7.9.06

De longe, do exílio ...

... um pequeno poema, para recuperar os sentidos da vida:
Esfinge
Quem é essa,
que te ouve e consola,
de dia e de noite?
Quem é essa,
que te esmaga
e te mostra,
singela e,
ao mesmo tempo,
tão indecente,
tão paciente,
e tão condizente
com o seu papel?
(ao mesmo tempo que mente,
o faz de forma tão verdadeira
que acredito nela,
de forma tão firme
e tão verdadeira
que - sei, parece besteira -
mas já preferi a mentira
que vem daquela boca
à verdade da vida,
ó vida, cruel,
torre de babel).
Essa é a esfinge;
cabe a nós decifrá-la
ou ser devorados por ela.
FPS, 07/09/2006, 14:45

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