13.8.17

Porque as Igrejas não discutem o que acontece na sociedade? Mais ainda: será que salgamos o mundo como deveríamos?

Este que vos escreve gostaria que seus colegas evangélicos, e outros cristãos, pudessem responder com altura a uma "provocação" como a da esquerdista acima - mais uma, dentre tantas que se fazem em tempos de pós-modernidade, nos quais ser "crente" virou ser "o culpado pelo mundo estar imerso no atraso", ou "agente de ódio que impede o mundo de evoluir". 

Alguma coisa, entretanto, me lembra de que dificilmente vamos ver denominações "sérias" falando sobre a marcha racista nas EBD´s amanhã. Talvez por ser Dia dos Pais - e pelas pessoas estarem bem mais interessadas em celebrar um modelo de família cada vez mais bombardeado na sociedade atual - ou porque, de fato, ninguém queira "trazer o mundo para ser analisado pela Igreja" (a não ser, é claro, para penitenciar-se pelo que não é sua culpa, e contaminar-se pelos males do século presente).

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Como responder a pessoas que insistem em nos rotular como agentes do atraso? Como entender o papel do evangelismo na pós-modernidade? Como defender seus filhos de ir para a faculdade, e largarem o Evangelho por vergonha de serem chamados cristãos?

Perguntas complexas, com respostas a definir. Suponho que não saibamos como responder a nossos filhos, em um mundo cuja complexidade assombra o mais liberal dos cristãos praticantes. Creio, ainda, que nossos pastores não estão completamente preparados para o que está vindo, uma crítica ao Evangelho libertador dos homens como nunca se viu.

Isso porque esta é a primeira vez que os crentes tem que defender seu caminho como o correto, diante de um mundo que despreza a Deus e nega veementemente seu valor. Ops...

... será que é a primeira vez, mesmo? OU será que sempre foi assim, e nunca percebemos isso?

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O presbiterianismo, do alto de seus 158 recém-completados anos de História no Brasil (e que em breve se juntará aos irmãos de outras denominações para comemorar os cinco séculos de protestantismo) via de regra deixa transparecer um defeito perigoso: o saudosismo exagerado. Cremos que os hinos antigos eram melhores, as mensagens, mais poderosas, e acreditamos piamente que o protestante, antes do surgimento de Igrejas mais modernas, era respeitado.

Sejamos objetivos: se hoje ridicularizam os "crentes" pelos pastores picaretas, que prometem prosperidade em troca de dízimo, antigamente éramos chacota pelos cabelos compridos dos "glória". Mesmo naqueles tempos, porém, éramos tratados como exóticos, diferentes do catolicismo sincrético das classes baixas ou do discreto charme do espiritismo, misturado com o ateísmo socialista, que sempre vigorou por aqui. 

Ser protestante, no Brasil, nunca foi fácil. Nem antes, nem hoje. E, talvez, nunca o será.

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