31.10.05

Ah, não, esse merece um post:

Não bastasse Sylvester Stallone confirmar que vai dirigir e atuar em Rocky VI (só o fato de existir um sexto Rocky já é trash o suficiente), vem aí ... Rambo IV:
É realmente a prova viva de que falta simancol e, quem sabe, dinheiro ao ex-garanhão italiano; mas será que cola? E mais, será que ele aguenta? hehehe ...
(neste momento o dono do blog dá um riso sarcástico enquanto ouve o último sucesso da Banda Calypso e lentamente pensa em salvar o mundo mais uma vez, ou pelo menos em comer mais um pãozinho de queijo feito com todo carinho pela sogra do dito cujo ...)

Para os de Salvador, um olá e um aviso:

Segue um recado, diretamente da lista TCafe: nos dias 5 e 6 de novembro(sábado e domingo), em Salvador, no Colégio/Faculdade 2 de Julho, durante o Anipolitan, haverá uma sala dedicada exclusivamente às séries live-action (ou tokusatsu, para os íntimos), com ênfase para as produções recentes que, devido ao desinteresse das emissoras de TV e aos contratos entre Toei e Disney (leia-se Power Rangers), dificilmente passarão um dia no Brasil.

Segue a programação - para maiores informações acesse o site oficial, http://www.anipolitan.com.br/.

05/11 (sábado) - SALA 05:

11:00 - Kamen Rider Hibiki
12:00 - Ultraman Cosmos vs. Ultraman Justice - Movie
14:00 - Spectroman DUBLADO
15:00 - Magiranger
16:00 - Gaoranger vs. Supersentai - Movie
18:00 - Gransazers

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06/11 (sábado) - SALA 05:

11:00 - Justirisers
12:00 - Sailor Moon Live Action
13:00 - Dekaranger - The Movie
14:00 - Kamen Rider Faizu
15:00 - Ultraman
16:00 - Kamen Rider Blade
17:00 - Ryuuki - 13 Riders

Enquanto isso, aqui em MG ...

O calor está gostoso, o pão de queijo continua ótimo - e daqui da lan house eu vejo o movimento da rua; tranquilo e pacífico, como deveria ser em toda viagem como esta.
Entretanto, eu interrompi meu exílio voluntário nas terras onde mana leite, pão de queijo e outros que tais para comentar uma matéria publicada por Ibsen Pinheiro e que está no blog do Noblat, no endereço abaixo, sobre as "leis escandinavas" que atualmente pulam em nosso país:
Descartando-se o campeonato por pontos corridos, o fato é que tem-se visto muito na sociedade uma espécie de cansaço do onguismo e do politicamente correto imposto pelos formadores de opinião, ditos "do bem", que querem fazer a proeza de transformar o Brasil na Noruega sem ter os recursos que fazem deste país a maravilha que ele é (para se entender melhor: a Noruega é o país de melhor qualidade de vida do mundo, medido pelo IDH, mas nada em petróleo e tem um governo que se preocupa em capitalizar-se, enquanto há recursos minerais suficientes para isso).
Não adianta o brasileiro achar que vai criar um país ultraliberal na base da proteção excessiva às minorias, como se fosse obrigatório aceitar o movimento gay e a defesa de cotas para ser "in"; tem gente que acha que o referendo foi um grande retrocesso conservador, mas a verdade é que está todo mundo um pouco cheio de fazer a sua parte e não receber nada em troca, e talvez seja por isso que estejamos todos nesse nível de insatisfação às vésperas de um 2006 que pode derrubar petistas e tucanos, cada um, do seu ninho.
Se os homens de bem fossem um pouco menos hipócritas e tivessem também suas ONG´s, e não olhassem tanto para o próprio umbigo, talvez esse país ia pra frente de verdade, não tão bonzinho, é verdade, mas pelo menos um pouco mais esperto e inteligente com seu povo
E voltamos ao nosso sossego habitual ... servido um pão de queijo? ^_^ ...

28.10.05

Até a quinta (ou em outra edição extraordinária).

Republicado como uma homenagem sincera

O dia em que eu chorei

(Homenagem a um grande amigo meu, que se foi)

 

                Conheci Rovângelo há muito tempo atrás. Cinco, seis, sete anos ... não importa. O que importa era o tipo de pessoa que ele era: moreno, não muito alto nem muito baixo, de porte mediano, óculos - enfim, nada que lembrasse o tipo atlético, alto, forte e bonitão que povoa as revistas femininas, como exaltação do chamado “homem ideal” (muito músculo e pouco cérebro). Aliás, dir-se-ia até que ele não era grande coisa assim, já que sua voz, meio esquisita, surda e estridente, anunciava um tipo de pessoa que não se vê muito nos dias de hoje: bonachão, carinhoso, sensível, às vezes até emotivo, mas com um certo traço de “charm”, que as pessoas hoje parecem esquecer, nesses tempos corridos em que a dureza dos atos substitui a beleza da vida - não sem tristeza, nem mesmo sem dor.

 

                Mas, como eu ia dizendo, conheci-o no colégio, por assim dizer no ginásio, que é, por definição, a época em que os espíritos se abrem, desabrochando em todos a personalidade que talvez terão em vida - ou, pelo menos, em sua juventude. Era uma época que via surgir gente bonita, sedosa e cheirosa, alguns mais “zoeiros”, outros nem tanto, e outros que nem sabem o que significa isso: os chamados “bitolados”, ou “bitolas”, para os quais o melhor companheiro é o livro, e a obrigação número um é passar de ano - e era nesses que eu me classificava, à base de TV de manhã, ônibus lotado à tarde e o carro do pai que vinha me buscar de noite, tudo ao mesmo tempo, sem contestação.

 

                Nesses tempos, onde o que importava p´ra mim era ser um bom aluno, surgiam outros, raros como eu, que faziam valer os centavos que os pais investiam, ainda que custasse menos ser irresponsável e idiota - como tantas donas de butique de hoje já foram um dia. No entanto, isso não importa mais, já que o velho e bom amigo Rovângelo, aquele cara que falava fino, aquele que parecia 'delicado', aquele mesmo que um dia jurara namorar a professora de Educação Artística - nossa 'professora Helena' dos tempos de ginásio - aquele cara com um jeito todo especial de ser, e de cativar, que só ele tem ... tinha, pois morreu há poucos dias atrás, vítima do imponderável e do impensável que circula, todo dia, entre nós.

 

                Como estaria ele hoje ? Voz diferente ? Estaria mais alto ? Mais gordo, talvez ? Não sei, não posso explicar, pois não cheguei a vê-lo de novo. A única coisa que sei - e que pude lembrar, quando soube da notícia - foi da última vez que nos vimos, na nossa formatura, quando o abracei e tiramos uma foto lá dentro do colégio. Foi a última foto que tirei com qualquer pessoa que conheci no ginásio, e foi por isso que, quando lembrei-me do fato, ao voltar para casa, tendo a consciência de que uma parte de mim havia também ido, uma boa parte, dos bons tempos em que podia viver e sonhar, tornando se homem nas esquinas da vida, e do quanto ela havia sido boa , e do amigo que eu tinha perdido ali ...

