15.3.15

Extraído do meu Face, algumas ponderações sobre as manifestações de hoje ...

Quanto mais a Globo / GloboNews / Record etc., falam que a passeata está bonita e segura, e cheia de gente, mais pessoas se sentem seguras para invadir as ruas e expressar sua "indignação".

Donde se conclui o seguinte: que Twitter nada, o que move esse país é a TV aberta. 

Sempre.

...


E, aliás, que o governo e os progressistas deixem de ser trouxas: esses 600 mil que estão em São Paulo, e outros tantos pelo país, não querem outra coisa senão a derrubada da presidente Dilma, a prisão do Lula, a destruição do PT e a entrada "na marra" de qualquer governo de direita - - talvez, ainda, com o bônus de reduzir violentamente o rol de direitos sociais previstos na Constituição de 88.

Querem a volta do Estado patrimonialista, para poucos, que fingia ser honesto enquanto deixava os "homens de bem" roubarem à solta. Querem a volta das mentiras dos militares, da ilusão de um governo "sério", que preservava os poderosos e não tinha nem a coragem de ser liberal de verdade (coisa que a Coreia e o Chile fizeram muito bem).

Se o governo quer analisar os atos do dia 13 e do dia 15, deveria começar por se perguntar uma coisa: "quem eu devo ouvir, os que gostam de mim ou os que me odeiam?".

Talvez, daí, surgirão boas respostas para Dilma e sua turma.

...

Um lembrete aos golpistas de plantão, ou quem achar que impeachment é fácil como demitir a empregada doméstica: Hugo Chavez só ganhou poderes ditatoriais por causa de uma tentativa de golpe frustrada. Deposto na quinta, foi preso na sexta - e no sábado as multidões desceram das favelas de Caracas exigindo que seu presidente voltasse ao Poder. 

Recolocado na Presidência, Chavez outorgou uma Constituição com um sistema que, na prática, lhe dava plenos poderes para governar por decreto, bastando usar a população como escudo.

E, não custa lembrar, a turma do dia 13 consegue sair num dia de semana para apoiar o governo. 

O pessoal de agora, não. Nem a imprensa os apoiaria.

7.3.15

Poesia: Dia internacional da discussão sobre a mulher

diz a oprimida para a opressora:
eu luto por meus direitos,
para ser igual.

eu quero liberdade, para ser feliz.

diz a opressora para a oprimida:
eu quero as flores e os bombons,
para ser rainha.

eu quero subjugá-los, dominá-los.

"venha comigo, ser livre",
"não, venha, mandaremos juntas"

"oprimida", "opressora", "eu sou é esperta", "cachorra".

no meio de tudo, dois homens se beijam, 
afagos, carícias, sem fim.

e o terceiro, alheio à peleja,
bebe sua cerveja.



fps, 08/03/14, 16:50