Ah, o mundo ideal, em que pais querem que seus filhos sejam exemplos de virtude... crianças submetidas a ideologias que constantemente atacam valores seculares, somada à falta de tempo dos pais para resolver problemas pequenos (e grandes) de toda natureza...
Eis o mundo doido em que vivemos, nos quais pais analógicos ficam atônitos com a velocidade da vida digital, que não podem controlar (até porque tempo é matéria escassa numa sociedade na qual garantir a sobrevivência é mais urgente que vigiar a prole).
Aliás, talvez seja por isso se dê tanto valor aos livros como diversão de qualidade - mesmo que a literatura produzida hoje em dia seja bem diferente das "Coleções Vagalume" com a qual os brasileiros da Geração X foram alfabetizados.
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Para desespero de alguns mãe (e pai) é cargo "ad eternum", quem recebeu o título vai permanecer nesse status a vida toda, seja através de um papel mais ativo ou numa função de suporte. Ninguém garante, porém, que os pais não entrarão em campo para assumir responsabilidades quando for necessário - posto que a vida é uma senhora que tem jeito de moleca, pregando-nos peças o tempo todo.
Ser pai e mãe é extremamente desgastante, a tal ponto que cresce nas novas gerações não querem mais assumir tal encargo (o que é natural num mundo cada vez mais dominado pela valorização do que é externo, do "viver novas experiências", e do trabalho-videogame, em que se ganha um salário de miséria para cumprir oito, nove, dez horas de dedicação praticamente integral a uma corporação). Quem reclama demais de ter filhos, contudo, não pode chorar depois porque os netos demoram a aparecer - pois incutiu nos fedelhos do passado um veneno: a ideia de que ter família é algo ruim.
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"Você vai ver quando chegar a sua vez..."
"Pois é, mãe - liguei as trompas. Não quero esse transtorno pra mim".
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Mulheres estressadas, culpadas por não ser como suas mães; pais omissos, às vezes acuados, sem saber o que fazer - ou qual o jeito certo de fazer (sem falar nos que não tem interesse em aprender). "Coaches" tentando mostrar o jeito certo de cuidar de filhos, ensinando aquelas receitas maravilhosas que darão um trabalho imenso - e que serão rejeitadas em favor do cachorro-quente ou da linguiça sem chimichurri, que são gostosas principalmente por não fazer parte da dieta cotidiana das crianças.
Um cenário de tragédia, que seria fácil de se entender caso admitíssemos o básico: nossas mães e avós não eram perfeitas, nem se sentiam na obrigação de que tudo funcionasse como um relógio - e nenhum aspecto da vida do ser humano funciona 100% do tempo como se espera.
Famílias não são perfeitas, porque não somos perfeitos: é difícil admitir esse pressuposto?
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Por semelhante modo não se pode educar filhos para ser o que você não é. Pais que não vivam o cristianismo no dia a dia não conseguirão incutir princípios neles, até porque autoridade formal é diferente de ter o controle da situação.
Se você tem que se impor dizendo que manda, desculpe, mas não estás no comando. Eis um fato.
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Voltando ao pressuposto de que no passado era melhor... a vida do passado não era melhor do que a de hoje. Nossos pais tinham medo das más companhias, os avós casavam os filhos cedo para evitar que se perdessem na vida (até hoje isso acontece, o Brasil é um dos países que mais estimula tal prática).
Nem podemos dizer que a educação piorou, se querem saber: criamos o ECA por causa de pais que se excediam nas agressões a seus filhos, com os piores métodos possíveis. Os que foram edificados sob a "palmada pedagógica" tiveram pais que lutavam para sobreviver e tinham amor pelos seus filhos; eram gente que ensinava em amor, embora com os métodos da ignorância - e seus exemplos eram tão (ou mais) relevantes que a dor da palmada, e o medo advindo dela.
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Fato: aquele que não tiver Deus no controle de suas ações dificilmente conduzirá seus filhos no caminho do Senhor - ainda que, no fundo, não possa garantir que estes não sejam seduzidos pelos frutos da ideologia deste século. Você planta sementes, Deus proporciona o crescimento.
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