 

                ... foi aí que, sem nada p´ra dizer, simplesmente chorei.

               

Fábio Peres da Silva, 31 de maio de 1996.

P. S.: Os dados são reais, o amigo é real - e, sim, chorei muito, quase como criança, naquele dia triste.

Histórias da minha infância - texto escrito em 25/11/2000

Os "gigantes do ringue" e os pensamentos de um menino
 
Quando criança - e ainda depois de velho, porque aquela estória de "garoto crescido" ainda existe - confesso que gostava de muita porcaria: também, uma criança que cresce em cidade grande quase sempre vai acabar passando boa parte de seus dias na frente da TV, que todo mundo quer controlar mas quase ninguém consegue. Curiosamente, a discussão sobre a qualidade do que se exibe vem desde o segundo dia de programação televisiva, quando foram procurar no teatro de revista quem colocar na "telinha" - mas como eu não sou advogado ou psicólogo, essa discussão é daquelas que não me interessam como importante.
 
Uma coisa as crianças tinham em comum nesse ponto: os desenhos animados eram, assim como são hoje, a maior diversão que as crianças gostavam (ninguém me tira da cabeça que boa parte do sucesso de Xuxa se deve ao único período em que a Globo realmente exibiu boas séries, como os ainda hoje exibidos She-Ra, He-man e Rambo, e quem fala de Pokemon hoje deveria se lembrar que ainda existe Picapau...). No entanto, tem coisas que marcam para sempre, e é de uma delas que eu vou lhes contar: as lutas de "telecatch", os astros ou "Gigantes do Ringue", como se dizia na minha época.
 
Para quem não se interessaria, o "telecatch" é uma versão de luta-livre ou vale-tudo, tipo Ultimate Fighting ou semelhantes - com a diferença que o vale-tudo oficial, de Gracie e Cia., se leva a sério demais para ser considerado lembrança de um menino. Os lutadores, quase sempre divididos entre bons e maus, simulavam combates em que a plástica dos movimentos valia bem mais do que a competição - aliás, se existia competição em alguma coisa do que eu via ali, era só um pretexto para o objetivo real: torcer, torcer descaradamente pelos mocinhos na sua luta contra os bandidos e dar a todos a esperança de que, pelo menos em algum lugar, o bem venceria (só para se ter uma idéia, eu e meu irmão simulávamos essas lutas em casa, depois de tirar toda a mobília do lugar e tomando cuidado para não machucar ninguém - e eu, que era o mais velho, sempre tinha que encarar o malvado, e sempre perdia, como convinha a quem era irmão mais velho como eu ...).
 
Mas o tempo passou - passou, eu cresci, meu irmão também cresceu, e a brincadeira perdeu a graça (também, se hoje a gente fizesse esse tipo de joguinho não ia ter mais bibelô em casa, já que ambos juntos pesam mais de 150 kilos de músculos, o que faz diferença). Só depois, já crescido, é que tive contato com o original americano, que é bem mais organizado e com lutas corporais mais bem definidas, e pude relembrar os meus tempos de menino crescido, que na frente de uma TV e na rua de sua casa fez o seu mundo, e que ganhou muito mais do que perdeu com as estórias que lá se contaram, e com tudo que se passou.
 
E isso, na verdade, porque a gente até sabia que as lutas eram de mentirinha mesmo, que ninguém é tão ingênuo a ponto de dizer que não - mas a verdade é que, mesmo assim, não custava sonhar, porque a verdade é o que você acredita, não o que os olhos vêem, não é mesmo?
 

 
P. S.: Para os que desejam saber mais sobre como está o telecatch nos dias atuais, visitem o site dos maiores especialistas nessa marme..., eh, nobre arte que é o wrestling entertainment: http://www.wwe.com.

25.10.05

Você já assistiu Power Rangers com seu filho hoje?

Gilberto Barros - que vem a ser o príncipe do trash da TV brasileira desde que o Sabadaço entrou no ar e que ainda garante o pão de cada dia da Band com sua audiência fora do estado de São Paulo - é também o autor de um livro com o sugestivo nome de "Você já abraçou seu filho hoje?"; aliás, não é de hoje que a gente vê aquele adesivo (um tanto quanto piegas, confesso) que chama as pessoas a brincarem mais com seus filhos, ou ainda, apenas a beijá-los, no final de um dia de trabalho ou de qualquer jornada estressante dos dias atuais.
 
Lendo esse título, confesso que fiquei me sentindo o típico pai-de-família, e que até deu vontade de fazer crescer um bigode ou um cavanhaque; mas não é sobre isso que eu quero escrever e você não acessou um blog com o nome de trashetc para falar sobre estorinhas piegas de final de semana.
 
Os que hoje estão entrando nos 30 e poucos ou estão nos 20 e tantos, aqueles que nasceram e cresceram no meio da maior onda de cultura trash que jamais existirá, devem se lembrar dos tempos de Jaspion e Changeman, no que pode ser considerado a era de ouro do tokusatsu no Brasil. Pois bem, o tempo passou e muita gente dessa fase está se encaminhando para a época em que fraldas, mamadeiras e outros detalhes pequenos farão parte da vida dos cidadãos trintões que casaram e terão filhos, sobrinhos e outras crianças que viverão a intensa experiência da maturidade.
 
E, convenhamos, a infância e a adolescência são trash mesmo - e todo mundo tem um pouco disso; mas parece que agora, que estamos partindo para outras fases de nossa vida, nos esquecemos de que um dia fomos crianças e de que crescemos e de que não precisamos estar sempre vestindo aquela roupa de pessoas sérias e compenetradas, como se não tivéssemos o direito de voltar a ser o que éramos antes, pelo menos por uma vez ou outra; que nossas mulheres não tem o direito de gostar de Hello Kitty, ou da Barbie ou de Sandy e Jr.; ou de tantas outras coisas trash que aparecem por aí. 
 
Lixo que achamos que é inútil, mas que na verdade é a água no radiador que nos mantém vivos, porque nem tudo tem que ser sério nesta vida; e que, na verdade, servirão para você entender melhor o mundo e lembrar de quanto você já sonhou um dia, e que lhe capacitarão a distinguir o Protoman do Megaman e a vibrar com a Força Animal da mesma maneira que, um dia, alguém gritava pela Espada Olímpica do Jiraya (se bem que isso é mais difícil, mas quando se tem sobrinhos se faz qualquer coisa, mesmo ...).
 
E é por isso que eu pergunto: você, já assistiu Power Rangers com seu filho hoje?
 

