O autor desse blog se prometeu não comentar ou ler ou me interessar por Big Brother Brasil desde o ano passado, e por isso não teve muitos detallhes sobre a briga entre os lados A e B e a vitória do casal Maxine contra a Ana Carolina Madeira no BBB9.
Motivos?
Boninho e a condução desastrosa da 5ª edição, a que resultou na vitória de Jean Wyllis e no último caso escancarado de vazamento de informações para dentro da casa; as edições pares, que vem sendo fracas em comparação com as ímpares; e a vida, enfim, que exigia desse que vos escreve um pouco menos de cuidado com coisas bizarras e que achasse coisa melhor para fazer do que se ocupar com, digamos, o nada.
Nada encarnado na briga de vários participantes pelo milhão e 15 minutos de fama.
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O que mudou então, para que o BBB voltasse à minha vida?
Duas palavras explicam tudo: Isabella Nardoni.
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O caso Isabella mostrou o quanto a realidade pode ser bizarra, em todos os aspectos: tropas alucinadas de populares na frente do fórum, esperando pelo pai e pela madrasta da coitada, exigindo justiça contra os assassinos do “anjinho”, idolatrando o promotor justiceiro e apedrejando o advogado de defesa, contratado para uma redução de danos (que pode até dar certo, considerando-se a loucura na qual esse caso se tornou).
Do outro lado, uma internet absolutamente maluca, com gente querendo a morte de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá na fogueira das inquisições e uma surpreendente quantidade de pessoas questionando a acusação.
Estas últimas, inclusive, disparavam contra tudo: a perícia, que não é nenhum CSI mas achou um caminho que permitiu esclarecer o crime; a acusação, que esquentava as turbas enfurecidas pela morte em família; e até mesmo o Tribunal do Juri, recurso há séculos utilizado justamente para dar ao clamor popular uma satisfação contra crimes como esse.
Ou seja, uma tremenda zona.
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Em nenhum momento, no entanto, as pessoas que discutiram a esmo pararam para pensar num detalhe: alguns minutos antes da morte de Isabella, quando chegavam ao supermercado para comprar sei lá o quê, pai, madrasta, filhos e enteada, pareciam uma família normal, cuidando de coisas comuns e voltando de um evento em família.
Não só pareciam – eram uma família normal, que só se tornou em um bando de monstros porque uma tragédia, de proporções inimagináveis, aconteceu pouco tempo depois.
E que, surpreendentemente, poderia acontecer com qualquer um que perdesse a cabeça, seja ele um homem, ou uma mulher.
Ou ainda, uma criança.
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O BBB pode ser uma verdadeira porcaria, um jogo no qual milhões torcem e retorcem a visão dos fatos e discutem um monte de besteiras e sua relação com a realidade.
Mas, ainda assim, é um jogo.
E, como um jogo, não é real.
E por isso mesmo é bem melhor do que qualquer crime bizarro que aparece na TV.
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P. S.: No jogo das diversidades do BBB10, Dourado foi o único que soube agir e se comportar como uma pessoa comum – e por isso venceu, com todos os méritos.
P. S. II: E, em tempo: com mais votos que Serra, Dilma, Lula e Marina terão em outubro, pode?
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