3.1.09

Poesia

O soldado

Compulsão e choro e estafa cansaço e sono.
Dureza da vida que pulsa com um novo dono.
Algo que nos traz fogo brando, de tal desamor.
Cauteriza a faca e afunda num ser ditador.

As ordens que me são mandadas eu faço eu cumpro.
Aquilo que me pedem digo procuro executo.
O que não sei peço que expliquem a mim com certeza.
Não valeu a tal longa espera por uma grandeza.

Me falta coragem e sobra cansaço no corpo.
Não tenho vivência de dor como a que agora eu sinto.
Não posso dizer que me iludo com tudo o que vejo.
Não posso porque já não vejo e p´ra mim é qu´eu minto.

Eu minto para minha vida achando que o belo
Se esconde por trás das pessoas que vejo e me calo.
Se esconde por trás dos bons sentimentos que carrego.
Se acalma e só então é que eu me sinto, me viro e então falo.

Eu quero sentir essa brisa perto do meu rosto.
Eu quero viver a emoção de ser melhor querido.
Eu quero sentir a bondade na vida que espero.
Eu quero com toda certeza ter mais de um amigo.

Eu seco espero a hora e o dia que vem
Onde eu certamente possa ser mais que um joão-ninguém.
Eu vejo na vida essa vida que espera e flutua
De um homem que desce, que corre, que ama, que sua.

Eu quero estar vivo para ver o tempo passar.
E só nessa hora verei coração sossegar.

Pois é na certeza de ter esse grande caminho
Que eu me levanto e posso então andar sozinho.

Final da história sentindo coração pulsar
O mundo está salvo - e eu posso então descansar.

Feliz é o homem que agora então pode me ouvir
E ver as verdades que a vida me fez bem sentir.

Espero o dia que chega, e o dia que vai
Para acabar com o sofrimento que em mim sempre cai.

Pois esta é a grande virtude no final da guerra:
poder assim, firme, encontrar ...




... a tal paz, bem sincera.

18/10/1996

Um comentário:

Anônimo disse...

cool blog