P. S. (FPS3000):  Tokusatsu é o nome genérico para as séries de efeitos especiais japonesas que deram uma sobrevida extra para a Rede Manchete e que viraram a base de uma mina de ouro para a Disney chamada Power Rangers, sem falar em ter deixado um bando de órfãos que gostariam de fritar Haim Saban vivo - mas isso é outra das muitas estórias da cultura trash que serão esmerilhadas, aos poucos, no Trashetc.
 
Ah, e aqui vale tudo: reality shows, música brega, tem até espaço para o Picapau e Chaves; se é trash, estamos aí  ...
 

Referendo: SIM, NÃO e os evangélicos - uma posição

Quando soube da vitória do NÃO eu ensaiei escrever uma avaliação sobre o que pode ficar de ensinamento sobre a vitória do NÃO sobre o SIM. Mas a vitória foi de certa forma tão acachapante que equivale dizer que o NÃO cala o SIM e por isso deveria se calar diante das evidências do que representou o NÃO.
 
Creio que não seria nem necessário dizer que o NÃO foi um não catalizado. Foi um não aos partidos de esquerda todos que fecharam questão pelo SIM, à exceção do PDT, mas em especial ao partido dos dólares na cueca, do mensalão, das mentiras, da frustração. Foi um não aos governos federal, e estaduais, também, e até aqueles municipais que têm às mãos um instrumento de combate à violência, que é a guarda municipal, e que têm se mostrado tão incompententes quanto o federal e os estaduais. Foi um não à liderança politica especifica de pessoas como José Serra (PSDB), Marco Maciel (PFL) etc e de um modo geral a toda a classe politica que demonstrou total dissintonia com o povo. E uma constatação: quanto mais "popular" e "democrático" que se diz o politico mais longe do que pensa o povo está!
 
Mas até quanto esse NÃO catalizado foi representativo? Creio que nem tanto assim como querem crer o pessoal do SIM, da Frente Brasil Sem Armas. Penso que foi determinante o NÃO à tentativa de retirada de um direito que a maioria da população considerou como legítimo: o da autodefesa e ponto.
 
Foram quase 60 milhões de pessoas que reconheceram o direito que hoje apenas 3% da população se vale dele, mas que todo esse povão reconhece que é algo legitimo, o direito universal de defender-se, ante à falência do Estado capturado por patrimonialistas de esquerda com no passado o foi por patrimonialistas de direita.
 
Não acho que todos esses 60 milhões tenham intenção de adquirir armas. Não foi esse o caso, mas o que se tem também diante deles foi uma situação que tiveram de escolher dentre duas proposta a que fosse menos ruim. E ganhou a sabedoria, a razão. Esse pessoal assim como eu entendemos que já que se reconhece uma necessidade e não dá para simplesmente negar o que é direito lídimo em face da necessidade, é melhor o comércio legalizado, regulado, fazendo valer a Lei do que os escaninhos oficiais ou o pior os descaminhos extra-oficiais.
 
Que culpa temos nõs por tentar-nos engabelar com uma proposta tola? E que o que podemos fazer ante simplesmente uma tentativa de empulhação, de enfiar goela abaixo o que fere a nossa consciência e o que sabemos ser inócuo: não desarmar os bandidos diretamente e sem subterfúgios?  
 
Agora que este resultado fique como ensinamento aos lideres religiosos cristãos do Brasil. Em especial os evangélicos. Ainda hoje estive visitando o site do SIM e revendo o "infeliz" Manifesto de Lideranças Evagélicas que trazia como titulo "Quem segue a Cristo diz SIM à vida". Pobre liderança evangélica! Aonde estamos e aonde vamos parar com essa liderança?
 
Quer dizer que não concorda conosco, com nossas teses não segue a Cristo? Por que não ter a minima humildade e pelo menos seguir as pisadas e apresentar "razões" por que quem segue a Cristo deve ter uma opção pela vida que não significa necessariamente abrir do direito à autodefesa. 
 
Há a evidência séria daquele velho ranço de que a depender disso ou daquilo os seguidores de Cristo estão um grau abaixo e outros acima, ou então que esses  que discordam de nós, nem seguidores de Cristo são. Isso simplesmente não funciona contra a testificação do Espirito e bom testemunho diante dos homens. É uma atitude somente faraisaica e tem mais tom beligerante do que de paz! Representa apenas o rompimento unilateral de diálogo. Indica que o assunto vem resolvido e imposto de cima pra baixo  Depois só resta dar o respaldo biblico e pronto. Fica encabelado o povo! E resta aos recalcitrantes sejam portanto alcançados como fruto da vigilia de três dias quando se bombadeiam os céus pedindo "para que espíritos belicosos sejam transformados, pela graça misericordiosa de Deus, em construtores ativos da paz."
 
Começa que esse slogan traz um truismo. Quem não diz SIM á vida? Ocorre que esse é o slogan de uma facção que defende a panacéia, ou o primeiro passo para a chegada dela,  da proibição do comércio de armas e munição. Somente isso. Nada mais do que isso. E somente o que isso representa e o que isso traz como consequência. Consequencia aliás prevesiveis! 
 
Então se quer dizer que quem não for de Cristo, aqueles que discordam de nós,  são os que apenas O honram de lábios mas o coração está longe d'Ele, estes votarão não à proibição do comércio de armas e munição e por isso dirão NÃO à vida?
 
Eu acho que contra essa visão aberrante deu para radiolinha deles também. De tanto quanto melhor que não tenham lá boa representativdiade mesmo!
 
Para mim me resta dizer: os lideres judaicos da época de Jesus tentaram e consiguiram jogar o povo contra Cristo. Esses lideres "evangélicos" tentaram jogar Cristo contra o povo e não conseguiram! Cristo não é contra quem defende o direito da defesa legitima e nem é favor de quem nega esse direito, pretextando direito à vida, para depois também defender o aborto como direito da mulher, do homossexual de casar com outro que tem o mesmo problema e por ai vai. Parafraseando Bavinck, Cristo não é contra nada e ninguém, exceto o pecado!
 
Muito bem feito. Agora repensem e da próxima vez, ante de nova proposta de ajuda no sentido de termos maior e melhor usufruto de um direito que o Deus da Criação nos outorga, ampliem a discussão, façam o debate. Creio que quem agiu corretamente foi a IPB e outras denominações históricas e pentecostais que não foram como maria-vai-com-as-outras atrás da liderança da Igreja Metodista e Luterana que mergulharam nessa campanha malfadada e aliciaram lideres evangélicos que agora podem colocar antes da designação de lideres um PSEUDO por foi isso o que deu para vocês.  
 
