21.9.12

Celso Russomanno, a volta das sacolinhas e a prioridade do eleitor

 

Todo mundo conhece uma sacolinha plástica, ou a falta que ela faz.

Principalmente a dona-de-casa, que geralmente é a responsável pelas compras da família e que mais sofria quando, numa triunfante medida, o Ministério Público e a APAS concordaram em retirar esse atentado ao meio-ambiente dos supermercados, obrigando os consumidores a levar as compras das piores maneiras possíveis.

Na mão. Em caixas.

Nas “sacolinhas recicláveis”, que todo mundo esquecia.

Ou (suprema ironia) comprando as mesmas sacolinhas de plástico, que antes eram fornecidas “de graça”, enquanto lia aquela simpática mensagem, que ainda está estampada em muitos caixas de mercados, ricos e pobres, por aí.

Dizendo: “Chega de poluir o ambiente”.

E ruminando, com raiva, que aquela sacolinha, que ela reutilizava como saco de lixo, poupando o meio-ambiente, era muito útil para o cidadão.

E que, por isso, não devia ter sido abandonada, pelos supermercados, que, afinal de contas, também cobravam pela sacolinha.

Não, não mesmo. A sacolinha tinha que voltar.

E, como sabemos, voltou.

Graças, entre outras coisas, a um prosaico movimento chamado “Volta Sacolinha”, liderado pelo instituto do consumidor bancado por Celso Russomanno.

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Pode ser que você discorde, e ache que o colega do “bom para ambas as partes” seja a reencarnação do janismo, pincelada com toques malufistas, como o Vinicius Duarte afirma no seu blog.

Pode ser que você ache que ele é uma novidade interessante, como André Forastieri cita em seu blog, a partir das entrevistas com Boris Fausto e Vladmir Safatle.

Você pode, aliás, até lamentar, como Eliane Brum, que declara, sem sombra de dúvidas, que “se a maioria acredita que tudo o que dá sentido a uma vida humana pode ser comprado num shopping, então São Paulo – e o Brasil – merecem Celso Russomanno.”

Mas não pode negar que o eleitor, aquele que paga impostos e usufrui dos serviços do Estado, merece que tais serviços funcionem de forma eficiente, que tenham resultados efetivos e que entreguem aquilo que prometem ao seu “cliente”.

Que paga pelo serviço, e quer exatamente aquilo que prometeram.

Nem mais, nem menos.

Aliás, ele detesta invenções, e não quer saber qual é a última moda sustentável em Paris ou Londres, ou que em Nova York um dos “Minhocões” da cidade foi transformado em parque suspenso.

Até porque ele não vive em Paris, nem em Londres, e em New York provavelmente eles tem transporte público de sobra para transformar um viaduto em “bobagem”.

O texto exagera, eu sei; mas é assim que o eleitor vê as coisas, de forma minimalista.

E foi justamente Russomanno que viu o óbvio: que o eleitor de São Paulo, assim como Diógenes diante de Alexandre, deseja, apenas, que não lhe tirem a luz.

Ou a sacolinha.

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