12.8.15

Prosa



Luciana

            Nada pode se comparar aos dias em que tive Luciana comigo. Seus olhos, sua boca, o doce andar de seu corpo gracioso passando cantante na areia, em dias de sol - e que faziam este corpo moreno e bronzeado mostrar seu valor, com a brisa do mar cintilando, brincando com o ar, fazendo sorrir seus cabelos bonitos, e longos, e finos, de uma textura agradável aos olhos - e bem mais, ao tocar.

            Oh, Luciana querida, como te quis ao meu lado, sorrindo adoidado, seu corpo “caliente” fazendo em mim tudo aquilo que eu pude - e até o que não podia, já que eu era um louco, um imenso maluco, a te procurar dentro em mim, sem no entanto tentar te encontrar, ou mesmo te entender.

            Reencontrei-a em um bar. Estava alegre, contente. Como sempre, sorridente. Sorria p´ro mar e p´ra vida, sorria bastante, sorria demais, sem cessar. Sorria contente, não sabia o porquê. No entanto seus olhos já não eram os mesmos, pareciam simples sombras do que eu já vira um dia ali.

            Outros homens passaram, e a possuiram, também magoando seu pobre coração. Já não via nela aquela menina, cabelos ao vento, cuja tal beleza espantava os homens e fazia meu corpo feliz. Era agora mulher - uma mulher rebelde, bem mais preocupada, menos preparada para a vida do que aquela que eu já sentia em mim.

            Sentia, naquele momento, a vontade de dizer muitas coisas - o quanto a queria, e o quanto sofri. Mas apenas um tempo, e me veio à cabeça o que tinha que ser.

            Vá então, Luciana. Procure seus amores. Procure os encantos, os novos, os velhos, aqueles que a vida então lhe dará. Não procure em mim aquela tal pessoa que você conheceu - já não és mais a mesma, pois em teus lindos olhos, querida Luciana, só vejo a tristeza de quem já amou - mas que nunca tentou - conhecer os segredos da vida tão linda que temos em nós.


fps, 27/08/1996

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