Só tenho a lamentar que hoje encontrei um dileto amigo meu, pastor, que estava triste e visivelmente contrariado com este resultado. Evocou o episódio de o povo mais uma vez ter escolhido errado entre Cristo e Barrabás, ficou com Barrabás. Mais uma vez coloca a questão nesses termos de que o povo, inclusive evangélicos, agiru contra Cristo e sua Lei do Amor. Repito é bobagem colocar Cristo contra o povo só por que os lideres religiosos assim como os lideres politicos não estão em sintonia com o pensamento e a necessidade do povo e inventam coisas definitivamente descabidas. 
 
Essas lideranças quando politicas não consultam suas bases e esses lideres religiosos não se permitem a um dialógo compeeensivo com parcela significativa da liderança evangélica, da liderança do  povão, quem realmente tira os projetos da gaveta, que por vezes pensa de modo muito diferente deles. Caminha com o povão! Apressadamente correm em falar em nome de toda a Igreja, como no caso da Metodista e Luterana, quando deveriam dizer em nomes próprios individuais.
 
Ademais e para arrematar deveriamosm continuar "en garde", ter cuidado, em não se deixar enrolar com algo e masi cuidade com os que não podendo nos enrolar, agem solertemente insistindo em nos julgar e arbitrar e quando desconsidera parcela de seu povo ou rebanho. tendo-os na conta de que não são de Cristo e como se fossem do Partido de Cristo. Duma próxima vê são mais felizes! Isso é muito feio e faz com que evoquermos a palavra de Paulo aos Colossenses 2:
 
"Tende cuidado, para que ninguém vos enrede com  filosofias e vãs sutilezas..." (8) que "ninguém vos julgue por causa da comida e da bebida..." (16) e que "ninguém seja arbrito entre vós a pretexto de..." (18)
 
Anamim Lopes Silva - Presbitero da IPB, apoiou o NÃO ao Referendo!!!  

P. S. (FPS3000): Com este email, publicado na lista cristaos-reformados@yahoogrupos.com.br e autorizado pelo autor, encerro minha divulgação de mensagens sobre o referendo; espero que a meia dúzia de passantes que leu este blog nos últimos dias possa ter se informado melhor a respeito e, ao menos por um tempo, discutido sobre esse assunto tão complexo que é a violência.
 
Mas é bom que se diga: o problema não é só do governo mas acima de tudo nosso; e a grande maioria dos crimes no Brasil ainda é feita por motivos idiotas; cabe a nós mudarmos essa tragédia cotidiana, independente de ter votado SIM ou NÃO.
 
Um mundo melhor, de paz e sem hipocrisias - esse é o desejo do Olho Clínico, após este referendo.
 
 

24.10.05

Conclusões sobre o referendo

Tudo bem, venceu o NÃO e, embora a maioria dos brasileiros comuns nem queira saber de portar uma arma, poderemos comprar munição e um três oitão legalmente sem ser presos por isso; e tem muita gente tentando concluir alguma coisa sobre o terceiro processo de consulta direta à população sobre um tema qualquer na sua História.
 
Ibsen Pinheiro, por exemplo, vai ao fundo da questão ao declarar que o brasileiro está cansado de inventarem leis sem substância (aliás, ele foi o que chegou mais perto do que eu acredito): http://noblat.ultimosegundo.ig.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirArtigo&codigoPublicacao=12280.
 
Já Marcos Sá Correa vai além, dizendo que existe um sentimento de indignação geral que está sendo detonado pelo referendo, o 'que se vayan todos' tupiniquim (que, aliás, dá medo mesmo): o link é http://nominimo.ibest.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=8&textCode=19043&date=currentDate&contentType=html.
 

Mas acho que faltou a melhor das opiniões - ou seja, a do dono deste blog, que prometeu falar alguma coisa e não cumpriu.
 
Bom, o que eu acredito é o seguinte: brasileiro reclama de políticos, reclama de votar, reclama da corrupção e reclama até de ser chamado para votar - mas ainda não aprendeu que numa democracia se as coisas dão certo ou errado é principalmente porque nós deixamos que elas sejam assim e não fazemos nada para mudar as coisas de verdade nesse país.
 
Sejamos francos: os mesmos cidadãos de bem que decidiram dar um basta no politicamente correto de hoje são os mesmos que elegerão Lula no ano que vem se a política econômica estiver dando pro gasto, ou que elegerão o Serra por odiarem o Lula; eles não votarão nas propostas, nem vão examinar coisa alguma em 2006, mas vão votar no amigo do amigo ou no fulano de tal que prometa a primeira barbaridade que aparecer pela frente como se ela resolvesse alguma coisa, como a pena de morte, por exemplo, que não pode ser aprovada a não ser que os brasileiros queiram queimar dinheiro à toa.
 
Não sejamos bobos - a grande maioria dos eleitores no Brasil não vê o voto como um direito, mas sim como um dever, e ainda acredita que um iluminado vai chegar do nada, mandar e resolver todos os problemas do nosso país de uma hora para a outra; e acha, bem lá no fundo, que o problema do Brasil se resolverá quando o Chuck Norris for o presidente e botar para quebrar matando Fernandinho Beira-Mar e mais dez, se esquecendo de que um país muda quando os cidadãos mudam, e não o contrário.
 
Infelizmente estamos longe de uma solução; e isso é muito triste, porque tão cedo não haverá outro referendo por aí (aliás, bem feito para os politicamente corretos de plantão, quem mandou pensar que a população era burra? Quebrou a cara, aí SIM ...).

21.10.05

Ainda do Gravata: a resposta do "SIM"

Sabe aquele email com trocentos argumentos para desmoralizar os argumentos do SIM? Alguém resolveu rebatê-los, ponto por ponto - e, embora eu vote NÃO por estar cansado de ver o Brasil fazer leis que não funcionam e tentar ser o bonzinho do mundo Ocidental, esse merece ser copiado na íntegra, já que alguém tinha que rebater os argumentos com maestria.
 
Segue o link para o original: http://gravataimerengue.com/?p=95491745 - e aguardem, para breve: porque fazer ou não fazer referendo no Brasil.
 

Descobri que a arma legal alimenta os bandidos. Todas aquelas AR-15, AK-47, granadas e bazucas que os traficantes do Rio usam foram roubadas de cidadãos honestos que compraram as armas legalmente. Da minha casa mesmo, por exemplo. Ano passado me roubaram quatro mísseis stinger …
 
Pois é. Os assaltantes, nos semáforos, não usam tresoitão nem outros revólveres. Eles assaltam com tanques de guerra e lançadores de granadas. De fato, não há mesmo armas que saem das casas dos “cidadãos comuns” (não são assim tão comuns, não é mesmo?) e vão para a criminalidade. Quando se ouve que alguém levou tiro num roubo de veículo, por exemplo, nunca era de revólver, né? Era sempre a explosão de uma mina terrestre ou rajadas de artilharia antiaérea.
 
