21.5.12

Poesia: A criança e o adulto que estão em mim

 

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Criança.

Fase de gu-gu.

Fase de dá-dá.

Fase de sei lá.

Fase de “vem cá”.

Fase de “querido”.

Fase de “meu filho”.

Fase de “meu bem”.

Fase de “bonito”.

Fase de “meu velho”.

Fase do que vem.

Sou criança, sim,
como tantos outros são.

Tenho sido velho,
tempos sim, outros não.

Tenho já vivido
muito mais do que já vi.

Com rosto sofrido,
já fiz tudo por aqui.

Peito destruído,
pela falta do meu ser.

Nada desmentido,
só me faltava você.

Sinto mais que tudo
pela perda do que vi.

Mais ainda,
toda vida que perdi.

Pois, juro, não sei
o que fazer dentro em mim.

Sinto, todavia,
que senti.

Demais.

 

 

Parece engraçado,
mas sinto mais forte tudo isso hoje
do que há anos atrás,
quando era menino.

Talvez, porque a criança
virou um rapaz,
que quer muito mais
do que simples paixão.

Quer compreensão.

Quer exatidão.

Quer, simplesmente ...

 


Quer que o amem, enfim.

fps, 21/05/2012
(adaptado de antiga poesia)

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