29.11.05

30 anos ou 30 dias: eis a questão !!!

 
O post acima conduz a um interessante ensaio do cientista político Murilo de Aragão a respeito do recente livro de Mailson da Nóbrega a respeito da economia desde os tempos da redemocratização brasileira. Mailson, para as gerações que não o conheceram, foi o ministro que conduziu a Fazenda no final do governo Sarney, que começou com a ''reinvenção'' econômica proposta por Celso Furtado e que acabou nos 80% de inflação que elegeram Collor e deram em outras loucuras, dignas dos anos 80 e 90 que só se resolveram com o plano Real.
 
Murilo, diga-se de passagem, realmente diz uma verdade consistente ao relatar que faltam líderes capazes para o Brasil, na medida em que ninguém até agora pensou em efetivar as benditas e malditas reformas que dariam substância ao nosso país para ''surfar'' positivamente nas ondas de crescimento em tempos de globalização e outros fenômenos do gênero.
 
Até aí nada de mais, um país com uma carga tributária pesadíssima e engessado em capacidade de investimentos é como uma empresa à beira da falência, ainda que estejamos investindo em áreas vitais como saúde e educação (embora de forma podre, como se vê por aí); o problema é quando se tenta dar soluções para essa crise de mesmice que assola a pátria tupiniquim na política, economia e em outras áreas do conhecimento em geral.
 
Faz falta a muitas pessoas um certo conhecimento do ''fator povo'', aquele que força os políticos e a sociedade intelectualizada a voltar-se de vez em quando para as necessidades do dia-a-dia ao invés de pensar num ''Brasil grande'' que nunca chega; nesse grupo está o esquerdista que ovaciona Chavez e Fidel Castro e aplaude Kirchner nos seus delírios populistas, esquecendo-se de que não existe almoço grátis e de que a conta chegará para uns e outros, mais cedo ou mais tarde.
 
Também faz parte desse grupo, no entanto, o liberal de carteirinha que pensa em Thatcher como modelo de governo, quando até as pedras de Stonehenge sabem que os governos liberais demoram a voltar justamente porque pensam mais em números que em pessoas - único problema que atinge a estratégia perfeita de governo do neoliberalismo, e motivo pelo qual FHC será sempre lembrado como um Campos Salles que arrumou a casa, mas nunca como um JK que a revolucionou.
 
E, antes que me esqueça: a comparação entre FHC e Campos Salles não é minha mas sim de ACM, que pode ser até um canalha mas não manda na Bahia há tantos anos por acaso: talvez porque o povo não pense nos próximos 30 anos, mas sim nos 30 dias de seu contracheque ... certo, bixim?
 
 

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