4.11.05

Porque crente só pode ouvir música de crente?

Esse assunto começou de trás para a frente, mais ou menos como o processo de rodar o disco ao contrário para saber se a música tem trechos satânicos - primeiro vieram os links abaixo, sobre o hip-hop de Deus e a charge sobre o rock gospel, e depois o pensamento que não sai da minha cabeça desde então, que poderia ser descrito como 'a evolução (ou involução) do gospel nos dias de hoje'.
 
Toda música sacra que conhecemos tem uma origem básica: o canto gregoriano, que descambou no gospel que os negros cantam até hoje nas Igrejas cotidianas; no entanto os dias atuais vem transformando esse significado. Gospel, hoje, passou a signficar uma boa desculpa para se fazer música profana com um ritmo agradável e um 'JESUS' no meio para contentar os pais dos jovens crentes quando eles querem ouvir um ritmo mais da sua idade, já que Tati Quebra-barraco e que tais são indecentes mesmo para quem só frequenta banco de Igreja em batizado, casamento e funeral.
 
O engraçado é que os pais dos pais dos nossos pais também deviam ter esse tipo de problema, considerando-se que os nossos avôs e avós cantavam hinos nos templos e mantinham Orlando Silva em suas vitrolas de 78 rotações; mas alguém está exagerando - nada contra a qualidade ou a quantidade do gospel de hoje em dia, seja ele panfletário de denominações e doutrinas ou simplesmente pretexto para alguns fazerem sucesso, ou mesmo genuíno louvor, mas será que um evangélico não tem o direito de ouvir uma boa música simplesmente por ela ser uma boa música, ou porque gosta?
 
Convenhamos, até que alguns forrozinhos de crente são gostosos para um bate-coxa - bate-coxa gospel, por assim dizer, com todo o respeito, é para o Senhor, etc. e tal ... mas, sem querer ser preconceituoso mas já sendo um pouquinho, será que não estamos exagerando um pouco com essa história de tudo gospel, transformando esse conceito numa coisa parecida com o tudo light, ou tudo diet, ou tudo politicamente correto dos modismos que estão por aí? Não questiono a música gospel como ela está se desenvolvendo, já que tudo isso é questão de mercado, mas será que não dá para se dar o direito de ouvir um 'eu te amo' sem que Jesus esteja no meio deste amor?
 
Ou será que o caminho é botar Jesus em tudo, mesmo que seja na caixa do cereal ou no guaraná rosinha do Maranhão?
 

E seguem os links sobre o assunto, antes que eu me esqueça:
 
Excepcional matéria de NoMínimo a respeito do hip-hop gospel; e boa principalmente porque é uma forma de sabermos como quem gosta da fruta (o hip-hop) vê a sua versão cristã.
 
http://www.gardenal.org/ed/Rock8.jpg - o cartunista Ed analisa o rock gospel; a interpretação de "demo" é hilária.
 
http://webmail.jesus.com.br/ - não tem nada a ver com a história, mas se você quer ter um email de Jesus, cadastre-se aqui ...

 
 
 

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