17.2.10

Poesia

Sobre as crenças das pessoas e o medo de viver

Caríssima,

não se espantes com o passado,

não se alucines com o futuro,

não espere o momento que vai,

não se assustes com tudo o que vê.

Eu sou apenas mais um homem

que olha o mundo com olhos do espanto,

que sente as coisas no fundo, e no entanto,

mesmo eu, que me sinto um pouco de tudo,

duvido de coisas que não são iguais,

esquento a cabeça com coisas banais,

procuro na vida algo que me complete,

procuro esperar por algo que me aquiete,

procuro vencer, e viver sem motivo,

procuro fazer com que a força da vida

tome um rumo certo, e ache no ensino

de tudo o que faço, um novo destino

para o que digo, e espero de mim,

em uma espiral, que parece sem fim.

 

Caríssima,

se eu fosse falar sobre os desígnios da vida,

falaria mil coisas, para não falar nada.

Somente te digo, minha doce caríssima,

para não se assustar com o que te aguarda,

pois nada no mundo pode ser pior

do que ter medo do destino, e não crer em nada.

Porque sem acreditarmos, caríssima, em algo,

não somos nada

além de luzes piscantes brilhando

nesse céu estrelado que é esse mundo de Deus.

 

fps, 02/05/96, 12:00

Um comentário:

Aliz de Castro Lambiazzi **jornALIZta** disse...

Fábio, adorei esse poema! Ele ressalta a importância de acreditar em algo, e eu concordo completamente. Acho que não há nada mais danoso para o homem do que o ceticismo.

Beijos