Eleições vão e vem, discussões e mais discussões extensas sobre reforma política e dos costumes ocorrem sempre mas ninguém se preocupa em dizer como é que vamos melhorar os costumes políticos sob o sistema eleitoral que aí está, já que, para decepção dos analistas políticos, a lista fechada proporcional continua sendo a forma de se distribuir as cadeiras nos Legislativos país afora.
Pior: não há nenhuma perspectiva de mudanças nesse sistema, seja porque não há interesse dos nossos representantes na mudança (explicação das revistas) ou porque o eleitor tem mais o que fazer do que ficar discutindo sobre assuntos cansativos que, aparentemente, não lhe dizem respeito algum (explicação mais próxima da realidade).
Logo, considerando-se o fato de que votaremos nesse sistema e que não adianta ficar discutindo sobre reformas inexistentes, ou inviáveis, esse blogueiro pergunta: alguém já se perguntou qual a melhor forma de votar em um deputado nas eleições que estão chegando?
…
Não, com certeza você não se perguntou sobre isso, até porque o brasileiro se orgulha de não ser politizado e o assunto “como elegemos nossos políticos” nunca faz parte da pauta das reuniões familiares e dos jantares de gala de uma sociedade que cita Bertold Brecht mas nem sabe quem ele foi.
Contudo, como esse blogueiro gosta de dar sua opinião sobre tudo o que o cerca, aqui vai uma série de sugestões de como votar para deputado, independente da preferência política de quem está nos lendo agora:
- Escolha um candidato e não vote somente no partido: votar na legenda significa concordar que qualquer membro do partido serve para ser seu representante no parlamento; como em todos os partidos políticos há o candidato “bom” e o candidato “mau”, e muita gente tende a votar no “mau” político justificando o que ele faz ou deixa de fazer, cabendo a você, eleitor esclarecido, colocar os bons no topo da lista e jogar os maus para o fim da fila - e para fora da carreira política, corrigindo os erros que nem um Ficha Limpa poderia corrigir no futuro.
- Prefira escolher seu candidato a presidente ou governador e, depois, o candidato a deputado dentre os partidos que o apóiam: não entre nessa de dizer que “ele / ela não pode ter vida fácil” porque sem apoio o governo precisará fazer mais e mais acordos para se manter, aumentando o preço per capita das alianças necessárias para aprovar as Leis e o Orçamento (que, lembrando, só é aprovado se o Legisiativo der o seu OK).
- Se você votar em branco, não fique reclamando depois dos políticos: votar em branco ou em nulo de propósito significa dizer que qualquer um serve para ser seu representante, até mesmo o Tiririca; e geralmente quem mais reclama dos políticos é quem fez o que não devia, ou seja, se omitiu na hora do voto dizendo que “é tudo igual, mesmo”.
- Mas, principalmente, vote em quem você gostaria de ver defendendo seus interesses no Legislativo: o melhor voto é aquele que se dá com satisfação, e que você dá consciente de que fez a escolha que vai de acordo à sua visão de mundo (que é o que interessa mesmo nessa hora).
E mais uma coisa: se seu candidato não for eleito, cobre do partido, já que o seu voto vai ajudar a eleger o resto da “chapa” de candidatos do partido X ou Y ou Z; ou cobre de outros parlamentares do seu Estado, já que, um dia, eles terão de pedir votos novamente se quiserem se reeleger.
Mas cobre; porque eles é quem dependem de nós, e não o contrário.
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