10.1.13

Poesia: Id, ego e superego


Tenho dentro de mim três focos,
três focos aqui tenho eu:
descrevê-los difícil é mesmo,
tarefa só p´ra Zebedeu,
que no mundo se escafedeu.
 
Um deles não tem compostura,
o outro é somente doçura,
o terceiro é pura incoerência,
pois são frutos de uma demência,
loucura de cada um de nós.
 
Loucura? Pois sim, porque não,
teria a alma um coração?
Seria tão fácil encontrá-los,
não fosse difícil achá-los
ouvi-los, seus nomes, sua voz.
 
É fácil falar do primeiro:
um é ambicioso, aguerrido,
meu ego, um tanto sofrido;
não é satisfeito com a vida
que leva assim.
 
Agora vamos ao segundo:
um homem soturno, profundo,
conservador ao extremo,
cercado de puro veneno;
superego, sem fogo, sem mel.
 
Finalmente, cá está o meu id:
que não se controla,
qual vento qual mola
encanta, desperta, seduz,
mas é perigoso qual fel.
 
Louco ou chanfra, luscofusco,
cá estão eles, ao acaso,
sem nenhum vento no espaço
são eles o que eu já sou.
 
Foi o tempo que os criou;
mas se o tempo é um algoz,
e a vida, o aprendizado,
 
Quem sabe não serão eles
parte forte do que sou?
 
Id, ego e superego: três partes de um ser chamado EU ...

fps, data indefinida

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