29.4.11

Agora que o casamento real já passou …

Devo ser o único cara que acha que Lady Di era mais falsa que nota de três reais (principalmente esperando ser esposa do príncipe herdeiro da Inglaterra fosse igual a ser mulher do padeiro da esquina) …
 
… mas, já que está comprovado que a nova duquesa já está bem treinada, tendo até feito uma espécie de cursinho preparatório para assumir suas funções reais, tem muita gente que já começa a apostar em vários caminhos para o futuro do “casal real”, da vitória completa à desgraça total.

Mas, se quer saber, a melhor opção é a que está se desenhando, principalmente depois que o príncipe voltou direto ao trabalho: ela vai ficar quietinha, na moita, como o marido da Elizabeth II ...

… e quando for rainha, continuará quieta, pois há seiscentos anos é assim: os reis casam, descasam, são coroados mas no final passam procuração para o Parlamento e fica tudo na santa paz dos ingleses, embalada pelo ruído do Big Ben e pela troca da guarda, que, tal e qual tudo por lá, sempre sai na hora certa, dia sim, dia não, faça chuva ou faça sol.

25.4.11

Poesia

marilyn_monroe_misfits01

prefiro

a realidade de amar-te

que qualquer sonho

que tentam me enfiar goela abaixo;

 

casa bonita,

carro do ano,

emprego perfeito,

vida de comercial de margarina,

 

tipo assim,

 

sorriso perfeito,

colgate,

sinistro,

no seu branco inexistente.

 

prefiro

tua tez doce e gostosa,

teu choro contido,

 

teu abraço, beijinho,

teu beijo molhado,

que se torna logo em

mais um beijo, e outro,

 

de tensão controlada,

tornada explosão.

  

abraço,

beijo,

intensidade,

fúria,

gozo,

volúpia,

 

tesão.

  

por isso prefiro

o presente ao futuro.

  

fps, 24/10/2010, 19:59

22.4.11

Poesia

Conselhos de um homem que já viveu muito

Ouçam meus conselhos,

cidadãos desta cidade,

ouçam-me,

por favor de suas almas.

 

Entendam, por favor,

os destinos desse tolo,

que um dia, ouviu falar,

em tempo insano,

de loucas sanidades,

de loucos desatinos,

de muitos desenganos,

de mútuos afetos,

de múltiplas “vendettas”,

de muita traição.

 

Ouçam-me, queridos,

ouçam meu gemido,

ouçam meu ganir.

 

Ouçam-me falar,

ouçam-me sentir.

 

Ouçam.

 

Havia muito tempo,

um homem nos surgiu.

 

Um igual a nós,

porém diferente.

 

Um igual a nós,

porém insensato.

 

Um igual a nós,

que por ser diferente,

foi caluniado,

difamado,

arrastado contra seu povo

e destruído, enfim.

 

Havia esse homem,

que jamais havia,

pois não haverá jamais,

pois houve um fim.

 

E o tempo chegou.

 

Quem pode discutir os desígnios

criados por homens,

senão eles próprios ?

 

Ouçam-me:

pagaremos por nossos crimes com nossas almas.

 

Pois o tempo,

sim o tempo,

esse tempo já chegou.

fps, 22/01/96

21.4.11

E, falando em bárbaros, um ótimo poema ...

 

barbaros[1]

À ESPERA DOS BÁRBAROS


Porque esperamos, reunidos na praça?
Hoje devem chegar os bárbaros.

Porque reina a indolência no Senado?
Que fazem os senadores, sentados sem legislar?

É porque hoje vão chegar os bárbaros.
Que hão-de fazer os senadores?
Quando chegarem, os bárbaros farão as leis.

Porque se levantou o Imperador tão de madrugada
e que faz sentado à porta da cidade,
no seu trono, solene, levando a coroa?

É porque hoje vão chegar os bárbaros.
E o imperador prepara-se para receber o chefe.
Preparou até um pergaminho para lhe oferecer, onde pôs
muitos títulos e nomes honoríficos.