* * * * *
 
Descobri que todos os pais que têm armas de fogo costumam deixá-las carregadas e engatilhadas em cima do sofá da sala. Por isso que 94 milhões de crianças brasileiras morrem brincando com armas de fogo todos os anos.
 
Não, não. Eles escondem muito bem escondidinho. Tanto que desde a empregada até o filho caçula da prima da vizinha sabem muito bem onde fica. É como aquela chave que as pessoas guardam debaixo do vaso ou do tapete da porta; está “escondido”, mas até o carteiro sabe onde fica.
 
* * * * *
 
Descobri que todos os assaltantes de casa têm superpoderes. Eles atravessam portas e paredes e se materializam imediatamente na sua frente e apontam uma arma para a sua cabeça enquanto você ainda está deitado, tornando impossível qualquer reação. Eles não perdem tempo e não fazem barulho arrombando portas.
 
Não, nada disso. Eles fazem o maior barulho, para dar tempo da pessoa armada reagir, afinal, eles estão ali para uma luta justa. Os assaltantes não são pessoas que pretendem roubar, mas sim bravos guerreiros que buscam duelos equilibrados. Eles jamais atacam em grupo, mas apenas individualmente. De certo, é bem possível contê-los dando tiros para o alto com a garrucha. E eles jamais revidarão, né?
 
* * * * *
 
Descobri que se eu vir ou ouvir algum bandido pulando a cerca e entrando no meu quintal, eu não vou conseguir afugentá-lo com um tiro para cima ou para o chão. Se ele ouvir o tiro, aí sim, é que ele vai ficar excitado e vai querer de toda forma entrar em casa e trocar tiros comigo. Eles adoram fazer isso.
 
Não, eles não vão trocar tiros com o “bravo defensor do lar”. Afinal, eles trocam tiro com a polícia, que tem armas pesadas, mas com um pai bravo com seu tresoitão, ah, com esse eles não se metem. E nem deixarão para voltar em outra hora, quando só estiver em casa a mulher e os filhos. Nada disso, bandidos não são vingativos. “Acerto de contas” é coisa do “cidadão de bem”, não da “bandidagem”. Ah, e atirar para o chão, dentro de casa, é o tipo de atitude compatível com a inteligência de quem defende esse argumento. Atirar para o alto, então, nem se fale. Principalmente se for num sobrado.
 
* * * * *
 
Descobri que os 570 milhões de reais investidos para realizar o referendo foram muito bem empregados. Afinal, porque que a gente vai gastar com segurança, quando se pode gastar num referendo? E dizendo SIM eles, nossos governantes, vão ver o quanto a gente adorou ter esse privilégio de exercer nosso direito como cidadão de decidir os rumos do nosso Brasil!
 
É mesmo, a democracia é um desperdício de dinheiro. Melhor seria morar na China, não é mesmo? Lá não se gasta com referendo; aliás, nem com eleições. Tudo já está decidido. Ah, tem um detalhe: o Estatuto do Desarmamento TORNOU OBRIGATÓRIA a realização do referendo. Não é uma decisão do Governo ou de um Partido, mas sim uma DETERMINAÇÃO da Lei. Caso não fosse feito o Referendo, aí se trataria de um Governo despótico e autoritário. Isso sim que é legal? É chato ter que decidir? Então vote nulo.
 
* * * * *
 
Descobri que se o NAO ganhar, as armas de fogo vão imediatamente ficar 90% mais baratas e vai acabar a burocracia para a compra de uma. No dia seguinte à vitória do NÃO, qualquer pessoa (bandido ou não) vai poder ir numa loja de armas, comprar um 44 e oito caixas de munição, já vai sair armado e vai para o bar mais próximo para arrumar briga e me matar.
 
Não, não. Vai continuar comprando o tresoitão que não serve para se defender de bandido algum, mas que é fatal na hora de matar alguém da família por acidente.
 
* * * * *
 
Descobri que delegados e policiais civis militares e federais - que são em quase totalidade favoráveis ao NAO - não entendem N-A-D-A de violência e criminalidade. Quem manja mesmo do assunto são atores, sociólogos e dirigentes de ONGs internacionais.
 
Quase totalidade? A Polícia Militar recomenda que se reaja a assaltos? Algum delegado sugere que o cidadão troque tiros com bandidos? Cadê essa estatística? Ops… Acho que ela não existe, né?
 
* * * * *
 
Descobri que estrangeiros que lideram ONGs como a Viva-Rio têm muita experiência no assunto. Afinal, todo mundo sabe que a situação social, econômica e de criminalidade da França, Inglaterra e Estados Unidos (que é de onde eles vêm) é IGUALZINHA à realidade do Brasil. Não tenho a menor dúvida de que as teorias que eles têm vão funcionar direitinho aqui.
 
Caso esses alegados (mas convenientemente não mencionados) estrangeiros REALMENTE defendessem uma igualdade de situações, eles seriam favoráveis às armas, pois nos EUA é permitido o porte. Quem gosta de comparar as situações são os próprios defensores do voto no “Não”, como a revista Veja, que chegou ao ponto de comparar estatísticas de homicídios da Jamaica com as da Suíça. De fato, são países com condições sociais quase idênticas. A diferença é que numa se dança reggae, na outra há o relógio cuco.
 
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Descobri que o governo quer que a gente vote sim. E o governo sempre pensa no nosso bem. Afinal, todo mundo sabe que a qualidade da saúde pública, ensino público, segurança pública, e etc vem melhorando cada vez mais, dia a dia.
 
A tal frente do “sim” é formada por políticos do Governo, e também do PSDB, PFL e outros da oposição. Claro que quando o “não” joga a coisa como “governo x povo”, presta um grande serviço para a qualidade do debate. Mas pra quem defende dar “tiros para o chão” dentro de casa, isso é café pequeno.
 
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Descobri que todos os cidadãos de bem assim que acabarem suas munições vão manter suas armas eternamente sem munição, até se deteriorarem, ninguém vai buscar bala no mercado negro (até porque a violência vai diminuir um bocado), e assim não corre o risco do mercado negro se fortalecer.
 
Se for “cidadão de bem”, isso é bem provável. Certa vez, houve uma Lei que proibiu o comércio de escravos. Era um “direito do cidadão de bem”, mas que foi cruelmente solapado pela inescrupulosa Princesa Isabel. Os cidadãos de bem pararam com isso. Os de bem, apenas. Os outros de fato demoraram um pouco, e continuaram abastecendo o mercado paralelo.
 
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Descobri que se o SIM ganhar, não vão mais acontecer mortes banais. Maridos ciumentos só vão agredir as mulheres com travesseiros, torcidas organizadas vão se dar as mãos, facas e canivetes vão perder o fio, tijolos e paus vão ficar macios e os pitboys vão todos se converter ao budismo.
 
