Higienópolis não quer uma estação de metrô dentro do bairro.
E é capaz de conseguir seu intento, mantendo o caráter de condomínio fechado que possui desde sua fundação, já que estações de metrô, além de abrir os bairros servidos por elas à “visitação pública”, trazem também com isso a sensação de insegurança típica de quem não quer encarar o mundo à sua volta e tem muito medo de ver a realidade que o cerca.
Higienópolis não quer metrô, assim como a Vila das Belezas, que impediu a construção de uma estação na linha 5 pelo mesmo motivo (manter a característica fechada do bairro); e como a Chácara Klabin, dos condomínios fechados e segurança cada vez mais rígida, que inclusive melhora a Polícia de sua região com recursos próprios para poder isolar-se com mais dignidade do mundo que a cerca.
Numa ironia que corrói, e fere, e destrói - como tanta coisa estúpida que só existe nessa selva de pedra chamada São Paulo.
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Essa classe média alta, classe B, que não quer o populacho beirando sua piorta, nem os mendigos e ambulantes, prefere se mobilizar para isolar-se que correr atrás de soluções para os problemas que afligem a todos, sem exceção.
E o que é mais engraçado, tratam-se de pessoas que andam à vontade nas ruas parisienses, mas que não é capaz de perceber que desenvolvimento de verdade é deixar o carro em casa e usar os pés para ir a qualquer parte.
Ou as rodas, por exemplo, como a turma da bike tem mostrado cada vez mais, ainda que com os exageros típicos dos ativistas de plantão.
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E eles ainda querem se defender de nós … oh, e agora, quem é que vai ME defender dessa gente que está tornando São Paulo uma cidade cada vez mais cretina?
Um comentário:
Boa reflexão. Quanto à Vila das Belezas, parece equivoco, pois existe uma estação ali (não sei se com este nome, mas tem). Isso é um retrato da nossa sociedade, que não é apenas nossa , paulistana -antes fosse. Estive em Aracaju em janeiro e a cidade que é um exemplo de planejamento urbano , já da ares de 'afrescalhamento' (não encontro outro termo adequado) com sua classe média pueril encastelada em condomínios fechados e higienizados. Pobre Brasil, só mudaremos quando o rio Tiete bater nos calcanhares dos leitores da Folha de S Paulo.
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