5.9.05

A lenda do mata-sem-vergonha


A lenda do mata-sem-vergonha

Da viela,
de onde não sai nada,
de repente,
um vulto sai.
É parrudo,
forte, botinudo,
um homem que vai.
Mas atrás
desse vulto forçudo
sai um cheiro também.
É enxofre,
beirando a estrume,
que não me cai bem.
E o gosto,
na boca, de sangue,
desliza, num ai.
É o vinho,
vinho do demônio,
que atiça, e atrai.
E o homem,
vulto tão forçado,
some no matão.
E na noite
o grito renasce:
morreu um varão.

"Em uma casa o pranto é total,
e em outra os perdidos riem de espanto;
mais uma vez ataca o mata-sem-vergonha,
aquele que vinga os perdidos e assalta os hipócritas,
rouba dos puritanos para dar aos mendigos,
ladrão sem direção, à procura da própria alma,
que o zebedeu roubou.
Cuidado, você pode ser a próxima vítima
do mata-sem-vergonha ..."

FPS, 05/09/05, 18:12

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom esse texto como havia comentado na lista.

abraços
Flávio

Anônimo disse...

Poxa! Eu gostei pacas deste texto!

abração