Não, não. A idéia do “sim” não é imediatamente modificar a cabeça das pessoas, mas sim dar um primeiro passo. Todos esses exemplos citados de forma jocosa servem para reforçar a idéia de que há muitos crimes decorrentes do uso de armas de fogo, e nenhum desses mostram “cidadãos de bem” defendendo a integridade do lar. Esse argumento fala em favor da proibição do comércio, e não o contrário.
 
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Descobri que essa história dos crimes por armas de fogo ter aumentado 500% na Inglaterra nos 6 anos após o desarmamento por lá foi uma coisa super normal, afinal, a população tá se expandindo, né? É normal que haja um aumento.
 
Na Inglaterra, proporcionalmente à população, há menos crimes do que nos EUA; e a proporção acompanha o número de armas de fogo por residência. Mas, ops! Quem era mesmo que reclamava quando comparavam a situação de outros países com a do Brasil? Ah, ta… Quando é para defender a própria tese, aí pode…
 
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Descobri que o jovem é a principal vítima da arma de fogo. Claro que isso não tem nada a ver com o fato de o jovem ser o maior usuário de drogas, e nem o fato de que quase 100% dos envolvidos no tráfico de drogas têm menos de 30 anos (porque morrem ou são presos antes). Isso é só coincidência.
 
Então por que a maioria dos que defendem as armas também não defendem a liberação das drogas? Não parece incoerente? No caso da droga, apenas há prejuízo por parte de quem usa; já no caso das armas de fogo, salvo nos raros casos de suicídio, quem vai pro vinagre são os outros mesmo. Ter o direito de matar os outros, mas não o de se matar, não parece um tanto bizarro?
 
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Descobri que quem mora em fazendas, isolado de todos, no meio do mato, não precisa de armas. No meio da natureza rola uma ‘vibe’ muito forte, as energias positivas das árvores e das flores protegem eles.
 
Não, não. O segredo é antes de tudo buscar informação, antes de sair por aí falando besteira. O Estatuto do Desarmamento, no parágrafo quinto do artigo 6º, permite o porte de arma de fogo para “residentes em áreas rurais, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar”. Quer mais o quê?
 
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Descobri que no Texas - onde há quase uma arma por habitante - reduziu para quase a metade o índice de crimes violentos nos últimos dez anos. Mas isso é porque nesses dez anos, o pessoal parou de comer carne vermelha e começou a ouvir mais Bob Marley.
 
Uepa! De novo a comparação entre países de primeiro mundo? Mas que negócio é esse? Isso já beira o bizarro! Faz uma crítica, mas comete o mesmo erro DUAS VEZES?
 
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Descobri que todo mundo que tem arma de fogo é um suicida em potencial. E a única causa do suicídio é a arma de fogo, e não a falta de perspectivas, falta de um ideal, falta de um sonho a buscar ou então distúrbios mentais como a depressão.
 
Não, não. Suicídio não é o problema. Quem quer se matar, faz de qualquer jeito. O duro é quando o “suicida em potencial” ainda não é um “suicida em potencial”, e mata por acidente alguém da família, ou resolve reagir a um assalto e descobre que os bandidos não invadem as casas individualmente, mas em grupo, e um dos meliantes reage atingindo também alguém da família do “ainda-quase-suicida”.
 
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Descobri que se algum bandido invadir a minha casa, basta eu ligar para o 190. A polícia sempre tem homens e viaturas sobrando e levará menos de 3 minutos para me atender.
 
Não, não! Então reaja, valentão! Vai lá! Fica você sozinho com um revólver, e quatro ou cinco bandidos, cada um também com uma. Você tem sangue frio e sempre atira, né? O bandido não, ele nunca atira, nunca usa a arma. Não é preciso ser mestre em matemática para saber qual das duas partes tem mais chances.
 
* * * * *
 
Caso isso não aconteça, basta eu fazer o sinalzinho do “sou da paz” com as mãos e o ladrão vai saber que eu sou um sujeito legal, e então ele vai embora em paz sem levar nada e sem violência nenhuma. Eles sempre agem assim quando descobrem que você é da paz, e não um daqueles psicopatas malvados que são a favor do NÃO.
 
Em qual dos casos, num assalto, há mais chances da família sair viva: com ou sem reação? É triste, muito, muito mesmo, mas a melhor forma da vítima de um assalto sair viva, é exatamente não reagindo. Parece covardia, talvez até seja visto assim por muita gente; mas até que ponto é inteligente e másculo querer defender a família, mas gerar um tiroteio dentro de casa, que se não houvesse reação não aconteceria?
 
* * * * *
 
Caso o ladrão seja muito, mas muito malvadão, eu só preciso gritar por socorro. Em cinco segundos vão aparecer a Fernanda Montenegro, a Maitê Proença e o Felipe Dylon para me salvar e prender o bandido. Sem usar armas. Êêêêêêêêêêê!!!
 
Não, nada disso. Mas nada de dizer “o ladrão”, pois o único sozinho nessa história é você. Eles vêm de dupla, trio, quarteto etc. Você, sozinho, com seu revólver. Depois que começar o tiroteio, mas nem todo o elenco de todas as emissoras seria consolo no velório do resto da família.
 
* * * * *
 
Se o SIM ganhar, o Brasil vai ser um país mais feliz. Que nem na novela! Obaaaaaaa!
 
Não, não. A idéia do “Sim” não é transformar o País, ou mesmo o Planeta. A idéia é apenas proibir o comércio de armas e de munição. Para todos os efeitos, é bom lembrar que o “não” tão-somente mantém a situação como está. E por acaso a situação está boa?

O código de trânsito, segundo Gravataí Merengue

Gravataí Merengue (que eu não sei quem é, mas só de trabalhar com a Soninha parece ser do "grupo do bem", embora de uma forma mais esclarecida  e animadora) colocou em seu blog um comentário bem interessante sobre o Novo Código de Trânsito, que está em http://gravataimerengue.com/?p=95491746.
 
Mas, para não deixar de fazer meus reles comentários que a meia dúzia que acessa este blog lê: o Código foi feito para motoristas que sejam experts em legislação, ladies and gentleman no cotidiano e médicos em potencial - as multas ainda garantem o sucesso dessa lei, mas será que alguém poderia fazer leis para o Brasil e não para a Suécia uma vez, que seja?

E: sim, estou um pouco mau humorado hoje ... :P
 

19.10.05

Carta a um antigo colega, sobre o duplo sentido do ser


(São Paulo, 07 / 10 / 96 - 17h26min)

“Lancome, estive pensando seriamente sobre a dubiedade da vida. Esse assunto, que intriga os cientistas, fascina os filósofos e apaixona os teólogos, tem transformado pessoas e seres no decorrer dos tempos. Comigo também não seria diferente, Lancome, e lhe direi o porque.

