6.1.10

Poesia

Reflexões sobre o vazio existencial de um ser humano qualquer
(que deveria estar afogando as mágoas num bar e não fazendo poesia)


Quando eu morrer,
não me enterrem em qualquer lugar.
Me cremem, assim ocupará menos espaço.


Quando isso acontecer,
façam um favor a mim:
botem uma webcam no funeral.


Assim,
quem não quiser vir à Igreja
não precisará sair de casa para me homenagear.


Apenas fará suas orações,
desligará o equipamento
e seguirá para sua vida.


Quando eu daqui sumir
façam o que quiser com meus emails,
meus sonhos e meus pensamentos.


Apenas mantenham meu registro virtual.
Não mexam no Orkut,
no Facebook,
no blog,
no flog,
no Twitter,
no Show ...


(aliás, o que é Show?).


Isso peço
para que eu seja eternizado,
enquanto os servidores do mundo estiverem no ar.


E para que todos se lembrem
de quem um dia eu era.


Do que eu fiz.


Do que eu fui.

fps, 01/01/10, 21:04



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