17.5.06

Em tempos de PCC ...

Não custa nada reeditar esse texto antigo, mas alguém duvida de que vai ser assim mais uma vez?

 


 

A roda dos crimes que abalam o país

 

Tudo começa numa nota de pé de página, num jornal de grande circulação, tipo empresário é assassinado misteriosamente'', ou ''fulano se encontra desaparecido'', ou ''famoso encontrado morto na porta de sua casa''; nada de mais, apenas uma nota sobre uma suspeita de um crime ou um crime que, a princípio, pareceria corriqueiro.

 

Depois, as notícias que dão o choque: o empresário assassinado fora barbaramente torturado até a morte por traficantes de drogas adolescentes, ou o corpo de fulano é encontrado dilacerado por ordens do próprio filho, ou o famoso é morto por alguém que se desejava invejoso e firmara um pacto de morte com a própria mãe para executar o crime.

 

Mais notícias: o empresário era um senhor benevolente que dava emprego a cerca de 1000 funcionários e ajudava às famílias destes, o fulano era um pai exemplar que levava os filhos à praia toda semana e que se preocupava com os ''maus elementos'' amigos do mais velho, que planejou o crime, e o famoso era um ator promissor que recentemente se casara com uma apresentadora de TV e chamava a inveja do assassino.

 

Em três ou quatro dias, acontecem as mais diferentes respostas: editoriais dos jornais conservadores clamando por justiça e mudanças nas leis, editoriais dos jornais mais liberais lembrando que a coisa não é bem assim (e sendo atropelados pelo clamor popular), pais, filhos, netos, amigos e tudo o que mais clamando contra os absurdos dos ''direitos humanos para bandidos'' e querendo justiça; determinada apresentadora fazendo clamores pelo fim da baixaria e pela pancadaria, outro pedindo pau neles ... e por aí vai.

 

Em nove ou dez dias, tudo se acalmará de novo: notícias surgem a todo momento, e o povo precisa trabalhar, afinal de contas; os parentes das vítimas montarão associações pela justiça e pelo endurecimento da lei; políticos levarão projetos ao Congresso, e alguém se lembrará que o nosso país é signatário de tratados internacionais que prezam o respeito às liberdades individuais (lógico, porque para a ONU direitos são direitos, e não para poucos mas para todos); os projetos são arquivados ou entram em compasso eterno de espera; passeatas são montadas, e tudo fica por isso mesmo; se o assassino é morto na cadeia, ou se alguém comete uma loucura, as entidades de direitos humanos esperneiam, mas ninguém liga, porque ''bandido bom é bandido morto'', e tudo fica por isso mesmo.

 

Em quinze dias, ninguém mais se lembra dos nomes dos assassinos ou dos criminosos, a não ser em colunas que costumam tratar casos assim a fundo (e que quase ninguém lê, por sinal).

 

Em trinta dias, tudo cai no esquecimento e a vida segue seu rumo.

 

Até que outra nota de pé de página comece tudo de novo ....


FPS, 20/11/03, 10:21

11.5.06

O mistério de Suzane (CUIDADO!!!)

Não sei se o texto abaixo foi realmente escrito pelo Luís Nassif - tem toda a cara de sê-lo, já que é típico do colunista da Folha de São Paulo chamar a atenção para fatos que passam alheios à classe média (em geral conservadora) que lê os jornais todos os dias nas grandes cidades do Brasil - entretanto, não deixa de ser um enfoque muito diferente do caso Suzane o que você vai ler nas próximas linhas deste blog.
Entretanto, NÃO LEIA ESSE TEXTO SE VOCÊ NÃO QUISER PENSAR DE VERDADE NO ASSUNTO - se for desse jeito, por favor, feche este blog, desligue o micro e vá ver qualquer porcaria na ''TV''; você com certeza vai gastar seu tempo de forma mais eficiente que lendo o texto abaixo.