Meu caro Lancome, muitos acham que vivi minha vida da maneira mais simples possível, e que sempre fui esse homem gentil e educado que hoje lhe fala, e que transforma o meio em que vive, dotando-o de um grande astral, que é, afinal, o que faz com que o mundo gire, e que transforma a todos que o cercam em infinitas peças desse tabuleiro colossal chamado universo. No entanto, Lancome, quero que saiba que nem sempre eu fui assim, metido a sabido, seguro de mim, querendo simplesmente fazer de minh´alma um catalisador das profundas certezas existentes no ser.

Já vivi muito mais do que pensas, Lancome. Quando jovem, sentia em meu ser toda a fúria de um garoto que aprende seus primeiros passos, que procura sentir o possível, amar o impossível e experimentar, um a um, os grandiosos sentimentos que passam ao largo dos seres humanos. Vivi, Lancome, toda a vida que um garoto inexperiente pode ter - e sofri, como nunca, as consequências desses atos amargos, alguns impensados, outros bem engendrados, que já quis ter.

Já fui muito mais ingênuo do que hoje sou, Lancome. Já vivi tempos em que acreditava em tudo e em todos, em que queria, cada vez mais, ser forte como um touro, ser bravo como a águia, intempestivo como o trovão, já tentei ser um pouco de tudo, sem no entanto encontrar o que preenchesse o vazio de minh´alma, e o que a fazia sussurar, como um sonho. Já vivi tudo e todos, já tentei ser maior que o mundo, já tentei e quis ser o que pude - e também o que não pude, daí minha desilusão do mundo, e minha vontade louca de dar cabo de tudo, e fazer de mim homem feito, como ainda não sou.

Ainda não vivi tudo o que queria, Lancome, mas o que vi nessa vida pode ser um parâmetro do que será o futuro: não pude descrever os sentimentos ruins que senti, a ignóbil sensação de vazio que tive, e o vazio que tomou conta de mim depois disso. No fundo, no fundo, Lancome, todos temos dentro de nós um ser, um ser ignóbil e cruel, que afronta ao mundo e destrói a si mesmo, e que transforma aos que são sua habitação em pessoas insensíveis à realidade de seus sonhos, e traz para dentro deles a dura realidade, que ninguém quer ver, mas que a tudo cala, e a tudo consente, transformando o mel em fel, e a bondade em dor, para si mesmo e para os outros.

Quem me dera, Lancome, não ter vivido tudo isso, para poder ser mais puro. Quem me dera, meu caro Lancome, ser apenas mais um para não ter visto o que vi. Quem me dera, Lancome, poder ser como tú, que a mim me perguntas, dizendo: “O quê?”, “Como?”, “Onde?” ou ainda, “Porquê?”, sem encontrar as respostas para os meus atos, ou as verdades que eu já vivi. E, se posso te aconselhar, não procures, por favor, as respostas que vi, Lancome. Procure viver sua vida, lutar por ela, encontrar-se contigo mesmo e fazer de seu corpo morada feliz para seu grande ser, como tú já o fazes, e ainda o farás, nessa vida insana.

Quanto a mim, resta-me encontrar meu rumo, apesar de tudo o que disse, e de tudo o que já vivi. E, se perguntarem a mim como vou, responderei, simplesmente, que vivo conforme a vida e o pensamento me indicaram um dia - e, quem sabe, serei mais feliz, e capaz de olhar para a frente e dizer, a tudo e a todos, que enfim venci.


Confie em mim.


Atenciosamente,



Ralph deMacchio.”

17.10.05

De olho naquilo: seios tocando MP3 ???

Eu me pergunto qual é a verdadeira utilidade dessa 'descoberta' a não ser provar que o som pode se reproduzir em qualquer tipo de superfície - e, para variar, só podia ser do 'The Sun', o Notícias Populares da Inglaterra:
 
Seios de silicone podem tocar MP3

Chips embutidos em próteses de silicone podem transformar os seios da mulher em tocadores de música digital, anunciam pesquisadores da British Telecom.

Pelo que deu a entender, o dispositivo funcionaria assim: em um dos seios se implanta o player de MP3, e no outro seria instalada a lista de músicas - sendo que no pulso é que ficaria o painel de controle do equipamento. Mas o que me deixa curioso é o seguinte: onde é que vão colocar o fone de ouvido e a USB (dispositivo de conexão ao micro) do negócio?

No braço? Ou será que vai sair da própria prótese?

Para maiores devaneios, a matéria completa está em http://www5.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2005/out/17/37.htm; e, não, realmente essa matéria não tem nada a ver com nada, mesmo ...

 

12.10.05

Milésima atualização de template ...

... mas acho que dessa vez vai; e, por enquanto, segue um outro texto para a galera:
 
Fragmentos de uma viagem pelos meus sonhos mais ocultos e obscenos
(por Fábio Peres)

 
viajo ...
 
vida, luta, sonho,
sem sentido.
 
mesmice ...
 
sentimento minúsculo,
VONTADE MAIÚSCULA.
 
viajo
na montanha-russa
dos sentidos,
 
viajo
pensando pouco
e muito sentindo,
 
viajo ...
 
viajo
por teu ser descabelado,
teu entorno destroçado.
 
viajo.
 
não percebo,
meu minúsculo sentido,
de sussurrar,
GRITAR !!!
 
viajo ...
 
por teu âmago,
ânsia do desconhecido,
do sonho, do fogo,
 
do risco.
 
viajo ...
 
sem cessar ...
 
viajo ...
 

30/10/03, 15:33

10.10.05

O conflito do ser vivo diante de si mesmo

Pensamentos,
voam ao longe,
sentidos,
corroídos,
amores, de grande rancor.
 
Consumidos,
torcidos,
recusados, aceitos,
sofridos
em suspenso, torpor.
 
É a vida,
de tantas esperanças,
que se espera;
 
Na procura,
de um grande afago
traz a quimera.
 
Até quando terei que esperar
pelo fim dessa dor?
 
Ou quanto me acostumarei
ao tremendo horror?
 
Não sei ...
 
Pensamentos, voem ao léu,
vocês são o que me segura no chão.

 

7.10.05

Alguns "post-its" sobre um pouco de tudo

Informações do Blog do Noblat dão conta de que a vantagem do SIM em relação ao NÃO no referendo é de 16 pontos, segundo pesquisa interna da Frente para a Legítima Defesa, vulgo "turma do NÃO".
Considerando-se que a última pesquisa sobre o assunto dava em 75% para o SIM (quase 50 pontos na frente), o tamanho da diferença caiu bastante - mas será que dará tempo para uma virada na opinião popular? Com a palavra, as mulheres.
 
...
 
Enquanto isso, o NedStats continua me pregando peças: tem gente que chegou por aqui procurando pelo filme "O Refúgio Secreto" - obrigado, Benno Souto !!! - e também por trabalho sobre presidencialismo e parlamentarismo.
 
