16.7.10

Ainda sobre a palmada pedagógica

O tal projeto de Lei, enviado ao Congresso Nacional proibindo castigos físicos em crianças, a princípio parece piada de mau gosto de quem não sabe o que é ter família, ser pai ou mãe e segurar crianças cada vez mais hiperativas e modernas - sem falar, é claro, que a "palmada pedagógica" sobrevive em algumas culturas (principalmente os evangélicos) como efeito daquele versículo bíblico que diz que "a vara edifica".

Como, por exemplo, em Provérbios 23:13, que diz: “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá.”

O problema é como os evangélicos e outros interpretam esse e outros textos, alguns como idéia de que é a punição física que resolve, na linha do “bater de leve não vai matar ninguém”; e  outros simplesmente dizendo que a criança deve ser punida, mas não necessariamente com violência (clique aqui para ler uma opinião evangélica que segue nesse rumo).

Numa sociedade que está cada vez mais abismada com a permissividade dos jovens, que também é culpa da má aplicação do ECA (porque tem mecanismos punitivos lá dentro), mandar um projeto de lei proibindo a disciplina física, apesar da ONU, vira piada de mau gosto para quem apenas quer criar seus filhos em paz, e impor disciplina a eles num mundo cada vez mais confuso.

Além disso, leis não significam nada se a sociedade não for rígida com condutas que não deveriam ser aceita por gente civilizada; não precisaríamos inventar uma Lei como a Maria da Penha, por exemplo, se a cada vez que um homem agredisse uma mulher esse fosse fichado por lesão corporal e não pudesse nem por os pés em sua casa, porque a própria família dele não deixaria a mulher desamparada.

Da mesma forma, não precisaríamos de uma Lei da Palmada se, cada vez que um velhinho dissesse que "no meu tempo se usava o fio de ferro para educar as crianças", a gente respondesse "gente, ainda bem que o meu pai nem pensava em fazer isso comigo".

Ou então, para ser mais estúpido com quem não merece mesmo respeito, "graças a Deus o meu pai não foi nem seria um animal assim” ...

Colegas, amigos, transeuntes, comentem, esse espaço também é seu.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

e aí?