O mistério de Suzane


Por Luís Nassif 15/4/2006
Manfred Von Richthofen era homem de hábitos rígidos. Colegas seus, do Liceu Pasteur lembram-se dele no ginásio como um garoto reprimido, primeiro da classe, sempre de calças curtas e cabelo cortado "à reco" - numa época em que os adolescentes já estavam em rota de colisão com os pais por cabelos mais longos, calças desbotadas e músicas barulhentas. Era um "CDF", que não se enturmava. Manfred e a esposa foram assassinados pela filha Suzane e pelos irmãos Cravinhos, um dos quais namorado de sua filha.
De lá para cá houve um frenético esforço de toda a mídia para isolar o crime das relações que permeiam pais e filhos de classe média contemporânea. Foi apenas uma mente ambiciosa, que queria ficar com a herança dos pais. Ou, ainda, a jovem que se envolveu com namorados baratos e entorpecentes caros.
Afinal, qual o mistério de Suzane?
Em novembro de 2002, quando o crime ocorreu, o psiquiatra Sérgio Telles escreveu um artigo em que mencionava reportagem do "Estadão" de 9 de novembro daquele ano, tratando das repercussões do caso na Alemanha.
Richthofen se apresentava como sobrinho-neto do Barão Von Richthofen, conhecido como o "Barão Vermelho" -o notável aviador da Primeira Guerra Mundial. A revista Der Spiegel foi atrás da notícia. O porta-voz da família do Barão assegurou não haver nenhuma relação de parentesco e que eles sabiam que, há muitos anos, o engenheiro se fazia passar por descendente da família nobre.
"Como uma pai com esse nível de patologia se ligaria com sua descendência, seus próprios filhos, se estava negando sua ascendência, suas raízes, seus pais? Como essa enorme falha na historia familiar - uma "cripta", diriam Abraham e Torok - um segredo familiar de tal monta, repercutiria sobre todos eles?" indagava ele.
Não há vã psicologia que justifique crime dessa natureza. Mas há que se encontrar a explicação. E todas as explicações estão atrás dos muros da casa que Richthofen desenhou e mandou construir especialmente para isolar sua família do mundo, conforme reparou o policial Marcelo Milani, que acompanhou as investigações iniciais.
No ambiente fechado do lar, em que infernos Suzane se meteu, com quais terrores se deparou para ir buscar a saída no mais nefando dos atos humanos, o parricídio? Quais as pressões que Manfred, o que não se conformava em não ser nobre, submetia os filhos, a ponto de Suzane ver na sua morte a única saída?
Em crimes dessa natureza, toda a atenção se concentra nos filhos, os assassinos, lembra o psiquiatra Telles. Mas há dois assassinos, um em cada ponta. ''Laio e Jocasta, pais de Édipo, antes mesmo de ele nascer, ao saberem da profecia, deliberaram matá-lo. Poderia expressar o secreto vínculo que une pais filicidas e filhos parricidas, evidenciaria a corrente de violência que circula entre pais e filhos nessa situação''.
E não se venha com a tese das más companhias. Os irmãos Cravinhos, especialmente o namorado Daniel, era dominado afetivamente por Suzane, especialmente no plano sexual. Mantinha em sua residência roupas de cama e toalhas com a foto de Suzane. A imprensa não noticiou adequadamente a reconstituição do crime, conta o policial Milani. Mas quando voltaram à cena do crime, os irmãos Cravinho tiveram um ataque histérico. Daniel passou mal e teve que ser atendido, tamanha a culpa que neles se instalou.
Mas como assombrar o universo já assustado da classe média com essas constatações, que tiram o crime do universo externo da marginalidade, da droga, da própria loucura, e o joga dentro da própria sala de visita, do próprio quarto de dormir? E se ela foi submetida às mesmas pressões que esmagam tantos jovens de classe média, que podem estar esmagando neste momento nossos próprios filhos, confrontados diariamente com a obrigação do sucesso, da carreira?
Por isso mesmo, depois de assistir o ''Fantástico'', de ver Suzane de volta à prisão dormindo algemada a uma cadeira, a classe média conseguiu um momento de consolo.
Mas a próxima Suzane pode estar no quarto ao lado, onde dorme a filha obediente, que aparentemente acata todas as imposições paternas e maternas, de pais que só aceitam o sucesso, a vitória, a carreira, e não se dão conta que lá no fundinho de cada Suzane, há uma serpente terrível, que só consegue ser dominada à custa de carinho e compreensão.


P. S.: Não sou a favor de Suzane, mas acho que tem muito podre por trás dessa estória ...

3.5.06

Uma boa reflexão, para todos os dias ...

Wallace Johnson estava com 40 anos de idade em 1939. Achava que tinha estabilidade em seu emprego na serraria. Então um dia o seu patrão o chamou e disse-lhe que estava despedido.
 
Isso não podia ter acontecido numa época pior. Os Estados Unidos da América estavam justamente saindo da grande depressão financeira da década de 30, e Johnson tinha esposa e filhos para manter. Como, perguntava-se ele, poderia a família sobreviver financeiramente agora?

Johnson saiu da serraria com a sensação de que seu pequeno mundo desabara. A caminho de casa, entretanto, orou por orientação divina. Quando entrou em sua casa e contou à esposa o que havia acontecido, o seu estado de ânimo já era melhor.

- O que é que você vai fazer agora? - quis saber a esposa.

- Vou hipotecar a casa e entrar no negócio de construções - anunciou ele.

Sua primeira tentativa foi à construção de duas pequenas estruturas. Dentro de cinco anos, a família Johnson estava multimilionária.
 
Wallace foi o fundador da rede de hotéis Holiday Inn e ficou conhecido como o ''albergueiro da América''. Mais tarde ele declarou:
 
''Se eu pudesse encontrar o homem que me despediu do emprego, eu teria de agradecer-lhe. Quando fiquei desempregado, não pude ver a mão de Deus naquela circunstância, mas posteriormente vim a entender que Ele o permitira para que eu pudesse contribuir financeiramente para a manutenção de Sua obra na Terra, enquanto ao mesmo tempo me dava condições de oferecer emprego a mais de 100.000 pessoas.''

Na correria do dia a dia, você já parou para ouvir o que Deus tem para te dizer?

Acredite, Ele fala com você nas pequenas e grandes coisas que te cercam. Basta que você passe a ser mais sensível e, fique aberto (a) a esse tipo de comunicação.

Já parou para meditar que algo que você ache ruim, pode lhe ser uma grande benção futura?

Deus nos concede muitas Bênçãos Disfarçadas, nós é que não percebemos. Ele toma uma situação ruim em suas mãos e, a converte em algo muito bom. 
E, acredite, faz isso inúmeras vezes em nossas vidas.
 
Pena que sempre estamos muito ocupados para entendê-lo. Pense nisso...
 
Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Gên. 50:20.

1.5.06

Poesia

Sonidos


El hombre caminaba por la calle.

Y con el, un sonido.
De estorias, de vida.
?Silbato de flauta?

No lo se, no lo se.

?Sonido exquisito?

Quisiera saberlo.

Sonido ...

De recuerdos,
estorias que oyera;
sonido de un dia,
de un malo recuerdo;
sonido de cambio,
de luchas, probables.

O solo un sonido ...
El hombre
caminaba por la calle.

Y, en sus celos,
los sonidos iban ...
y iban ... y iban ... y iban ...


FPS, 10-08-2003, 18:54