sonhos, apenas o passado evaporado e a lembrança que se foi.
FPS, 12/12/06, 11:00