Porque é que os nossos cônsules, e também os pretores,
hoje saem com togas vermelhas bordadas?
Porquê essas pulseiras com tantos ametistas
e esses anéis com esmeraldas resplandecentes?
Porque empunham hoje bastões tão preciosos
tão trabalhados a prata e ouro?

Hoje vão chegar os bárbaros,
e estas coisas deslumbram os bárbaros.

Porque não vêm, como sempre, os ilustres oradores
a fazer-nos seus discursos, dizendo o que têm para nos dizer?

Hoje vão chegar os bárbaros;
e, a eles, aborrece-os os discursos e a retórica.

E que vem a ser esta repentina inquietação, esta desordem?
(Que caras tão sérias tem hoje o povo.)
Porque é que as ruas e as praças vão ficando vazias
e regressam todos, tão pensativos, a suas casas?

É porque anoiteceu e os bárbaros não vieram.
E da fronteira chegou gente
dizendo que os bárbaros já não vêm.

E agora que será de nós sem bárbaros?
De certo modo, essa gente era uma solução.

Konstandinos Kavafis

Postado por Luis Bras, no blog Rascunho

( http://rascunho.rpc.com.br/index.php?ras=secao.php&modelo=2&secao=3&lista=1&subsecao=58&ordem=2959 )

Quer saber mais sobre o poeta? Leia aqui sua biografia, em inglês.



18.4.11

Poesia

 
fimderoma
 
os bárbaros,
às portas de Roma,
espreitam, qual chacais,
o império decadente;

junto à cidade
crescem os lírios,
sem saber do desastre
que se anuncia.

e, mais que o terremoto,
o incêndio ou a enchente
é do homem que se tem que ter medo,

pois esse inimigo é cruel,
tem autocontrole, desejo de vingança,
e, quando ataca, sabe o que quer;

destrói exatamente o que deseja,
mata, fere e deixa sequelas,

e ainda, te olha no olho,
para que nunca, jamais, se esqueçam
de quem ele é.

fps, 18/04/2011, 18:00


15.4.11

O Captain! My Captain!

 

-----------------------------------------------------------------------------------------

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Captain! My Captain!


O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack,
the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of
red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills;
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!
This arm beneath your
head;
It is some dream that on the deck,
You’ve fallen cold and dead.


My Captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done;
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won;
Exult, O shores, and ring, O bells!
But I, with
mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

(tradução)

Oh capitão! Meu capitão! nossa viagem
[medonha terminou;
O barco venceu todas as tormentas,
[o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço
[os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem com o olhar a quilha firme,
[o barco raivoso e audaz:

Mas oh coração! coração! coração!
Oh gotas sangrentas de vermelho,
No tombadilho onde jaz meu capitão,
Caído, frio, morto.

Oh capitão! Meu capitão! erga-se
[e ouça os sinos;
Levante-se – por você a bandeira dança – por
[você tocam os clarins;
Por você buquês e fitas em grinaldas -
[por você a multidão na praia;
Por você eles clamam, a reverente multidão
[de faces ansiosas:

Aqui capitão! pai querido!
Este braço sob sua cabeça;
É algum sonho que no tombadilho
Você esteja caído, frio e morto.

Meu capitão não responde, seus lábios
[estão pálidos e silenciosos
Meu pai não sente meu braço, ele não
[tem pulsação ou vontade;
O barco está ancorado com segurança
[e inteiro, sua viagem finda, acabada;
De uma horrível travessia o vitorioso barco
[retorna com o almejado prêmio:

Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,
caído, frio, morto.

 

Fonte: Na toca da cobra 

6.4.11

Parte extraída, parte própria

Ninguém no leito de morte diz:

"pô, devia ter trabalhado mais...".

Todo mundo diz que devia ter curtido mais:

a vida, a família, os amigos...

Então, seja feliz e aproveite, porque a vida é curta!

E o mundo, com certeza, vai sobreviver a você.

Autor desconhecido