Valeria a pena escrever mais sobre esse último assunto; enquanto o momento não chega, seguem alguns bons links de referência:
 
http://www.uniaonet.com/espbiogcorrietemboom.htm - uma história muito interessante sobre Corrie Ten Boom e como ela pode "perdoar" o soldado que a humilhou nos campos de concentração.
http://www.fpa.org.br/td/td17/td17_debate1.htm - um comparativo sobre presidencialismo e parlamentarismo.
 
...
 
E, falando em presidencialismo e parlamentarismo: você sabe o que é presidencialismo de coalizão? Dizem que esse é o sistema que, para o bem ou para o mal, funciona de fato em nosso país - o que significa, na verdade, governo de presidente que tem que juntar apoios no Congresso para garantir que seu governo ande de forma eficiente; ou, também, governo que vende até a mãe para poder funcionar de alguma forma.
 
Dois artigos bons sobre essa aberração para a grande maioria da população brasileira:
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000400006 - da revista virtual Scielo (ótimo site sobre sociologia, ciências políticas e outros assuntos, bom para fazer trabalhos de escola ou entender o mundo em que vivemos).
 
...
 
Finalmente: por causa do referendo, teve muita gente que mandou emails para a Globo reclamando da novela Bang-Bang, dizendo que ela era favorável ou contrária ao desarmamento - cada um conforme a sua opinião.
 
Mas o que ninguém fala é que a audiência da novela despencou já a partir do segundo capítulo, com ou sem polêmica - o que comprova que não adianta mandar email xingando se o povão quer mesmo é beijo de mocinha e final feliz. A última novela que deu sucesso nesse horário, Sabor de Pecado, funcionou bem não porque era politicamente correta, mas porque era uma novela como as outras, somente diferente um pouco porque tinha uma negra no papel principal - mas que nem aparecia, porque quem chamava mesmo a atenção era o garoto chamado Raí.
 
Ah, e tinha o Gianecchini também, o que não é pouca coisa ...

 
 

5.10.05

Confissões de um menor de rua

Eu não gosto de esperar,

pois dá medo.

 

Nessas ruas falta vida,

sentimento.

 

Eu não quero mais parar,

dá receio.

 

Eu não tenho nada mais

que um tormento.

 

Eu não posso ver o mundo,

pois não sinto.

 

Se eu digo: ´Tô feliz,

eu só minto.

 

Não entra comigo na rua,

é “mancada”.

 

Já me viram cá contigo,

na “quebrada”.

 

Fica aqui, moço, comigo,

fica agora.

 

Pois eles vem me pegar,

sem demora.

 

Eu não gosto de esperar,

nada tenho.

 

O meu mundo é uma droga,

falta empenho.

 

Eu não tenho muito, moço,

nessa estrada.

 

Para mim, eu sou só hoje

quase nada.

 

Eu só quero uma coisa,

seu “dotô”;

 

Morrer muito ligeirinho,

sem a dor.

 

Dor de morrer com bala

na cabeça.

 

De viver tendo só

uma sentença.

 

Me dá um trocado, moço,

por favor.

 

P´ra eu não morrer de fome,

meu senhor.

 

P´ra eu não morrer de sede,

sem valor.

 

P´ra eu não morrer de frio,

sem calor.

 

P´ra eu não morrer na guerra,

sem amor.

 

 

 

 

Moço, dá um trocado pr´eu comer ...

 

 


 

(escrito sob o pseudônimo de J. R. Babbash, em 27/09/1996)

4.10.05

Teorema nada normal sobre ovos e seus frutos

Depois que o Sérgio Mallandro resolveu fazer a infâmia de cantar junto com o Faustão uma música tendo como tema o óvulo fecundado da galinha, provocando náuseas nos amantes da MPB, nada mais me resta a não ser celebrar o fato de que não como ovo, de codorna, pata, galinha ou gansa, desde o meu aniversário.
 
E me perguntar que diabos é o Togepie (além de um pokemon que não saiu da casca, é lógico).

FPS, 04/10/2005, 14:13

3.10.05

De volta ao referendo: o jogo começou.

Enfim, começou a discussão efetiva sobre o referendo do desarmamento; antes, porém, devo dizer que adoro horário político justamente porque é nessa hora que realmente as discussões político-filosóficas sobre assuntos relevantes aparecem de verdade; pode ter Internet ou jornal, mas o povo sabe mesmo das coisas é pela TV que nos vicia.
 
E começou bem, aliás: hino da Independência no horário do NÃO, artistas globais às pencas defendendo o SIM (detalhe: é impressão minha ou a Globo está desenvolvendo esses comerciais? é tudo tão Globotec que espanta !!!) e os festivais de verdades e mentiras, devidamente distorcidas de ambos os lados - como a informação de que existem 17 milhões de armas de fogo no país, que omite que só 2,5 milhões são legalizadas de verdade.
 
Os pró-queima das armas, confesso, levam muita vantagem nessa guerra: os comerciais são bem feitos, e Fernanda Montenegro empresta seriedade a qualquer coisa que fala - mas eu não me esqueço da última vez em que o Brasil votou para decidir alguma coisa, o célebre plebiscito presidencialismo vs parlamentarismo vs monarquia de 93. Para se relembrar a história, presidencialismo e parlamentarismo empatavam na preferência do público pouco antes de começar o horário político, e o programa parlamentarista dava de dez no presidencialista, sem falar na simpatia do 'vote no Rei' dos monarquistas (sem falar que o PDT resolveu fazer o seu programa e conseguia comer 30 segundos de horário político para defender o seu peixe, o que facilitava as coisas para os defensores do regime compartilhado entre presidente e premier no Brasil).
 
Até que os presidencialistas colocaram as cartas na mesa: 'tudo bem, mas você não vai poder eleger o Presidente no parlamentarismo, quem manda é o primeiro-ministro e os políticos é que vão elegê-lo' - e foi o suficiente: de nada adiantou a frente parlamentarista dizer que haveria eleições diretas para presidente sim e falar trocentas vezes que o parlamentarismo era melhor - o povo escolheu o presidencialismo por diferença monstruosa, algo como 55% a 17% (uau!).
 
Voltando a 2005: o Brasil já escolheu um gay totalmente do bem para vencer o Big Brother, mas uma coisa é dar uma vitória a um personagem montado para a novela global de cada dia e outra é decidir sob o impacto do medo - ainda que a pressão da turma do bem seja mais popular, não há maior lobby que ver e ouvir estórias diárias sobre violência e que causam na população uma sensação de medo e de vontade de vingança; não há maior lobby para o voto NÃO que o medo.
 
E esse medo é que pode levar os 80% da pesquisa DataFolha a favor do SIM para o espaço ...

Não tem nada a ver com o assunto, mas o Rouge vai acabar - leia no link abaixo:
 
 
O que isso quer dizer? Não tenho a menor idéia ...